O outro que há em mim

Na verdade, o outro representa nosso espelho, aquilo que nem sempre queremos enxergar, em detrimento de não aceitarmos nossas imperfeiçoes.

Não raro, diante de conflitos emocionais, podemos atribuir ao outro sentimentos ou pensamentos próprios que, geralmente, são inaceitáveis para nós mesmos. Estas projeções acabam nos deixando prostrados, inseguros, ansiosos, devido a nossa dificuldade em olhar para dentro pois, é muito mais cômodo, dirigirmos nosso olhar para o que está fora e, desta forma, nos eximimos da responsabilidade de assumir, aquilo que de fato nos pertence.

Estamos todos em processo evolutivo, portanto, não nos cabe fazer julgamentos ou críticas pessoais a quem quer que seja e, sim aproveitarmos a “carona” daquilo que o outro nos oferece,  para que possamos detectar dentro de nós, aquilo que nos aborrece do lado de fora.

Quando julgamos uma pessoa, avaliando-a como “mesquinha ou egoísta”, num primeiro momento, podemos não nos dar conta do quanto de mesquinharia e egoísmo existe dentro de nós, porém, a medida que, nosso nível de consciência se amplia, podemos nos dar conta de que aquilo que projeto no outro, no final das contas acaba me pertencendo.

Sendo a projeção psicológica um mecanismo de defesa do Ego, sempre que visualizarmos um defeito alheio, lembremos que, o mesmo dedo em riste que aponta para o outro, também aponta para a nossa direção.

 

A projeção é uma autoilusão nos fazendo pensar que o defeito existe apenas naquela pessoa.

Segundo Emmanuel Kant: “Não vemos os outros como são, mas sim como nós mesmos”. Portanto, quando criticamos em excesso as outras pessoas, é possível que estejamos criticando a nós mesmos.

Desta forma, o autoconhecimento é uma ferramenta imprescindível neste processo de viajarmos para dentro, descobrindo como funcionamos, quais nossos sentimentos, sensações, habilidades, defeitos, etc., pois ainda segundo Buda: “Tudo que incomoda nos outros é apenas uma projeção daquilo que não resolvemos dentro de nós mesmos”.

Texto Revisado