O único controle que temos é a falta dele
Atualizado dia 12/4/2006 8:22:02 PM em Autoconhecimentopor Tatiana Magalhães
Por que é tão difícil resignar-se? Aposto que muitos torcem o nariz para a palavra.
Confesso que também não é minha preferida, mas se prestarmos atenção, ela soa tão nobre e celeste que passo, então, a achar que não me cabe ser resignada. Isso é coisa dos deuses!
Tá certo, não é coisa dos deuses... é medo mesmo, pois quem tem resignação tem muita responsabilidade. Alguns podem até achar que ela é sinônimo de conformismo, renúncia e acomodação, mas creio ser o contrário. Se cremos no livre arbítrio, sabemos que tudo o que nos acontece é resultado de uma escolha, de um desejo ou de uma ação tomada por nós mesmos.
Portanto, não existe conformismo. Quem sente a resignação pura dentro de si tem o meu maior respeito, pois é muito difícil ter coragem de assumir as conseqüências por todas as suas escolhas e pensamentos.
Jogamos uma faísca que seja de energia para o Universo e somos retribuídos conforme os mais íntimos desejos da nossa própria alma.
Você pode se perguntar (porque eu mesma o faço agora) sobre as catástrofes, as injustiças sociais e a maldade que nos assolam sem pedir licença todos os dias pelo mundo. Boa pergunta! Eu também não saberia responder a razão dessa existência. A única resposta que encontro é porque sei que a Terra é um local de expiação, onde temos uma chance de lutar contra as adversidades e escolher sempre o caminho do bem, a fim de galgarmos alguns degraus de evolução.
Nunca teremos todas as respostas. Não aqui. Por isso, gostaria de levantar uma bandeira pela resignação, já que ela conforta até mesmo o inexplicável.
Por outro lado, tais reflexões me atentam para o controle. O controle de nossas vidas. Cada vez mais percebo que não possuo o da minha. Mas se temos as rédeas de nossas escolhas, porque é que, então, não controlamos nosso destino?
Outra ótima pergunta! Creio estar gerando mais dúvidas do que esclarecimentos...
Só sei que aprendi, mesmo com míseros 28 anos de idade, que não possuo o menor controle sobre o que me acontece. Gostaria imensamente, pois costumo ter convicção quanto às minhas escolhas. Mesmo assim a vida sempre me prega uma peça, mudando todas as perguntas, depois de pensar ter achado as respostas.
Se eu fosse vender um conselho agora, para acalmar os ânimos sobre o assunto, diria o seguinte: "Perca o medo de perder que não perderá nada. Ganha quem não tem nada a perder".
Acho que o que mais nos atrapalha é o medo. Ele é o grande freio das realizações. Todos nós tememos algo. Seja o medo de barata ou até o medo da morte, ele nos paralisa em algum aspecto da nossa vida e nos desvia de qualquer sucesso desejado. O medo gera ansiedade e esta nos cega e nos faz confundir o caminho. Com isso, provavelmente perderemos o que desejamos de início e, com a perda, sofremos.
Mesmo assim, tais sentimentos também fazem parte de nós. Não adianta lutar ou fugir. Por isso, não cale o medo nem os seus fantasmas. Grite às sombras da alma o que teme e ela lhe mostrará a luz.
A partir daí, escute o que ela tem a dizer e acredite, com resignação e fé, que aconteça o que acontecer, você escolheu o melhor caminho. Não há mais nada a fazer, pois o único controle que temos é a falta de controle.
Texto revisado por Cris
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Conteúdo desenvolvido por: Tatiana Magalhães Tatiana Magalhães é escritora, colunista, taróloga e astróloga especializada em Astrologia Natal, Infantil e Previsões, presta atendimentos individuais e produz cursos e conteúdo voltado para leigos e estudantes de astrologia. www.tatianamagalhaes.net www.astralkids.net E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |