O romance



Autor Ana Paula de Jesus
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 11/19/2011 10:03:02 AM
O que nos leva a arriscar no movediço terreno do amor? Uma vez que na grande maioria, os romances têm seu tempo, um tipo de tessidura costurada em um ritmo próprio. E, idealmente, resiste ao tempo, permanece em nossas memórias. Amores, quase sempre, assim o são, repletos de instantes guardados na memória no pensamento individual.
Sabe, talvez, ao nos aventurar pelo mundo novo do romance, seja por entusiasmo ao novo a ser descoberto, idealizamos características no outro, perfeitas e vistas somente pela nossa perspectiva. Ou, ainda, sentimo-nos inebriados pelo frescor da brisa diferente que este outro nos traz. Também, quem sabe, apreciamos o horizonte que se abre em sua origem inusitada sem aquele senso de invasão, um transitar no sentir despertado em nós por este outro.
É possível que tudo isso, tenha sentido para quem partilha de um romance, como pode ser que não. Mas, antes, vale lembrar o quanto o amor nos faz encontrar algo através da distinção e da escolha. Algumas vezes, nos indignamos ante a não compreensão do outro. Porém, não notamos o hábito condicionado de pensar, ser o outro o responsável em nos compreender.
Assim, quando, geralmente a crise emerge, revelam-se traços fundamentais de dilemas pessoais das não concessões. Nessa visão devem-se perceber os próprios erros, reverenciar as discussões, para generosamente abrir-se ao outro através do autoentendimento, ao perceber o nosso modo de ser, estar e conviver no mundo ao lado dos nossos pares.
Nesta perspectiva aquele súbito instante, o qual provoca o prazer mediante a aproximação do outro, pede uma abertura, uma não idealização, o que traduz em um momento vivenciado num espaço de tempo que transforma. Desse modo resgata-se o jeito despojado de ser seu e do outro e o romance torna-se um desabrochar, um acontecimento sem idealizações ou expectativas. Utopia, poesia tudo isso? Por que não? Afinal, quem disse que não se pode experienciar o romance sob este ponto de vista?
Pense nisso.
Encontramos-nos pelo mundo.
Ana Paula de Jesus









Sou alguém, assim como você.Com qualidades e erros...Busco neste espaço de tempo, fazer frutificar um ser humano, inclinado a pensar sobre a vida. Obviamente, às vezes, prefiro saborea-lá a refletir sobre a própria existência. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |