O que é liberdade?




Autor Paulo Tavares de Souza
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 3/19/2025 6:57:17 AM
Em que consiste a liberdade? Para muitos, essa é uma pergunta impossível de responder, pois sequer percebem que são escravos. Estão tão ajustados ao cárcere que ignoram o que é ser livre.
Libertar-se é quebrar as correntes que nos prendem a um sistema de crenças. É deixar de valorizar padrões e tradições que determinam nossas reações e influenciam nossas escolhas. Libertar-se é conhecer a própria natureza, perceber que nada, absolutamente nada, pode nos afetar, pois possuímos atributos que nos tornam verdadeiros deuses. Por fim, libertar-se é assumir o próprio poder e cessar a transferência de autoridade para os outros, para o mundo, para o sistema ou para qualquer entidade transcendental.
Ora, aquilo que é eterno é eterno. Portanto, ostenta uma estabilidade que não pode ser atingida ou destruída por enredos mentais, sejam quais forem. Só isso já nos torna super-homens, pois a eternidade é um dos atributos do que somos. Não temos consciência disso justamente por estarmos identificados com aquilo que morre, com o que é impermanente, com o que surge e desaparece no tempo-enfim, com o que é ilusório. Conhecer o real, aquilo que somos, é o que podemos chamar de realização.
Livre, portanto, é aquele que não se ofende, não se afeta, não se desestabiliza. Aquele que consegue oferecer a outra face, que não vive como escravo das próprias inclinações, que não é regido por emoções e, portanto, não sofre a influência do medo e do ódio. Aquele que descortinou o véu da ignorância que o prendia a uma realidade ilusória, distante daquilo que realmente é.
A liberdade só é possível com renúncia-quando você consegue desapegar-se de tudo: pessoas, coisas, crenças, convicções, padrões, conceitos... enfim, de absolutamente tudo. Aquilo que você consegue soltar, te liberta; aquilo que você segura, te escraviza. Simples assim!
A falta de luz nos levou à submissão a um mundo doente, regido por padrões violentos. Para sobreviver, tornamo-nos egoístas; aprendemos a lutar em vez de nos tratarmos como irmãos. Passamos a nos considerar adversários. Esse é o nosso estágio, essa é a casca de ovo que precisamos quebrar para conhecer um mundo maior.
Apesar do sofrimento, tememos nos desprender dessa "realidade" e não percebemos que a verdadeira causa da dor é justamente a resistência que impomos ao processo natural de evolução ao qual estamos inseridos.
A lagarta se tornará borboleta, queira ou não. A rendição é o caminho. Lutar contra isso é como lutar contra o vento, tentar controlá-lo-um reflexo de nossa condição ainda infantil.
Estamos, de fato, no jardim da infância da evolução, conduzidos por desejos e viciados em sensações grosseiras. Presos ao mundo das formas, hipnotizados pela paisagem, permanecemos inconscientes da grandeza que existe em nosso ser.
O poeta Augusto dos Anjos, em um de seus versos clássicos, disse: "Aquele que, nesta terra miserável, vive entre feras, sente a inevitável necessidade de também ser fera."
É exatamente isso. Tornamo-nos agressivos, violentos, beligerantes quando escolhemos nos integrar à ferocidade do mundo. Lutamos com todas as nossas forças em busca da libertação, sem perceber que é justamente ao renunciar à luta que nos aproximamos dela. É preciso soltar a espada no chão e compreender que a verdadeira batalha se vence através do desinteresse por este mundo de ilusões, que nos entorpece com seu poder sedutor. Um mundo que, na verdade, não existe-é apenas uma projeção da nossa própria sombra (entendedores entenderão).









Conteúdo desenvolvido pelo Autor Paulo Tavares de Souza Conheça meu artigos: Terapeuta Holístico, Palestrante, Psicapômetra, Instrutor de Yoga, Pesquisador, escritor, nada disso me define. Eu sou o que Eu sou! Whatsupp (só para mensagens): 11-94074-1972 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |