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O poder da consciência em nossas escolhas

Atualizado dia 10/1/2007 4:47:52 PM em Autoconhecimento
por João Caçador Neto


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Outro dia ouvi uma frase que me sugeriu uma reflexão mais profunda: “ela escolheu o mesmo caminho que já a fez sofrer antes...”
Independente do contexto que se refere a frase, pretendo focar a questão do ato da escolha, e me parece claro que a capacidade de escolher pode ser vista sob dois aspectos: A escolha consciente e a inconsciente.

Pude perceber que não são as escolhas que podem ser ou não positivas, mas sim o estado de consciência que as tomamos é que as define. E quanto mais conscientes estivermos o melhor caminho tomaremos, sem dúvida. Porém o que parece óbvio, não é tão simples, porque nosso ego tende a demonstrar que estamos sempre conscientes, salvo quando a situação é tão extrema que nos salta aos olhos, como num surto qualquer, por exemplo.

A idéia é buscarmos cada vez mais nos aproximarmos de um estado de consciência que nos permita escolhermos bem nossas alternativas, e para isso teremos que fazer uma reflexão sobre nossos padrões de condicionamento que é a forma de nosso ego exercer sua dominação, manter controle e nos induzir ao sofrimento. É uma armadilha que caímos quando estamos desconectados com a integridade de nosso Ser Superior, que é nossa manifestação mais divina, que segue a evolução natural para a luz. Lembramos que o sofrimento acontece quando estamos possuídos e dominados pelo ego, independente de admitirmos isso ou não. Escolhendo uma situação para demonstrar:

Alguém escolhe um novo relacionamento que está lhe causando sofrimento e já foi vivido um parecido anteriormente. Precisamos identificar se realmente ocorreu uma escolha consciente ou não. Aliás, uma escolha inconsciente lembra um jogo de loteria, além do que é difícil considerar se isso pode ser considerado uma escolha. Mas é extremamente comum justificarmos estarmos conscientes sob o discurso que a escolha foi certa, avaliadas todas as possibilidades, responsabilizando alguém ou que o outro(a) estava dissimulando.

A “escolha” inconsciente está normalmente ancorada por padrões de condicionamentos, sedimentados no ego, por experiências vividas na infância, bombardeios sociais de consumo ou morais, religiosidade (dogmas), karmas, etc. Observem também, que não por acaso, estão associadas ao passado e futuro, ou seja, lembranças do que ocorreu no passado e visões das possibilidades do futuro. Será isso uma escolha? Ou um condicionamento?

É interessante saber que só podemos adequadamente escolher quando tivermos o conhecimento do que estamos tentando tomar decisão. Decidirmos algo tendo como referência padrões pré-estabelecidos nos torna mecânicos, deixando de lado a capacidade de sentir, fato que é determinante para saber se estamos agindo corretamente. Essa ausência de compaixão nos aproxima muito da inconsciência, e muitas vezes estamos sofrendo sem saber que tudo é uma questão do caminho que estamos seguindo. O mundo normalmente está conspirando contra nós! Ledo engano. É apenas o ego contra a essência. O condicionamento (rigidez) contra o sentir (suavidade).

Se o sofrimento está presente trata-se de condicionamento, não de simples escolha. Naturalmente nosso Ser Superior não caminha para o obscuro, muito menos para o sofrimento. Quando estamos conscientes a presença de paz é inequívoca. Não há frustração, mas aceitação. Algumas circunstâncias dolorosas podem ocorrer, mas a presença de paz estará presente o que comprovará nossa direção ao caminho divino. Estaremos transmutando a dor em compaixão (princípio ativo) para conosco, através da consciência e assim podemos ofertá-la aos outros.

No exemplo acima, ou qualquer outro, basta identificarmos se existe a presença de paz em nosso Ser e também, se possível, se isso é compartilhado pelos outros envolvidos. Se a sensação é agradável, e pacífica na maioria do tempo que se desenvolve uma relação, ela foi escolhida com consciência. Uma lição importante sobre isso é que se algo nos está incomodando, antes de escolhermos a posição ou atitude a tomar, é buscar um estado de consciência, de conhecimento.

A compaixão está ao alcance de todos sendo uma excelente ferramenta (lembrando sempre: Compaixão por nós mesmos e por todos envolvidos!). A dúvida do que devemos escolher não será o fator mais importante, mas sim o nível de consciência que aplicamos nessa escolha. A escolha estará naturalmente correta por seguir uma natureza divina (Eu Superior), não um padrão condicionado (ego).

Além da compaixão, fator essencial para conseguirmos isso é identificar quais nossos processos condicionantes mais atuantes e ver se essa sintonia de valores está nos trazendo paz. Teremos que colocar nosso ego o mais longe possível dos processos envolvidos, pois a consciência é um processo letal a ele. Pois alguém consciente é livre e dotado de uma paz que o remete a uma jornada iluminada ajudando a promover essa sensação em seu entorno.

Finalizo, deixando aqui a idéia que a escolha suficientemente consciente depende claramente de como lidamos com o nosso agora e a forma que demonstra estarmos no caminho é a paz dentro de nós. Então se algo nos afasta da paz, busquemos saídas objetivas para mudar isso. É uma tarefa muito dura, mas a paz recorrente nos mostrará que é esse o caminho...

Abraços a todos.

Texto revisado por: Cris

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