O REAL PODER DAS ARTES
Atualizado dia 5/21/2006 9:18:33 AM em Autoconhecimentopor Hellen Katiuscia de Sá
Na atualidade vivemos sob uma nova tendência, ainda pouco compreendida pelas massas, mas feita para as massas. Estamos falando da Cultura Híbrida. Digamos que seja um novo conceito para a antiga Cultura de Massa. Novo conceito porque agora as Artes atrelam-se ao marketing. Tudo funciona da seguinte maneira: agrega-se um valor cultural a determinado rebento do capitalismo, sendo que esse valor cultural será construído apoiado em alguma das ramificações do fazer artístico, edificando um elo associativo entre o produto que se quer vender à imagem que a Arte passa ao público.
Assim, o artista da nova era vê-se sob o domínio do marketing de mercado, o qual estabelece que o resultado da Arte será como uma espécie de extensão daquilo que o capitalismo quer vender às massas. Todo artista nasceu para criar, mas o valor de sua criação, por si só, atualmente não sustenta o resultado de seu fazer artístico. E muitos artistas se vêem na encruzilhada: fazer Arte para uma (auto)libertação ou para uma dominação (em massa)?
Sim, porque agora o lance do capitalismo é maquiar o talento artístico, investindo esse potencial em algo mais arraigado aos parâmetros sócio-econômicos do mercado competitivo e feroz ao qual estamos submetidos. Isso é interessante por um lado, visto que dá ao povo acesso a uma fatia (mesmo que direcionada) de Arte.
Por outro lado torna-se arriscada essa associação de valores culturais. O procedimento do empresário quando atrela ao seu produto de mercado um valor cultural, muitas das vezes faz com que o artista vire uma espécie de mercenário. Vendendo-se a qualquer tipo de contrato só para tornar público o resultado de seu fazer artístico.
Esse último aspecto é o mais pernicioso devido à má utilização das Artes para maquiar o valor de um produto do capitalismo, induzindo o público a comprar algo através de uma emoção, que na verdade seria apenas um impulso consumista motivado por uma sentimento que o produto não causa, mas sim a Arte atrelada ao mesmo; essa emoção artificial seria o ilusório valor cultural do rebento capitalista.
Seria mais honesto atrelar um valor real ao produto do capitalismo e utilizar a Arte para transformar a realidade sócio-econômica e mesmo cultural do ambiente em que vivemos. Essa associação entre as Artes e o Marketing é possível sem danos ao patrimônio maior de um povo: sua identidade cultural. Basta apenas honestidade, boa vontade e senso comum entre as partes. Afinal, dinheiro e sucesso não substituem a paz interior que todo ser humano precisa para viver bem.
As maiores armas de um povo contra a opressão é sua cultura, o conhecimento, seu patrimônio histórico e sua capacidade de transcender através da emoção verdadeira. Isso tudo é que dá vida e vontade para um povo ir em frente rumo à transformação social da qual precisa. Agindo com verdade e honestidade, todos saem ganhando. A Arte é algo sagrado, um presente de Deus, não vamos denegri-la por causa do “Bezerro de Ouro”.
Hellen Katiuscia de Sá
21 de maio de 2006
Texto revisado por Cris
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