Observe o conflito: um bom exercício para a compaixão
Atualizado dia 3/17/2016 8:51:14 AM em Autoconhecimentopor Alex Possato
O meu caminho como instrutor de constelação é despertar a sua capacidade de abrir o coração para os excluídos. Todos os excluídos. Isso é ser terapeuta de constelação familiar sistêmica. Todos têm o mesmo direito de pertencer. Entendo que a vida lhe provoca, e você foi ensinado a tomar partido: isso é certo. Isso é errado. Aquele presta, aquele não presta. Mas lembre-se: aquele que você julga não prestar, está dentro de você. Aquele que você julga errado, está dentro de você. Bem como os “certos e os que prestam”. Em seu sistema familiar, existem corruptos, ladrões, desonestos, mentirosos, enganadores, manipuladores, traidores, e também existem santos, honestos, trabalhadores, fiéis, devotos... Todos eles pertencem, igualmente. Mesmo entendendo que você têm o direito de ter suas convicções, estamos falando de Ordens do Amor, e não de caminhos políticos, sociais ou econômicos. Use tudo o que acontece como instrumento de terapia. Esse é o seu trabalho.
Se algo lhe desperta raiva, indignação, olhe para isso: olhe para a raiva, olhe para a indignação. Já parou para se perguntar: por que algo me provoca raiva? Como me deixo dominar, perder meu equilíbrio? Veja bem: você não está sendo atacado. Sua segurança não está sendo efetivamente ameaçada. Então, significa que seu cérebro está disparando comandos inconscientes para você reagir a um ataque que não existe. Biologicamente, você não está sendo atacado. Isso quer dizer: “alguém” está comandando você. Em constelação, dizemos que você está a serviço da consciência do grupo, ou seja, você se perdeu de si mesmo, do seu espírito naturalmente pleno e amoroso.
O que será que Bert Hellinger falaria sobre isso? Bem, vamos lá: “pela necessidade de pertencer, o indivíduo faz tudo o que o grupo exige dele. Em decorrência disso, quando obedece à sua consciência nesse grupo, ele não possui uma individualidade e seu eu no grupo, seja o que for, é, no fundo, a individualidade e o eu do grupo. Por essa razão, muitos se alienam rapidamente num grupo, perdendo o bom senso e o discernimento. Tais pessoas, com sua boa consciência, tornam-se muitas vezes sinistras e perigosas para as demais. A preponderância do grupo sobre o indivíduo leva a convicções e ações coletivas que não resistem a uma ponderação sóbria, antes a impedem e proíbem. Aqui fica claro o tipo de realização que se requer do indivíduo para livrar-se das amarras e prescrições da consciência do grupo. Ele precisa superar o medo das sanções que lhe são ameaçadas e impostas pelos que se obstinam nas convicções e prescrições do grupo”. (Bert Hellinger – Conflito e Paz)
Aprender a trabalhar com constelação requer um esforço rumo à inclusão. Cada um de nós terá seus desafios: às vezes, discriminamos questões políticas. Às vezes, opções sexuais. Outras vezes, atitudes morais. Discriminamos a violência. Ou a passividade. Talvez, grandes tragédias. Existem aqueles que discriminam até o amor, o perdão, a paz... Que sigamos no nosso trabalho, então. Eu procuro aprender, a cada instante. Olhando para a luz, e deixando que a treva exista. É uma questão de opção... E opção requer firmeza: mental e de atitudes. Então, queridos: firmeza no amor. Fiquem em paz.
Texto revisado
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Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |