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Para Onde Estamos Indo?

Atualizado dia 10/9/2007 3:25:45 PM em Autoconhecimento
por Maria Alice Leonardi


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Hoje, aliás não bem hoje, por esses tempos de agora, “descobri” o Parque do Ibirapuera! Parece bobagem, não? Mas não é! Eu era uma grande preguiçosa de uma geração que cultuava a mente, o intelecto e dava pouca atenção ao físico e, quem sabe, até à saúde, pois em nossa época não havia tanta doença infecto-contagiosa se alastrando por aí; quando havia era dentro dos prostíbulos e a tal da Aids, nem sonhava existir.

Tanto é que grande parte dos meus colegas eram boêmios, mas daquela boemia sã, criativa, engraçada, com papos intelectualizados, tão gostosa que não dava vontade de voltar para casa, porque sono que é bom, nem passava perto!

Estou falando dos estudantes do Largo São Francisco e depois seus advogados formados por aquele templo do saber, cuja concorrência é pouca. Quase não existia porque só depois de muitos anos apareceram a Universidade Presbiteriana Mackenzie, famosa por sua Engenharia e a Pontifícia Universidade Católica (PUC).

Contudo, os boêmios mesmo, eram os da São Francisco. Talvez pela herança deixada pelos poetas que por lá passaram como Castro Alves, Fagundes Varela, José Bonifácio e que continuou como tradição para as turmas que vieram depois como Jânio Quadros, Emilio Carlos, Alcântara Machado, com a oração que fez aos acadêmicos de 32 que estavam nas trincheiras defendendo São Paulo, e por conseqüência o Brasil, porque como vanguardistas, queriam e lutaram por uma Constituição!

Se deixo de citar mais franciscanos é porque foram tantos e bons que contribuíram com esta nação. Foram Presidentes da República, Deputados Federais (quando era só de gente honrada), Senadores da República, que não se vendiam, homens confiáveis que, se tinham amantes era bem às escondidas, e seu sustento era com dinheiro da própria fortuna, jamais do erário público, como esse tal Renan Calheiros cuja “cara de pau” é tão grande que deveria ser Renan Galheiro.

Mas, deixando as coisas mais de lado, quero voltar ao que foi uma época áurea, onde o político era de uma respeitabilidade à toda prova (e não venha um analfabeto querer desmoralizar só porque ele não é), os advogados eram o escol da sociedade, as pessoas mais respeitadas e cultuadas, porque eram íntegros (não que hoje uma grande parte não seja), eram honestos. Eram os homens mais sérios da nação, eram o exemplo, o que falavam era acatado imediatamente porque não erravam nos seus pareceres, “não chutavam”, entendiam de leis, da sociedade, da importância da justiça numa democracia!

E, por incrível que pareça, na mocidade foram levados, boêmios, mas de uma maneira sã, não havia droga; aliás, as únicas eram o cigarro e o álcool! Contudo, mesmo de “pileque” eram altamente produtivos.

Mas, porque dei essa volta toda para falar que depois de 20 anos no bairro, descobri o Ibirapuera? É que me deu uma saudade do que foi São Paulo... Era um lugar ameno, onde as pessoas todas se cumprimentavam sorrindo, tirando o chapéu... Neste bairro em que moro era tão agradável, tão amigo, tão cheio de amor entre seus moradores, que recebeu até o nome de “Vila” apesar de ser um bairro enorme!

O Ibirapuera, eu me lembro, pois quando criança minha madrinha morava aqui, era o quintal ou jardim da nossa casa. Todo mundo se encontrava lá, todo o mundo se conhecia e era amigo!

Hoje ele continua até mais bonito que antes, continua sendo freqüentado e bem freqüentado, mas... as pessoas não se cumprimentam mais, não se olham mais, ninguém se conhece e, pelo visto, não fazem questão, pois muitos correm com fones de ouvido, não querem ser incomodados; outros com atenção total aos seus cachorros de luxo, nem prestam atenção à sua volta.

Alguns levam amigos ou o cônjuge e só falam entre si; não percebem coisas como um senhor que todos os dias toca belas músicas em sua sanfona e ninguém nem escuta. Parece que ficaram surdos. Não prestam atenção também num outro senhor que todas as manhãs caminha o parque inteirinho de costas... Os poucos que percebem pensam que ele é louco! Será?

Todos os dias vemos as mesmas “caras” e ninguém se cumprimenta, não fazem o que no tempo da minha madrinha faziam, que era dar um grande e sonoro “Bom Dia” e o dia ficava bom para todo mundo. Sim, porque essa palavra é mântrica, aliás como todas as palavras são energia... mas nós não a usamos mais com tanta freqüência, preferimos um computador!

Será que não acabaremos esquecendo de falar? Então, mesmo por escrito eu desejo um BOM DIA para você que está lendo esta crônica!

Por Maria Alice de Andrade Leonardi

Texto revisado por Cris

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