Olhe o que está ao seu redor...
Atualizado dia 14/02/2008 16:08:52 em Autoconhecimentopor Maria Silvia Orlovas
Coube a mim fazer esse convite.
O que estava esperando não sei dizer. Apenas segui aquela voz interna que propôs convidar as pessoas para um domingo diferente no feriado do Carnaval. E estávamos lá. Observando as crianças, aceitando o convite de carregá-las no colo e de dar carinho. Porque as tias que cuidam delas não podem carregar, apenas cuidar.
Pensei: “Por que não carregar?”
Não tive coragem de perguntar, mas imaginei que fosse por conta de ser um número grande de crianças e que por isso não teriam colos para todas. Ou seria para não criar apego, dependência...
Uma visita desse tipo gera uma série de questionamentos, perguntas sem respostas, indagações internas que cada um faz para si mesmo, e muita observação. Prestamos atenção em como elas vivem, como são tratadas e observamos como nós vivemos, como nos tratamos, como cuidamos do nosso mundo. Parece que todos esses pensamentos fluem na mente de uma forma caótica e que somente nos dias seguintes é que tudo vai se acertando. O difícil se torna mais fácil e as coisas vão tomando o devido lugar.
Observando as necessidades daquelas crianças, percebemos que o que de fato importa na vida é o amor, o cuidado que ofertamos a quem está à nossa volta, aquilo que deve ser acolhido por nosso coração e o que deve ser descartado.
Percebemos as pequenas coisas...
Na chegada, fizemos uma pequena confusão arrumando as doações, pois era hora do almoço das crianças. Os pequenos tão carentes pedindo colo; pessoas comovidas dando de comer aos bebês... Muita coisa passou por nós.
Mas não pude deixar de observar uma cena significativa. Fernando, um menininho de 4 anos, falava alto, gesticulando as mãozinhas. A atendente do abrigo, olhando firme disse para ele: “Fernando abaixe as mãos, fale baixo. O que você quer?”
Não me recordo do que a criança desejava. Apenas notei o pedido dela: Abaixe as mãos...
O que será que ele carregaria nas mãos, caso tivesse a liberdade de se expressar livremente ao longo da vida. Um menino criado sem pais, deixado livre, para não dizer perdido, no seu destino, sem orientação. O que ele estaria segurando daqui a alguns anos?
Não pude deixar de me emocionar. Não foi um choro, nem uma dor, mas a constatação da nossa importância, da nossa presença na vida das pessoas.
Cada um de nós faz a diferença na vida dos que estão à nossa volta. Cada um de nós pode fazer ainda melhor essa diferença, porque o mundo depende de nós e nossa felicidade também depende do mundo.
Assim, meu amigo leitor, pergunto a você:
- Você tem consciência do que está oferecendo para o mundo ao seu redor?
Maria Silvia é terapeuta e escritora, trabalha com grupos voltados ao autoconhecimento. Venha participar do workshop Ancorando os Raios divinos.
Texto revisado por: Cris
Avaliação: 5 | Votos: 126
Maria Silvia Orlovas é uma forte sensitiva que possui um dom muito especial de ver as vidas passadas das pessoas à sua volta e receber orientações dos seus mentores. Me acompanhe no Twitter e Visite meu blog E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |