ODE À PRIMAVERA ( La Primavera de Botticelli)



Autor Claudette Grazziotin
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 8/11/2005 5:26:35 AM
Na campina verde junto às fontes, graciosas, bailavam
a beleza, a voluptuosidade e a castidade, em plena liberdade.
Ali, andava Chloris sonhadora e errante
quando sentiu a lufada de uma brisa fresca e excitante.
Zéfiro tocou seu corpo, brincou com seus cabelos.
Apaixonado, acariciou sua face e fogoso
nos seus lábios insuflou-lhe um beijo ardente.
Falou ao seu ouvido num sussurro quente:
- És minha! E no fogo de sua paixão
tomou-a nos seus braços. Aconteceu o rapto.
E Eros aponta sua flecha
flamejante para a castidade, olhos cerrados.
Mas, o amor vence a paixão
de Zéfiro por Chloris.
Pela violência que a volúpia de tal desejo causa,
concede o deus etéreo, então, à natureza,
a fecundada Flora e sua beleza, como recompensa.
Mercúrio, com seu caduceu sustenta e repele
quaisquer nuvens negras para que
não perturbem, não violem toda essa pureza
que com Ela reina nos jardins de Vênus,
nos campos cultivados, sobre os montes; e,
que se espalha em um arco–íris de cores,
um sem fim de verdes,
incontáveis variedades de sementes
das mais lindas e delicadas flores.
Como se isso não bastasse, asperge Flora
sobre a paisagem, de mel, um suave aroma
que atrai mil borboletas, que faz bailar
e zumbir abelhas tontas, inebria beija–flores,
deslumbra os deuses, hipnotiza os homens.
A sensualidade do poderoso hálito
do deus dos ventos, Zéfiro,
opera a matamorfose da transformação
de Chloris na sublime Flora.
É o presente que à natureza e aos homens oferece,
aquela que preside a tudo que floresce;
doce, fecunda e casta estação da Primavera !
ILUSTRAÇÃO:A Primavera (1477 ), Alessandro di Mariano Filipepi, mais conhecido como SANDRO BOTTICELLI (Florença, 1º de março de 1445/17 de maio de 1510), pintor italiano da Escola Florentina.
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 9




Visite o Site do autor e leia mais artigos.. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |