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O que é beleza afinal? Parte 2

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Autor Patricia M. Barros

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 23/10/2013 09:23:06


A concepção clássica de beleza envolve as noções de equilíbrio e harmonia. “No grego koiné, a beleza então era associada a "estar em sua hora/seu momento". Assim, um fruto maduro (em seu tempo) era considerada bonito, enquanto uma jovem mulher que tenta parecer mais velha ou uma mulher mais velha tentando parecer mais jovem não seria considerado bonito.” (Fonte: Wikipedia) De fato, a Vênus de Milo não corresponde à imagem de mulher muito magra, característica que faz parte do ideal de beleza atual.

Os padrões de beleza mudaram muito ao longo do tempo. As mulheres pintadas por Peter Paul Rubens, por exemplo, seriam consideradas gordinhas hoje em dia, mas eram as beldades de sua época. Ao que parece o fator econômico influencia fortemente a noção de beleza de uma sociedade em determinada época. Durante períodos de escassez pessoas com sobrepeso eram consideradas bonitas, pois só os ricos podiam ter mesas fartas. Hoje em dia muitas pessoas têm acesso a alimentos altamente calóricos e baratos e ser magra implica em ter tempo e dinheiro para frequentar uma academia e consumir alimentos dietéticos, que geralmente são mais caros.

Naomi Wolf, autora do livro “O mito da beleza”, trata da relação entre o poder econômico e a mídia. É claro que isso tem reflexos sobre os padrões de beleza, que são divulgados pelos meios de comunicação de massa e acabam por ser aceitos pela sociedade. A escritora assinala que as revistas femininas sofrem vários tipos de censura, entre eles a pressão dos anunciantes e a manipulação das imagens de mulheres. Observa Naomi Wolf: “Imaginem uma revista feminina que mostrasse de forma positiva modelos rechonchudas, modelos baixas, modelos velhas – ou então que não mostrasse modelos, mas mulheres de verdade. Suponhamos que ela tivesse uma política de evitar a crueldade às mulheres, como algumas têm uma política de apoiar produtos que não impliquem crueldade para com animais. E que ela eliminasse dietas relâmpago, mantras para atingir o ódio a si mesma e artigos que promovessem a profissão que corta os corpos de mulheres saudáveis. Digamos que ela publicasse artigos sobre a glória da idade visível, mostrasse belos ensaios fotográficos com os corpos de mulheres de todos os formatos e proporções, examinasse com doce curiosidade as alterações do corpo após o parto e a amamentação, sugerisse receitas sem castigo ou culpa e publicasse atraentes fotos de homens. Ela iría à falência, perdendo a maior parte dos seus anunciantes.”

Porém, há uma revista inglesa intitulada New Woman, cujas propagandas satirizam as top models. Eu acho que não está certo satiriza-las, mas enfim... Segundo seus idealizadores, a revista procura contestar os padrões de beleza da sociedade moderna e a sua leitora ideal seria a mulher que não aceita os cânones da mídia e não é magra como as modelos. E eu acho que a revista Cláudia também está trilhando este caminho. Foram publicadas diversas matérias questionando a ditadura dos padrões de beleza atuais. Além disso, como o público-alvo da revista é predominantemente de mulheres maduras, as modelos não são tão jovens, nem tão magras. E iniciativas como a campanha publicitária “Real Beleza” dos produtos da marca Dove me deixam otimista.

Segundo Naomi Wolf, a atual ditadura dos padrões estéticos foi uma reação da sociedade machista às conquistas do movimentos feminista. É claro que o aspecto econômico não pode deixar de ser levado em conta. Com o advento do feminismo, os empresários e até mesmo as revistas femininas precisaram repensar suas posições. Afinal, a mulher que estava surgindo provavelmente não se interessaria tanto por produtos domésticos como ocorria anteriormente e o seu feminismo poderia chegar a um ponto em que ela nem sequer desejaria ler revistas femininas. A solução encontrada foi realizar uma transferência de culpa, ou seja, procurou-se fazer com que a mulher se sentisse culpada se não fizesse tudo o que estivesse ao seu alcance para ser bela. Inclusive na época a mídia criou o estereótipo da “feminista feia”.

Naomi Wolf também assinalou que deveríamos imaginar o que uma mulher poderia fazer se ingerisse a quantidade adequada de calorias.

Recentemente o livro “Capital Erótico”, de Catherine Hakim, gerou polêmica. Segundo a professora de sociologia, pessoas sedutoras, bonitas, elegantes e carismáticas geralmente encontram facilidade para ser bem sucedidas nas várias esferas da vida. Mas penso que um destes fatores é muito importante: o carisma. Bernardino Nilton Nascimento, em seu artigo intitulado “A vida é motivada pelo magnetismo pessoal” (https://www.somostodosum.com.br/clube/c.asp?id=32522), menciona pessoas como Napoleão e a Senhora Staël, romancista e ensaísta francesa, que não se destacavam pela aparência, mas tinham magnetismo pessoal. Devido a esta característica estas pessoas conseguiram influenciar os seus contemporâneos e conquistar a sua admiração.

Além disso, é claro que as empresas deveriam adotar métodos de avaliação dos candidatos a empregos que realmente indicassem a(s) competência(s) de cada um. Inclusive nos relacionamentos pessoais outras qualidades, fora a aparência, deveriam sempre ser levadas em consideração.


É claro que buscar o que é belo e bom é algo saudável, recomendável. O que é bom também é belo. Mas afinal, o que é belo? Isto é extremamente subjetivo. Todos nós somos únicos, obras de arte do criador e devemos honrar a divindade que existe em cada um de nós, valorizando todas as nossas características. No livro “Mulheres que correm com os lobos”, Clarissa Pinkola Estés fala de duas mulheres que aprenderam a ter esta atitude. Uma delas era alta, como outras mulheres de sua família e de sua comunidade. Estas pessoas consideravam o fato de ser altas como uma maneira de se aproximarem de Deus. A outra mulher era mais baixa, atarracada. As mulheres de sua comunidade de origem também tinham estas características, que faziam com que elas se sentissem próximas da mãe terra. E é claro que a mãe terra é outra manifestação da divindade. Penso que também devemos encarar as mudanças que o tempo e gravidez causam em nossos corpos como manifestações da Vida, de Deus.

Admito que estou brigando com uma parte minha que é extremamente auto-crítica, como são muitas outras mulheres. Devemos nos sentir livres para nos sentirmos belos e atraentes exatamente como somos. Devemos dizer não à ditadura dos padrões estéticos! Mais do que isso, devemos dizer não aos preconceitos! Até mesmo pessoas consideradas bonitas sofrem por causa de preconceitos. Por exemplo, pessoas muito bonitas em certos casos não são consideradas inteligentes. É claro que isto é uma bobagem! A atriz Sharon Stone tem um QI muito alto e o ator Dolph Lundgren, conhecido por ter atuado em filmes de ação, é mestre em engenharia química pela Universidade de Sydney, Austrália. O seu currículo é impressionante.

As pessoas que se destacam pela beleza também sofrem por causa da inveja das demais. Espero que um dia isto tudo mude. Tomara que cada vez mais pessoas sigam as lições de Jesus e aprendam a amar seus semelhantes, respeitando a aparência e o jeito de ser de cada um. Assim mais pessoas poderiam se sentir livres para simplesmente ser quem são.



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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Patricia M. Barros   
Sou jornalista e advogada. Atualmente sou funcionária pública e estudante de psicologia e psicanálise. Sempre me interessei por questões que envolvem comportamento e o desenvolvimento pessoal. Espero contribuir um pouco para o bem-estar e felicidade de algumas pessoas!
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