O Poder do Perdão
Atualizado dia 2/14/2007 3:05:15 PM em Autoconhecimentopor Liliane Mattoso
Muitas vezes, temos o desejo de mudar, mas nos esquecemos que para que a mudança se dê por completo, devemos nos desconectar por inteiro das situações que queremos deixar. Vejo, no conviver com as pessoas, que é sincero o desejo de uma nova empreitada, mas o vínculo, muitas vezes inconsciente, que trazem do que já foi, limita as ações e até mesmo modela as escolhas atuais.
Pessoas supostamente esquecidas tornam-se presentes em observações cotidianas, fruto de uma mágoa do que não foi ou poderia ter sido. Pela necessidade de resolução, o novo círculo de convívio faz com que o individuo se veja novamente acometido por sentimentos e sensações antes vividas. Como isto é possível se a pessoa que lhe infligiu a mágoa não mais tem acesso ao mundo em que vive?
Certamente achamos que uma situação está resolvida ou que não mais importa, mas trazemos em nossos corações o sentimento de perda, culpa ou dor. Este sentimento só continua ali presente porque, na verdade, ainda existe um vínculo. E este pode estar presente desde uma passagem da infância. A única forma de eliminarmos esta fresta de conexão com o passado é o perdão. Independentemente do que foi vivido e do que foi sentido, devemos olhar profundamente em nossos sentimentos e assumirmos o que estamos sentindo. É difícil percebermos que não estamos tão indiferentes como pensávamos, ao que já é passado.
Reviva a situação em questão, mas, desta vez, tenha a certeza de que será a última. Relembre o que passou e sinta um ponto final, mesmo que para isso você tenha que dar um novo desfecho. Sinta-se em paz e veja que o que aconteceu, agora é história. A nova sensação de “agora terminado” ou de ter feito, desta vez, a coisa certa, naturalmente romperá o vínculo trazido há tempos. Cure o seu passado e cure suas mágoas. Dê o perdão a quem um dia lhe desagradou. Perdoar o que aconteceu é perdoar a si mesmo.
Se os acontecimentos trazem-lhe a culpa por ter agido de uma forma diferente do que você atualmente o faria, utilize duas técnicas: reviva a alteração na situação ou perceba que naquele momento você fez o melhor possível. O perdão a você mesmo é o mais difícil de se dar, pois temos mania de sermos perfeccionistas; principalmente no que diz respeito a nós mesmos. Exigir o máximo de nós é não aceitar a beleza do que somos. Procure enxergar que se nesta nova fase você consegue julgar um ato passado como incorreto, você está evoluindo e aprendendo com as experiências. Isto é maravilhoso! O melhor motivo para estarmos aqui é o aprendizado, e você o está fazendo.
Aceite seus feitos mesmo que lhe pareçam pouco louváveis. Por que tanto julgamento? Existe tanto prazer e beleza a serem vividos que não vale a pena perder tempo com mil e uma análises dos fatos. O que está feito é passado! Viva o presente, pois este é o único momento que você realmente tem.
Se você realmente deseja trazer para seu presente momentos mais agradáveis e totalmente diferenciados do que já foi vivido, elimine os vínculos invisíveis que vem carregando. Faça uma faxina geral na sua mente e lembre-se: a mente é feita do passado, de memórias e estas só servem para uma projeção do futuro. Cure suas feridas antigas e liberte-se do que já não é bom. Perdoe o que foi e deixe o que vier ser governado pelo novo. A grande beleza da vida é a incerteza, principalmente quando esta não tem que dividir o momento com nenhuma amarra ao passado.
Texto revisado por Cris
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