O Outono e a Descida ao Submundo
Autor Lyrya Kranti
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 19/03/2008 18:46:41
Eis que chegamos à fase melancólica de toda a Roda do Ano, o Equinócio de Outono. No dia 20 de março o Sol entra no signo de Aries, assinalando então o início desta caminhada ao Submundo.
Nesta data, costumava-se celebrar está ocasião, pelo povo pagão. Uma Festividade de significado duplo, já que no Outono, em primeiro lugar, celebra-se as vastas colheitas e se agradece aos Deuses pela Natureza e por toda a sua bondade por nos dar o alimento (simbolicamente, seu sentido literal tem mais significado paraas zonas rurais). Em segundo lugar, esta época serve para um período de introspecção anual, onde demarca o momento da necessidade de reciclagem da nossa própria vida, onde serão eliminados diversos fatores negativos que fomos acumulando durante toda a Roda do Ano.
Lá no Céu, iniciaremos a noite com uma lua cheia, que segundo o amigo Hector Othon, acontecerá num clima de Cruz cósmica dos signos Cardeais:
Lua a 1º31 de Libra, Sol em Áries, e Marte a 6º de Caranguejo e Plutão a 1º de Capricórnio.
E junto a essa formação cósmica, estaremos atravessando o 2º Festival da Colheita. Para alguns, poderá ser estranho dizer que é no Equinócio de Outono, ou Mabon (como é chamado dentro do Calendário Wicca) que a celebração das colheitas acontece, visto que tal se passa também em Lughnasadh (01/02). Mas ao contrário de Lughnasadh onde se celebram as colheitas em si, é só em Mabon que se celebra o seu final! É então neste Equinócio que é celebrado pela última vez do ano as colheitas, tal como a própria morte do Deus.
Mabon (pronuncia-se Mêibon) é também conhecido como Equinócio de Outono ou Lar da Colheita ou Festival da Segunda Colheita. Celebrado no dia do equinócio de outono, que corresponde a aproximadamente dia 20 de março no hemisfério Sul e no dia 22 de setembro no hemisfério Norte (as datas dos equinócios podem apresentar uma variação de até 3 dias de acordo com o ano).
Esse Festival, que ocorre entre o Primeiro festival da colheita (Lughnasadh) e o Ano novo pagão (Samhain), marca o início do outono, dia santo pagão de descanso da colheita e comemoração, uma época de agradecimento aos Deuses por tudo o que foi colhido e caçado. É uma época de equilíbrio, onde o dia e a noite têm a mesma duração.
Este é o dia de ação de graças do paganismo. Data onde os pagãos honram o Deus em seu aspecto de semente e a Grande Mãe em seu aspecto de Provedora.
Este é o segundo dos feriados da Colheita. A fraqueza do Deus já se faz sentir, e as plantações vão aos poucos desaparecendo, enquanto os estoques se enchem. Derrama-se leite sobre a terra para agradecer pela fertilidade e bondade da terra.
Agora, nos fechamos, e nossos corações voltam-se para nós mesmos. O período negro do ano se aproxima aos poucos. É uma data especial para invocarmos espíritos familiares, guardiões e antepassados, para pedir sua ajuda e aconselhamento já que o período mais dificil da Roda em pouco tempo se fará presente.
O nome Mabon veio de um Deus Celta (também conhecido como Angus), o Deus do Amor. Nessa noite devemos pedir harmonia no amor e proteção para as pessoas que amamos.
É o momento em que o Deus está agonizando e logo morrerá. Este é o Festival em que devemos pedir pelos que estão doentes e pelas pessoas mais velhas, que precisam de nossa ajuda e conforto. Também homenageamos as nossas Antepassadas Femininas, queimando papéis com seus nomes no Caldeirão e lhes dirigimos palavras de gratidão e bênçãos.
Costuma ser uma tradição reunir os amigos para um jantar, a fim de celebrar a fartura e comemorar as conquistas.
Também é costume retirar um tempo para dar uma atenção à sua casa, como consertar objetos estragados, restabelecer os estoques ou simplesmente fazer uma faxina. É comum em algumas tradições realizar uma bênção na casa no dia de Mabon.
As noites já começaram a ficar mais longas, desde o Solstício de Verão; aproxima-se a época da partida do Deus para o País do Verão, deixando a sua própria semente no ventre da Deusa, de onde renascerá em Yule (Solstício de Inverno)- mantendo o eterno ciclo do nascer-crescer-morrer-renascer.
No Equinócio de Outono também, costuma-se fazer uma celebração a Deusa Perséfone e a sua descida ao Submundo. Na mitologia grega, Perséfone era filha de Zeus e de Deméter, Deusa da agricultura, tendo nascido antes do casamento de seu pai com Hera.
Quando os sinais de sua grande beleza e feminilidade começaram a brilhar, em sua adolescência, chamou a atenção do deus Hades que a pediu em casamento. Zeus, sem sequer consultar Deméter, atendeu ao pedido de seu irmão. Hades, impaciente, emergiu da terra e raptou-a levando-a para seus domínios (o mundo subterrâneo), desposando-a e fazendo dela sua rainha.
Sua mãe, ficando inconsolável, acabou por descuidar de suas tarefas: as terras tornaram-se estéreis e houve escassez de alimentos, e Perséfone recusou-se a ingerir qualquer alimento e começou a definhar. Vendo os acontecimentos, Zeus ordenou que Hades devolvesse Persefone a sua mãe. Zeus, por fim, ordenou o retorno de Perséfone; porém, enquanto ela estava com Hades, foi enganada e comeu uma pequena semente de romã, tendo, então, que passar metade de cada ano com Hades no Submundo, por toda a eternidade.
Não importando como queiras celebrar está data, convido à todos os leitores e amigos, que se conectem com este momento. Façamos no dia 20/03, uma oração de gratidão ao Deus Pai/Mãe, por nossas conquistas; uma oração por nossas ancestrais; uma oração pelos que amamos; uma oração pelos enfermos e debilitados e uma oração por nossa caminhada ao interior de nosso coração.
Aloha!!!!!
Abraços fraternais a todos os hermanitos de caminho!!!
Lyryá
Lyryá: Reiki Master-Teacher (Tradicional e Tibetano) - Sistema Usui Shiki Ryoho, pesquisadora de culturas nativas, Condutora e Praticante de Cerimônias Xamanicas. Atua com Terapia Psico-Energética (Reiki, Ma-he-a, Xamanismo, Resgate da Alma), Tarot, Astrologia, Radiestesia,
Ministra cursos, Seminários, Work-Shops e Coordena Grupo de Estudos em Xamanismo, Tarot, Radiestesia e Reiki Nível I, II, III e Master.
Desenvolveu sua própria técnica de Terapia, utilizando as ferramentas que adquiriu (e continua adquirindo), através de seus estudos e vivências, visando proporcionar o entendimento das dificuldades e o desenvolvimento dos potenciais positivos de cada individuo, com o intuito de torná-los cada vez mais fortes, seguros, motivados e felizes.
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