OS MESTRES E O DISCERNIMENTO ESPIRITUAL
Atualizado dia 11/17/2007 2:49:09 PM em Autoconhecimentopor João José Baptista Neto
Desse modo, prestam toda a sua atenção aos supostos mestres que usam vestimentas insólitas e de cores chamativas, ou que usam turbantes e estranhas gemas. O sujeito de aparência comum passará seguramente inadvertido, ainda que seja um grande e genuíno mestre.
O problema reside em que pessoas que têm tido algum tipo de contato com o esotérico, difundem a crença de que os mestres são seres etéreos que vivem isolados da matéria e que não necessitem talvez comer, defecar e nem respirar. Pensam que a espiritualidade deverá transparecer de tal maneira que o sujeito será sempre incrivelmente formoso, vidente, telepata, possuidor de um estado contínuo de desdobramento e que repudie as coisas materiais.
Para o vulgo, um mestre espiritual não pode ser de aparência comum. Deve ser muito ancião; fazer milagres; viver em um templo, gruta ou retiro. Deve vestir-se de maneira diferente; ter uma biografia cheia de eventos milagrosos e ter tido como mestre alguma autoridade superior a ele mesmo. Um homem estelar! Segundo esses critérios deveria parecer um extraterrestre; usar gemas provenientes de outro planeta e vestir roupas de estilo galáctico.
Nada disso, por certo, corresponde ao real já que um autêntico mestre não se diferencia em nada do homem comum, e assim deve ser precisamente. Muitos bobos perguntam de onde vem a autoridade de determinado mestre, acreditando talvez que se alcance esta condição por delegação de funções de uma espécie de "sindicato de mestres".
Nisso influi consideravelmente o costume dos títulos profissionais, dignidades outorgadas pela sociedade aos que têm êxito em determinadas matérias. Provavelmente, se considera que se chega a ser mestre da mesma forma, isto é, sendo nomeado por um comitê de autoridades superiores. É preciso assinalar que a condição de mestre corresponde a um nível de desenvolvimento espiritual e não a uma dignidade outorgada por outras pessoas, mesmo que para chegar a ser mestre seja preciso fazê-lo sob a direção de alguém que já possua esse dito estado de consciência.
Existe por acaso algum tipo de documento que possa certificar que "fulano de tal" possui um estado de consciência determinado? Tal suposição é absurda, já que o nível consciente se demonstra na prática, e não pelo aval de supostos colégios superiores de iniciados ou mestres. A maestria é um estado de consciência alcançado dentro do mecanismo das leis da natureza, não uma concessão graciosa de alguma divindade ou autoridades superiores.
O autêntico mestre é reconhecido invariavelmente pelos guardiões ocultos que existem no plano da energia-mente, e só estes, ao reconhecê-lo como tal, podem dar-lhe o passe para atuar em determinados contextos. Esses guardiões a que nos referimos são grandes mestres da antiguidade que vivem sem corpo físico, e que têm por missão manter a pureza do conhecimento hermético, evitando que seja contaminado pelas ambições pessoais de pseudo-mestres. Esses seres se encarregam de anular os estudantes de hermetismo que chegaram a obter certos conhecimentos e pretendem fazer mau uso deles.
Perguntemos a nós mesmos qual a diferença entre um menino e um adulto e o óbvio da resposta nos permitirá de maneira equivalente separar o falso mestre do autêntico, já que só o desenvolvimento efetivo do ser estabelece a diferenciação.
John Baines
Pseudônimo do ocultista chileno Dario Salas
Extraído do livro "El desarollo interno".
Comentários
Pelo que está dito acima, é totalmente dispensável a transmissão iniciática sob o aspecto material (ordenações, investiduras e elevação de grau) por um mestre “material”, pois esse nunca seria capaz de avaliar o grau de desenvolvimento interior daquele que está sendo investido ou ordenado. Segundo o autor, somente os Mestres da Espiritualidade é que teriam essa condição de avaliação.
Seguindo essa linha de raciocínio, vemos que está correta quando perguntamos quem foi o mestre “material” de Jesus. Quem foi o mestre de Stº Antônio de Pádua, que fez muitas maravilhas e milagres? Será que foram aqueles que o discriminavam colocando-o para só fazer as funções inferiores do monastério, como lavar pratos, etc.? Claro que não. Indiretamente, sim, pois em sua solidão pôde ansiar com mais intensidade pela realização crística.
Em tais casos o axioma “Quando o aluno está pronto o Mestre aparece” é mais verdadeiro do que nunca. Aí começam a surgir as sincronicidades, as intuições fortes, alguns fatos inexplicáveis e o aluno começa a ser notado. O que um mestre “material” sincero e honesto pode fazer é propiciar ao aluno as melhores condições para que possa continuar evoluindo, não deixar que ele seja contaminado pela vaidade e orgulho, avareza e projeção social. E não, dar-lhe um nome iniciático, um ‘mantra’ e revelar-lhe um ‘segredo’.
A evolução espiritual se dá pela introspecção, pelo “Conhece-te a ti mesmo” associado com temas espirituais e humanitários puros e elevados.
Fraterno Abraço.
Cavaleiro Templário
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 5
Visite o Site do autor e leia mais artigos.. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |