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Os estágios do desenvolvimento da consciência II

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Autor Aluisio Gonçalves da Silva

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 2/8/2010 5:43:48 PM


Passaremos agora a observar como funciona o estágio alienado. Para um desenvolvimento equilibrado dos pólos, a percepção e vivência com o estagio alienado é crucial para o crescimento humano. Na abordagem junguiana as polaridades são vitais, são tão importantes como o yin e yang na medicina Chinesa, que correspondem aos opostos complementares, por exemplo: o dia e a noite, o cheio e o vazio, o amor e o ódio, mãe e pai, o dentro e o fora e, etc.

A cristalização em um pólo pode ser danosa para a experiência humana. Aqui me refiro aos aspectos unilaterais, por exemplo; viver apenas os chamados da vida consciente e ignorar os aspectos inconscientes pode ser um risco à saúde psíquica e física, assim como o contrario também é verdadeiro.

Voltando à alienação, embora o ego inicie sua jornada em um estado inflacionado ele não poderá permanecer neste estado indiscriminado e divinizado. Na alienação, a realidade frustra as expectativas inflacionadas, deste modo ocorre um estranhamento entre o ego e o Si-mesmo. Esse estranhamento para Edinger (1995) é simbolizado por imagens como quedas, exílio, ferida sem cura etc. Quando essas imagens aparecem o ego não foi apenas castigado, mas foi ferido, podendo ocorrer um dano no eixo ego - Si-mesmo.

Segundo Edinger o eixo ego - Si-mesmo representa uma conexão primordial entre esses dois centros (ego e Si-mesmo), essa conexão deve permanecer no decorrer da vida para que o ego suporte as tensões e se desenvolva.

O eixo trata-se de um canal de comunicação entre os aspectos conscientes e a psique arquetípica. Vivências extremas e brutais, principalmente na infância, poderão levar a uma falha ou mesmo a uma ruptura com a conexão entre consciente e inconsciente e provocar a alienação do ego com relação à sua origem e fundamento (Si-mesmo).

Podemos perceber que o estado de inflação leva a criança a uma identificação do ego com o Si-mesmo, já na alienação o ego irá experimentar uma separação do Si-mesmo imposto pela realidade externa. Esses dois movimentos são necessários para o desenvolvimento da consciência, tanto da criança como do adulto.

Para a criança os pais são imprescindíveis no desenvolvimento da consciência, como veremos a seguir.

No caso do ego de uma criança, ele experimenta uma vivencia muito concreta do Si - mesmo na relação com a mãe. Segundo Edinger:

A criança tem de si mesma uma experiência bem concreta de ser o centro do universo. A mãe, a princípio, responde a essa exigência; conseqüentemente, os relacionamentos iniciais tendem a encorajar a criança a pensar que seus desejos constituem uma ordem para o mundo - e é absolutamente necessário que assim seja. Se a dedicação total e constante da mãe à necessidade da criança não for experimentada, esta não poderá desenvolver-se psicologicamente. (Edinger, 1995, p.33.)

Como podemos perceber o amor maternal é essencial para a criança suportar a rejeição que a vida inevitavelmente impõe, uma parte da estrutura do ego vai depender dessa relação primária entre mãe e filho, pois sabemos que mais cedo ou mais tarde o mundo começa necessariamente a colocar limites nas exigências feitas pela criança.

Segundo Neumann (1996), a mãe e o filho experimentam o relacionamento primário, no qual a mãe é a fonte de orientação, proteção e nutrição.

Caminhando nesta linha de reflexão, ou seja, a mãe como representante do inconsciente chegamos ao arquétipo materno que compreende não somente a mãe real de cada pessoa, mas também todas as figuras de mãe no papel de apoio, nutridora, protetora e acolhedora. (Isto quer dizer mulheres em geral, imagens míticas de mulheres como, por exemplo: Virgem Maria, Mãe Terra, Deméter e Avó).

O arquétipo materno inclui aspectos tanto positivos quanto negativos, sendo os aspectos positivos: nutrir, acolher, proteger etc. Os negativos seriam: a mãe ameaçadora, dominadora, controladora entre outros. Assim finalizo esta breve apresentação do papel materno e sua influência no desenvolvimento tanto da consciência como para o crescimento da criança.

Espero que tenha ficado claro o quanto à mãe é vital para uma estruturação do ego, principalmente no inicio da vida, pois, a criança, recebendo esse amor incondicional da mãe estará com maiores chances de estruturar o ego para suportar os limites e frustrações que a vida coloca.

Passaremos agora ao arquétipo paterno: o pai, na abordagem Junguiana, tem a função de separar a criança da mãe, pois, como foi mostrado anteriormente, a criança, na fase inicial da vida, forma um todo com a mãe, tanto nos aspectos físicos quanto emocionais desde a gestação. No momento do parto acontece a separação física da criança com o corpo da mãe, no entanto a criança permanece ainda psiquicamente ligada à mãe.

O arquétipo materno como já vimos está relacionado ao inconsciente, já o arquétipo paterno ou masculino está associado ao desenvolvimento da consciência.

O pai enquanto terceiro elemento, na dinâmica familiar é importante na estruturação do ego, principalmente no que está relacionado ao desenvolvimento da consciência.

Poderíamos refletir que sem a figura masculina a criança correria um risco de ficar presa no universo inconsciente.

De acordo com Neumann (1995), o patriarcado representa à estação solar, na qual é instalada a relação da criança com o mundo e a lei. A presença do pai na relação mãe e filho proporcionam uma ruptura na simbiose e onipotência infantil. Através da figura paterna se instala o princípio de realidade, adiamento do desejo e separação da criança do mundo materno. Com a figura do pai a criança tem a possibilidade de sair da relação de exclusivamente que vive com mãe.

O pai, portanto, frustra a criança e mostra a ela a realidade externa, o terceiro elemento entra em cena. Daí a importância do pai no desenvolvimento da consciência, bem como no desenvolvimento infantil.

Segundo Jung (2002), atrás do pai pessoal existe o arquétipo do pai, o arquétipo paterno existe antes mesmo do pai, aí esta o segredo do poder paterno. Quando falamos do arquétipo paterno é preciso compreender que através dele instaura-se a ordem, cultura, disciplina, as relações de poder, respeito às hierarquias e autoridade.

À medida que a criança vai integrando o conhecimento através das experiências parentais, ela poderá compreender, na relação com o pai, a colocar limites em si mesma e no outro.
Temos aqui as polaridades do arquétipo paterno. Em termos positivos ele representa; a ordem, estabilidade, segurança, responsabilidade e autoridade. Nos aspectos negativos encontramos a impotência, impulsividade, depressão, desumanização, sofrimento, rigidez etc.


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Aluisio Gonçalves da Silva   
Psicólogo Clinico, formado em 1998 pela Universidade São Marcos. Especializado em Abordagem Junguiana pela PUC. Especializado em Psicologia Hospitalar pelo Núcleo Paulistano. Especializado em Acupuntura. Psicopatologia e Psicofarmacologia pelo Sede Sapientiaes.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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