O Vazio
Autor Marcos Spagnuolo Souza
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/1/2014 8:47:30 AM
O movimento centrípeto de pessoas elaborou a matriz que vem aprimorando com o desenvolvimento das relações humanas em torno do eixo central da materialidade e essa matriz gera o ser humano e o ego que é o ser cultural individualizado que governa o corpo. Vida material gerou matriz que gera o ser humano em um círculo contínuo sem interrupção. A vida prática gera a matriz e a matriz gera a vida prática tendo como ponto central a finitude da vida.
A matriz representa existência alicerçada no espaço/tempo/forma comprometida com a finitude se opondo aos princípios da natureza inata que é eterna. Podemos dizer que no cenário cósmico temos as formações matrísticas ocupando o primeiro cenário e ao fundo, o segundo cenário, à verdadeira natureza eterna.
O ser humano, como o conhecemos, está no primeiro cenário vivendo a vida arquitetada pela estrutura matrística material sem nenhuma possibilidade de vivenciar a natureza inata, pois é o “não ser”, é pó. O “não ser” não pode participar do “ser”, o inexistente não pode ser o existente, no entanto, o ego, o não existente deve perceber sua inutilidade e se nulificar. A nulificação do ego é a condição do vazio absoluto.
O vazio é a negação da matriz, do ego e de todas as coisas virtualizadas, sendo o apagar as falsas aparências e enganos que foram construídas durante séculos e séculos. O vazio é o ponto ômega do ego onde ele se percebe como sendo o impostor, uma criação artificial de um projeto macrocósmico do efêmero e se nulifica.
O vazio é ausência absoluta da matriz, do ego, da finitude e do espaço/tempo/forma. O vazio é o útero gerador do “ser”. Quando a mente está no nada surge à verdadeira mente. No terreno árido do deserto que simboliza o vazio ocorre o emergir do ser eterno, nasce o Sagrado Anjo Guardião que participa da natureza inata e eterna. O eterno está no “não eterno” e o “não eterno” está no eterno; o “ser” está no “não ser” e o “não ser” está no “ser”. A finitude está na “não finitude” e a “não finitude” está na finitude.
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