ORÁCULO BILL
Atualizado dia 1/23/2007 10:28:59 AM em Autoconhecimentopor Renato Winkler
Minha opinião? É simplesmente concordar com aquela que diz que a humanidade avança em conjunto, mas os passos decisivos são dados por indivíduos – sempre. Talvez as grandes bobagens da História e até mesmo crimes hediondos, como genocídios, sejam apanágios da ação social, coletiva. Mas quando acerta de verdade, produzindo um efeito principalmente benéfico e duradouro – pode ter sido produto de um mero palpite na cabeça de alguém.
Claro, há loucuras, simplesmente. Tentativas equivocadas, alucinantes, que não dão em nada. Ele mesmo – o Bill – tentou garantir uma patente e direitos autorais sobre a utilização futura dos dígitos binários, Zero e Um – imagine só! "Coisa de americanos", diriam os seus detratores (a propósito, o "Fantástico" editou na ocasião uma matéria jornalística).
Meus amigos no SOMOS TODOS UM,
a Estrada do Futuro (título de livro de Gates) existe, estamos caminhando por ela, inclusive, virtualmente e de fato. Diz-se que Bill Gates tem um outro sonho, conseqüência da realização do primeiro (criação do pc). E que está decidido e dedicado a realizá-lo, apostando nisso todas as suas fichas – e olha que ele tem fichas, hein! - pois deseja ver, até o fim de seus dias, cada habitante da Terra possuindo e usando um personal computer. E quem duvida dessa previsão do... Oráculo Bill?
Meu sonho é singelo, mas também diz respeito ao universo binário. Na adolescência, que foi há várias décadas, pois estou agora entrando na melhor idade, senti-me apaixonado pelos hexagramas chineses do I Ching. Confúcio também sentiu essa paixão, só que depois dos 40 recolheu o oráculo que já existia na China desde sua mais remota antiguidade, leu, estudou, meditou filosoficamente, escreveu seus preciosos Comentários (que hoje são um importante adendo àquela obra). E o oráculo tornou-se o Livro das Mutações – I Ching, literalmente considerado que se tornou um dos quatro clássicos confucianos, ao lado do Livro da História, da Poesia, da Música.
Muita gente boa, boa mesmo, se apaixonou, desde então: Richard Wilhelm, que foi seu introdutor no Ocidente, Carl Jung, Hermann Hesse, Maurice Béjart (sim, o célebre bailarino e coreógrafo francês), sir Winston Churchill... a lista é inumerável. Fissurado pelos 64 hexagramas, achei os 32 pentagramas egípcios do Livro do Destino (Book of Fate, editado em Londres, 1822), e depois, os 16 búzios do Candomblé (que é tão somente o Oráculo de Ifá, iorubá, africano).
Se você já percebeu a relação entre esses números, que propositalmente coloquei em negrito (64, 32, 16), então está prestes a compreender a piração a que a paixão inicial me levou.
Se tive algum mérito foi a ousadia de pensar livremente e pôr em prática o que resultava desse pensar. Desenvolvi um método oracular binário, construí esquemas oraculares, grandes e pequenos, e inventei o Jogo Oracular. O livrinho que ensina a esquematizar e fazer o Jogo, ou seja o Guia Oracular. Nunca virou um best-seller! O Guia foi editado fortuitamente pela Editora Agora (SP), cuja gerente editorial descobriu meu trabalho num centro de cultura alternativa. A empresa, porém, intelectualmente honestíssima, para sorte minha jamais explorou o filão representado pelo boom de esoterismo dos anos 90. E um fato que considero extraordinário, pela total coincidência: o livro foi lançado no Degas, o restaurante do MASP, em meados de agosto de 1987 – em perfeito alinhamento, que pareceu depois intencional – com a Convergência Harmônica prevista no calendário maia (Tzolkin). Segundo José Arguelles, seria então, a última oportunidade para um esforço conjunto de eventos em escala mundial "capazes de mudar o curso do Armagedon". Tomara...
Depois disso, veio a enxurrada digital: só se falava em 64k, 32k, 16k, memória ram, interface e o escambau; você sabe, os bits & bytes inundaram nossa vida. Passados muitos e muitos anos, ainda tenho na cara os mesmos olhos arregalados de quando, certa manhã de sábado, em visita, conversei com o Professor King, erudito nigeriano, no Centro de Estudos Africanos, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, na Cidade Universitária (USP). Respondendo à minha pergunta, o mestre não tinha uma explicação para o número de odus (que são empregados pelo babalorixá no jogo de búzios), ou seja, 256. Veja você, a progressão binária: 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1024...
Em resumo, as linhas inteiras-e-partidas do I Ching estão em relação direta com os símbolos (* e **) egípcios, com búzio aberto/búzio fechado lançados na peneira do pai-de-santo, e com os dígitos binários, zero e um. Por que esses são os Oráculos binários e essa é a essência e a base do Jogo Oracular.
Renovo a você o convite de há muitos anos atrás, na última página do Guia Oracular: mantenha-se aberto ao Infinito. E, por que não? Vamos juntos criar o... Oráculo Bill?
[email protected]
Texto revisado por Cris
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