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O Sudário de Turim durante a Idade Média - I B de IC

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Autor João José Baptista Neto

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 2/2/2008 12:17:17 PM


Nos anos imediatamente posteriores à morte de Jesus Cristo, os historiadores se encantam por duas teorias, sem chegar a acordo sobre qual delas resulta mais verossímil. Uma delas se situa na corte do rei Abgar V, enquanto que a outra se encontra em algum monastério ebionita de Edessa, a atual Urfa, na Turquia. Em ambos casos se dá a coincidência de que seus possuidores eram considerados heréticos, quando não pagãos, pelas antigas autoridades cristãs.

Mas entremos na matéria. No ano de 66 de nossa era, por ocasião das desavenças ocorridas na Cesaréia entre helenistas e judeus, Roma despojou aos últimos da igualdade de direitos com respeito aos gregos, igualdade que desfrutavam até essa data. Esse fato isolado, foi a última gota que transbordou o cálice da paciência da província mais rebelde do Império Romano, provocando uma nova sublevação promovida pelos zelotes, e que se propagou por toda a palestina.

A Torre Antonia foi assaltada, e sua guarda morta a punhaladas. Não ocorreu melhor sorte ao exército enviado da Síria para sufocar a rebelião, que foi derrotado nos desfiladeiros de Bethoran a vinte quilômetros a noroeste de Jerusalém em outubro do ano de 66.

No ano de 67, Néron envia seu mais afamado general Tito Flávio Vespasiano, que junto com seu próprio filho tomou cada cidade rebelde, até que Vespasiano voltou para Roma para ser proclamado imperador em primeiro de julho de 69, mas Tito as retomou na primavera do ano 70, durante a Páscoa, momento em que transbordava de forasteiros que tinham ido cumprir com seus ritos religiosos, onde se apresentou com um exército de oitenta mil homens. Inicialmente, tentou chegar a um acordo pacífico mas não teve êxito, de modo que assalta a cidade e toma a parte baixa para, em seguida, rodear o resto de Jerusalém com um muro e submeter população civil e militar ali encurralada a um longo assédio, para isso, seus legionários abriram em três dias um fosso de 7.215 metros de perímetro.

Desse modo, cerca de dois milhões e setecentas mil pessoas sofrem as conseqüências da fome e de epidemias. A situação chegou a ser insustentável, até o extremo de que as mães degolavam seus próprios filhos para come-los em seguida, o que pode nos dar idéia do verdadeiro alcance de desespero dos assediados.

Em 5 de julho de 70, cai a desesperada defesa rebelde da Torre de Antonia. Tito propõe respeitar o Templo se a rendição for imediata, mas ao não ocorrer ate 15 de agosto de 70, a ataca, incendeia e destrói. Alguns rebeldes se refugiam nos subterrâneos do palácio de Herodes no monte Sion, até que a fome os faz sair, com o que em 7 de setembro de 70, Tito domina toda Jerusalém.

Em Lucas (19, 37-44), podemos ler que Jesus profetizou: “al transpor a encosta do monte das Oliveiras...vendo a cidade, chorou (Jesus) sobre ela dizendo: Se conhecesses também tu, ao menos nesse dia, o que leva a tua paz! Mais agora fica oculto a teus olhos. Dias virão sobre ti em que teus inimigos te rodearão com um fosso , te combaterão, e te estreitarão por todas as partes. Te arrasarão e estenderão contra o solo teus filhos que estão em ti. Não deixarão em ti pedra sobre pedra. Tudo porque não reconheceste o tempo de tua visitação”. Curiosamente o fosso de Tito ocorreu anos depois sobre mais ou menos no mesmo local em que Jesus pronunciou essas proféticas palavras.

Não é de estranhar que a comunidade cristã de Jerusalém, antecipando-se aos acontecimentos, debanda antes que as sangrentas represálias de Tito se materializassem, ocasionando a morte de 600.000 judeus, segundo Tácito, e um milhão segundo Flávio Josefo. Um grupo, liderado por Simon, sucessor de Santiago, se refugiou em Pella. A grande igreja de Jerusalém foi assim decaindo a partir do ano 70.

Devido a suas especiais condições de isolamento, as populações do Jordão e especialmente as de Pella, permitiram dar origem ao grupo dissidente dos nazareos, que pretendiam impor a lei Mosaica, inclusive aos cristãos procedentes do paganismo, e que nos Atos dos Apóstolos, assim como nas cartas de São Paulo, são chamados de judaizantes, também se origina, devido as mesmas condições de isolamento, a seita herética dos ebionitas (ebionim em hebraico significa “os pobres”), que não acreditavam na divindade de Jesus Cristo, e que nunca tiveram muitos adeptos.

Efetivamente, não podemos precisar com exatidão qual dos dois diferentes grupos pode levar a Síndone com eles. A investigação dos grãos de pólen, ciência conhecida como Palinologia, admite a possibilidade de que fossem três, as de Jerusalém, a do Jordão, ou a de Pella.

No caso hipotético de que o lenço voltasse a Jerusalém entre os anos 132 e 135, tem lugar uma nova guerra, que põe os judeus de novo contra a parede, o que teria feito que a Síndone emigrasse novamente, o que não era necessário si se conservava em Pella ou no Jordão.

O certo e verdadeiro é que, em qualquer caso, a relíquia foi conservada em mãos judaico-cristãs que a guardaram no mais absoluto dos segredos como a um precioso tesouro, não voltando em momento algum a Jerusalém, nem sequer no século IV, depois da paz constantiniana. As perseguições a que foram submetidos os crentes em diversas ocasiões não eram propícias para se exporem abertamente ao martírio e à morte, pelo que não se prodigalizavam as representações externas, que em todo caso eram tão só simbólicas: um peixe, uma âncora de navio, uma pomba com um ramo de oliveira no bico, e muito menos as relíquias, tais como os lenços mortuários de Jesus.

No ano 325 Jerusalém começou a ser já a Sede Patriarcal e, pouco depois, no ano 347, diversas relíquias relacionadas com a paixão de Jesus Cristo, se conservam em Jerusalém. Porém, a maioria delas, e em especial a Cruz, haviam sido fragmentadas em uma multidão de diminutas proporções, disseminando-se a seguir, com o objetivo de serem veneradas em uma infinidade de igrejas e monastérios, tanto no oriente como no ocidente.

Pois bem, apesar da multidão de peregrinos que acodem a Jerusalém, nenhum faz menção à Síndone. Exemplo: o anônimo peregrino conhecido como “O Peregrino de Bordéus”, em sua crônica do ano de 333, apesar de descrever a Basílica levantada por Constantino sobre o Santo Sepulcro, a qualifica de mirae pulchritudinis ( de admirável beleza), mas não faz menção a lenço algum. Tampouco o faz São Cirilo, na ocasião patriarca de Jerusalém entre os anos 350 e 386, embora a mencione em suas Homilias, sem dúvida, conhecedor de sua existência, não faz referência a que se venere em Jerusalém, pelo contrário, menciona a presença da pedra vermelha sobre a qual, segundo a tradição, Jesus Cristo foi açoitado. Nem sequer a famosa andarilho e peregrina espanhola conhecida como a Monja Egeria, durante sua longa e proveitosa permanência nos lugares santos, faz referencia à Síndone entre os anos de 381 e 383, embora seus escritos estejam datados entre os anos 393 e 396. Pois bem, apesar de haver visitado uma grande quantidade de santuários, monastérios, grutas e oratórios de anacoretas, não menciona a presença da Síndone em Jerusalém. Assim como tampouco o faz São Jerônimo, que visita a cidade santa no ano de 385.
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