Menu
Somos Todos UM - Home

PARA SENGHOR

Facebook   E-mail   Whatsapp

Autor Claudette Grazziotin

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 8/18/2004 6:48:07 PM


Senghor,

tenho nas mãos "Poèmes".

Abraço–o com amor e vibro.

Minhas mãos

calcinam-se no fogo

de tuas palavras crepitantes

que se incendeiam

no sol escaldante dos desertos.

Meu coração bate forte

contra teu livro,

pulsa com teu coração

num ritmo sincopado

de "tam-tams", "balas",

e "khalans".

Ecos de uma África

tão distante de nós

e tão dentro de nós.

Tu estás aqui.

Um vento alísio

te trouxe.

Eu estou aí.

Leva-me, uma saudade ancestral e

um aroma de "gongo" que exala de mim.

Planto-me em tuas areias,

flor do deserto.

Corre livre, minha alma, pelas tuas savanas.

E à sombra dos teus baobás, descansa

sua nudez inocente e sua lira.

Minha sede de beleza, sacio

na vertente pura da tua inspiração,

que se modela na fecundidade

das tuas cheias.

Teu canto, meu canto.

Dois, somos nós,

mas, o coração da poesia é Um.

11.06.2001
(*Leopold Sedar Senghor, o Poeta da Negritude, faleceu em 21 de dezembro de 2001, aos 95 anos de idade, na França, onde residia.)

PEQUENA BIOGRAFIA:
Léopold-Sédar Senghor nasceu no dia 9 de outubro de 1906, em Joal, cidade costeira ao sul da capital do Senegal, Dakar. Filho de pais ricos, teve uma infância sem problemas. Estudou em Paris, onde conheceu Césaire, com quem estabeleceu os fundamentos da "Negritude". Em 1945 é eleito deputado no Senegal e publica suas primeiras poesias: "Chants d´ombre". Em 1960 torna-se o primeiro presidente da República do Senegal, cargo que manterá até 1980. Doutor "Honoris Causa" de várias universidades, é eleito, em 2 de junho de 1983, como membro da Academia Francesa de Letras.

*** Léopold Sédar Senghor predizia: “Os africanos servirão à humanidade restaurando, com outros povos, a unidade do Homem e do mundo, reconciliando o espírito, o coração e a carne, o grão de areia e Deus.”
Senghor foi um dos maiores divulgadores da negritude, que se consolidava como um movimento cultural de resgate/construção da identidade negra, buscando desvelar a alma negra cuja característica essencial seria a emoção: "A emoção é negra, assim como a razão é helênica" (13). A atitude do negro frente ao mundo e aos outros é de abandono e comunhão. Em si o negro é um campo de impressão, que através da sensibilidade descobre o outro. Da mesma forma que nesta interação ele não vê o objeto, mas o sente, "é na sua subjetividade, no limite de seus órgãos sensoriais que ele descobre o outro" (14).
(13)"L´émotion est nègre comme la raison est hellène." L. S. Senghor, in AZOMBO-MENDA e ENOBO KOSSO, op. cit., p. 29

14. "C´est dans sa subjectivité, au bout de ses organes sensoriels quil découvre lautre." Ibidem, p. 29
retirado de
*** As Filosofias Africanas e a Temática de Libertação - Euclides André Mance(1)
IFIL - Instituto de Filosofia da Libertação - Curitiba, 1995
Gostou?    Sim    Não   

starstarstarstarstar Avaliação: 5 | Votos: 9


estamos online   Facebook   E-mail   Whatsapp

foto-autor
Conteúdo desenvolvido pelo Autor Claudette Grazziotin   
Visite o Site do autor e leia mais artigos..   

Saiba mais sobre você!
Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui.
Deixe seus comentários:



Veja também
© Copyright - Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução dos textos aqui contidos sem a prévia autorização dos autores.


Siga-nos:
                 

Energias para hoje



publicidade










Receba o SomosTodosUM
em primeira mão!
 
 
Ao se cadastrar, você receberá sempre em primeira mão, o mais variado conteúdo de Autoconhecimento, Astrologia, Numerologia, Horóscopo, e muito mais...


 


Siga-nos:
                 


© Copyright 2000-2025 SomosTodosUM - O SEU SITE DE AUTOCONHECIMENTO. Todos os direitos reservados. Política de Privacidade - Site Parceiro do UOL Universa