O que é autoconhecimento?

   

Autor Agatha Fortunato

“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses.’’ Sócrates
 
 

Esta manhã fui surpreendida com o seguinte email na minha caixa de entrada: “Olá, gostaria que me ajudasse se possível, esclarecendo com a seguinte questão: vivo o tempo inteiro em função das pessoas, faço tudo para agradá-las, muitas vezes passando por cima das minhas próprias vontades. Nem sei o que é minha vontade ou a vontade do outro. Na verdade, nem ligo muito que seja assim, pois faço por que quero e é de coração. O problema é que tudo se mistura e no meio de tantas coisas, já não sei mais quem sou eu. Quero me reencontrar.” F.C.T – Curitiba.
 

As pessoas apenas se perdem, ponto. Simples assim. Independente do que é esperado delas. E se perdem por várias razões. Ou às vezes por razão nenhuma. Acontece. É preciso não julgar e liberar a mente dos preconceitos para que o possamos alcançar o epicentro da questão. Seja nossa ou de alguém que amamamos e queremos bem. Porém, independente do que se espera de nós, não temos como uma obrigação da vida agradar o próximo sempre, incondicionalmente em suas vontades. Algumas vezes devemos dizer não e isto faz parte do jogo da diplomacia que envolve as relações humanas.
 

Quando começamos a elaborar os nossos planos de vida, a pensar no que queremos ser, nas conquistas que desejamos ter, é quase inevitável um conflito entre o que somos, o que pensam ou pensarão de nós. Os questionamentos sobre felicidade e o melhor caminho a ser seguindo, parece um redomoinho de perguntas retóricas. Buscamos aprovação social, sermos bem quistos pelos amigos e familiares, reconhecimento nos estudos e no trabalho. Ser bom exemplo pra um filho, um amigo, para a sociedade. Com tantas cobranças, acabamos esquecendo de olhar para dentro de nós mesmos, nos perdendo, sentindo-nos presos e angustiados.
 

Porém, ao deparamos com estas angústias interiores, começamos a criar as máscaras, a baixa estima começa a ganhar mais espaço, aumenta-se o sentimento de infelicidade, culpa, estagnação e impotência. Nossos sonhos começam a ficar mais distantes e os planos de vida que antes pareciam tão factíveis, começam a se tornar feitos somente possíveis através de milagres divinos. E parece que quanto mais pensamos, mais perdidos nos sentimos, é como se não soubéssemos mais quem somos, como o desabafo do início deste artigo. A distância de si mesmo é tão profunda que não conseguimos mais ouvir nossa própria voz, nossos desejos e sonhos, é como se tudo tivesse se perdido. Mas na verdade tudo ainda está dentro de nós, só precisamos saber como encontrar a parte perdida.
 

Se um indivíduo já chegou a este ponto, é hora de parar tudo e refletir o que está acontecendo, quando tudo começou, e em geral, começa lá no passado, na forma como fomos cuidados, educados, reprimidos, exigidos, cobrados. Quando começamos a nos moldar ao que esperavam de nós e assim começa o processo de distância de quem somos. O caminho de volta é longo, mas valioso.
 

Quando nos tornamos conscientes de verdades que não são nossas e da necessidade de mudar, é que podemos nos libertar delas. Para mudar padrões de pensamentos e comportamentos de uma vida inteira, temos que nos predispor a conhecer e compreender o que sentimos. É quando começamos a crescer, pois o mesmo só acontece quando nos tornamos conscientes do que sentimos. Algumas pessoas insistem em dizer que se conhecem, talvez se conheçam parcialmente. Quando alguém resiste a mudar, nos faz pensar que na verdade elas não compreendem a si mesmas o suficiente para perceber o quanto uma ou mais mudanças são necessárias. Porém, muitas vezes colocamos demasiadas resistências e inventamos as justificativas, ou melhor, resistências, são as desculpas mais esfarrapadas possíveis: “não preciso de ajuda; não quero lembrar do que aparentemente está esquecido e enterrado; para que explorar o que já passou”, entre tantas outras.
 

Todo esse movimento de fuga só demonstra o quanto a falta de conhecimento sobre fatos ocorridos no passado podem ainda estão influenciando o hoje. É preciso entender a influência do passado, o quanto esses acontecimentos – que vem desde à infância, ou até mesmo de outras vidas - ainda estão vivos e ativos no inconsciente no momento presente.
 

Mas é comum a autosabotagem, não querer se conhecer porque isso significa ter que mexer e remexer no baú dos sentimentos, experiências, traumas e  tudo aquilo que está bem dentro de nós, e tememos o que podemos encontrar, escolhendo assim a estagnação, por medo, comodismo, ignorância, orgulho, em detrimento do crescimento!
 

É preciso um pouco mais de humildade de nossa parte para compreendermos e aceitarmos o que nos faz sofrer e para posteriormente nos preparar parar superá-los. Humildade não tem absolutamente nada haver com submissão, inferioridade, e muitos outros adjetivos depreciativos que vez ou outra tentam nos vender por aí.No entanto, está associada a gentileza, simplicidade, pureza, lucidez. Somos humildes quando percebemos que ainda temos muito a aprender, por mais informações que tenhamos: diplomas, livros, cursos ou viagem que fizemos e experiências adquiridas no decorrer dos anos. É importante lembrar que humildade não é passividade, muito pelo contrário, exige acima de tudo confiança em si mesmo. Somente quem tem plena consciência do seu valor individual, como peça única e insubstituível desta maravilha chamada Universo, é que não precisa se exaltar.

O autoconhecimento é conhecer a si mesmo. É constante apredizado. É seguir pelo caminho do meio, com perseverança, alcançando o equilíbrio. É a capacidade que nos permite perceber, de forma gradual, tudo que precisamos transformar para melhor. Por isso sua importância. Não é preciso pressa. Não precisamos ter medo de nos conhecer, como se isso fosse uma chaga eterna da qual nunca conseguiremos nos livrar. Ter maior percepção de si mesmo é o que nos capacita a mudar tudo aquilo que nos faz mal ou nos causa dor, conflito e sofrimento, ampliando nossa consciência sobre nossos potenciais adormecidos, a fim de que possamos vir a ser aquilo que somos em essência. Quando melhoramos, proporcionamos melhor ambiente para que nossos afetos e desafetos também percebam e reflitam suas próprias atitudes, conectando-os a esta corrente maravilhosa que caminha para a evolução.
 

Autoconhecimento é isto, é dizer "SIM!" ao chamado Universal, portanto divino, para a evolução do próprio espírito! Você não vai querer ficar de fora...ou vai? Pense nisso! 
 

Ser pelo outro. É bom, válido. Trás realização. É gratidão.
 

Ser por nós mesmos. É auto resgate. É caridade.
 

Ser pelo próximo tal qual sou para mim. É a lei maior. É Amor. É Deus.
 

E isso é simplesmente mágico! 
 

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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Agatha Fortunato    é Legionária da Boa Vontade convicta, espiritualista cristã. É estudante de piano clássico e temas ligado à espiritualidade e psicologia positiva. Gosta de escrever, de ler, conversar e ouvir. Profunda admiradora da natureza e das artes, do mais rupestre ao mais moderno. Apenas uma jovem, cheia de sonhos e buscadora das verdades do invisível. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui.