O Velho Ancião
Autor Marcos Spagnuolo Souza
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 1/9/2011 11:56:55 AM
Estou em frente ao casebre do velho ancião que fica próximo ao imenso flamboyant amarelo, sentado em um toco de árvore ao lado do ancião que está acomodado em um banco de madeira e em nossa volta existe apenas uma espessa floresta impenetrável. O silêncio predomina entre nós dois, nenhuma palavra, nenhum pensamento. O vazio é preenchido pelo som da mata e pelo barulho característico das águas do rio que serpenteia a região. A claridade do dia está indo embora e as trevas da noite estão chegando, o cenário está se transformado. O nosso silêncio continua por mais algum tempo sendo quebrado pelas palavras do velho ancião. Disse ele: "Peregrino da montanha sagrada, a maior parte das pessoas somente possuem consciência do corpo físico e confundem o corpo com o "eu", pensam que são os seus próprios corpos visíveis, não sabem que o "eu" é mais vasto ou mais amplo que o somático. O "eu" de cada pessoa sempre existiu e sempre utilizou inúmeros corpos para se manifestar, a idade do "eu" se perde nas brunas do tempo. Todo o conhecimento adquirido pelo "eu" está em sua própria memória e além desta memória pessoal o "eu" possui acesso a memória coletiva. Tudo que o ser humano pensou em todas as eras está arquivado na memória coletiva e o "eu" possui acesso a esse arquivo que transcende ao tempo que conhecemos pelos relatos da História. Além da memória pessoal e da memória coletiva o "eu" está conectado ao inconsciente profundo que podemos denominar de Deus. Apesar do "eu" possuir toda esta potencialidade somente possui consciência do seu corpo dimensional vivenciando uma vida ligada a coisas que não possuem nenhum valor diante da eternidade. O "eu" precisa se libertar do condicionamento para ser um viajante do cosmo e o primeiro passo é ter consciência que não é o corpo. O ser humano deve experienciar que o "seu" corpo físico é apenas uma das infinitas possibilidades do "eu" e o único caminho para o "eu" se libertar da ilusão (aceitar que a única realidade é o universo captado pelos sentidos) se resume no voltar-se silenciosamente para o seu interior". O velho ancião, pegando uma manta que estava pendurada em um galho de árvore me cobriu e passei a noite explorando as camadas mais profundas do inconsciente.
Avaliação: 5 | Votos: 4
|
Conteúdo desenvolvido pelo Autor Marcos Spagnuolo Souza Visite o Site do autor e leia mais artigos.. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
