O ópio do povo
Atualizado dia 12/26/2019 8:40:58 PM em Autoconhecimentopor Paulo Tavares de Souza
São muitas perguntas e tudo que posso afirmar nesse momento é que também existem muitas respostas. Eu só posso, como estudioso, passar a minha visão, consciente de que possa estar sendo presunçoso e até atrevido por questionar temas tão imantados de tabus.
Na verdade, estou convencido de que jamais poderia furtar-me a essa investigação, pois um tema dessa grandeza merece ser observado por inúmeras perspectivas. A evolução do conhecimento humano passa sempre pelo confronto de teses e antíteses, não seria diferente com a religião; me perdoem os fanáticos de plantão, mas precisamos mexer em feridas para avançarmos. Isso é o que chamamos de dialética.
Estou convencido de que o ser humano, no estágio em que se encontra, precisa da religião. Ele precisa de placas que estejam indicando o caminho, precisa de gurus, padres, mestres, pastores, xamãs, etc., pois essa necessidade traduz o nível de ignorância em que ele se encontra.
Existe muito preconceito com os crédulos, por isso é preciso salientar que é muito cômodo para aquele que alcançou um entendimento mais amplo da dinâmica que envolve a condição humana, que conseguiu a façanha de livrar-se de todas as doutrinações religiosas e ideológicas, criticar os incautos que ainda orientam-se por uma fé cega e irrefletida. Da mesma forma, é fácil para esses arrogantes olhar para os homens, ainda ignorantes, como seres de segunda classe e desdenhá-los tratando-os como se fossem os ratos do conto alemão: seguidores de um tocador de flauta. Na verdade, a tentação de vaidade é uma das mais difíceis de serem superadas e foi a última tentação de Cristo. Aquele que, de alguma forma, elevar-se, estejam certos, será rebaixado.
O tempo será sempre o maior aliado da Vontade Universal; com a ajuda dele, tudo aquilo que estava oculto, um dia será revelado e aqueles que viviam sob um véu de ilusões terão uma compreensão da realdade.
Quando surgir o Estado de Graça, o homem irá entender aquilo que é essencial: ele sempre foi o mesmo Deus que passou a vida buscando. O próprio Jesus - embora esse tema seja muito pouco explorado pelas religiões - disse com veemência que o Reino de Deus está dentro de nós. Disse também que somos Deuses e não foi só ele, pois esse discurso de apoderamento foi encontrado em grandes avatares como Buda, Krishna, Mahavira, Shankara etc..
Muitas doutrinas religiosas trabalham no sentido contrário. Elas querem nos convencer, a todo custo, que somos fracos, pecadores, cheios de demônios e imperfeitos. Não é um bom negócio pregar o contrário, eles precisam nos convencer da nossa incapacidade de nos mantermos sem a proteção deles; na verdade, nos querem ovelhas e irão sempre reforçar a ideia de que precisamos de um pastor. Enquanto estivermos acreditando em nossa fraqueza, uma necessidade de proteção e amparo estará sempre existindo. Assim como o negócio da medicina depende de um povo doente, o das religiões depende dos ignorantes, daqueles que ostentam um programa de crenças que parte de convicções de fraqueza e impotência. A verdadeira religação, união, yoga, realização, despertar, etc., depende de uma única coisa: autoconhecimento.
Quando não houver mais nada lhe prendendo, sejam pessoas ou coisas, a sua consciência acordará. No entanto, enquanto você estiver interessado pelo mundo, valorizando conquistas materiais e buscando uma condição de poder, continuará dormindo. Tudo o que o homem precisa para realizar-se é entender a mensagem de Jesus, nada mais do que isso. Se não for cristão, como ocorre com dois terços da humanidade, observe o exemplo de Buda. Nem falo no hinduísmo, pois todo esse texto esteve sob total influência de tudo aquilo que os antigos deixaram registrados no Vedas.
Religião é unicamente religar-se consigo mesmo, com o seu Eu Superior e não terceirizar escolhas existenciais para Instituições, quase sempre, opressoras.
Texto Revisado - ss2
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