Parabéns a você, mulher!
Autor Nelson Sganzerla
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 3/5/2009 2:57:18 PM
Outro dia tive a felicidade de ser convidado a participar do evento MULHERES DO BRASIL, realizado por algumas revistas femininas da Editora Abril.
Nesse evento, discutiu-se o papel da mulher no contexto modernidade, mulher multifocada em todos os assuntos que compete à vida.
Óbvio que nós homens fomos rechaçados em um tom pejorativo pelas debatedoras, mas nada tenho contra, afinal sou um fã incondicional da mulher moderna. Acontece que todo e qualquer debate do gênero, sempre tende a cair no clichê - homem X mulher - onde os deveres, a competência dos dois se entrelaçam e caem na mesmice do valor do homem e do valor da mulher.
Discutiram-se os valores da mulher européia, que desprovida do estereotipo, magra bonita e sensual, toca seu dia-a-dia independentemente do que considera a mídia e do que acham seus maridos a respeito delas mesmas.
Claro que em um continente pós-guerra os valores são muito mais significativos que um corte de cabelo, unhas bem feitas ou uma silhueta magra e retilínea.
Falo aqui de mulheres que aprenderam com suas mães a lutarem pela sobrevivência, sem ter os maridos; mortos em combate, ou campos de concentração, filhos desaparecidos no front e coisas do gênero.
Mas, quando trazemos essa realidade para o nosso país descoberto há parcos quinhentos anos, livre de guerras e com uma cultura tupiniquim devastada pelo próprio europeu, em sua colonização, a história tende a mudar; pois, somos inferiores no que diz respeito a tempo de existência e a experiências traumáticas do pós-guerra; somos muito novos e, eu diria, engatinhamos culturalmente.
Tudo o que procuramos trazer para o nosso quintal -e que não reflete a nossa realidade - é o mundo da mídia, onde o mercado fashion parisiense domina de braçada, daí as magras silhuetas, as loiras madeixas e o andar de passarela diferem muito da mulher européia comum, “aquela que levanta cedo disposta a encarar um chão de fábrica de uma montadora de veículos e que os homens confundem o seu andar com o deles próprios”, palavras de uma das debatedoras.
O Ponto é que a mulher brasileira -é óbvio- que além de mais bela, é diferente da mulher comum européia; seus valores são outros e a sua realidade cultural também é certamente diferente de toda a comunidade européia, com anos luz à frente; tanto é verdade que um gringo nas praias cariocas chega às raias da loucura.
Feito esse paralelo, quero aqui me centrar única e exclusivamente no universo feminino, que acho que é o cerne da questão.
Tive a felicidade de morar por meses na Califórnia, e lá a oportunidade de conviver com algumas mulheres da América do Norte e pude conhecer também mulheres européias e asiáticas.
Eu afirmo que a mulher brasileira deixa no chinelo, qualquer outra mulher; seja pela capacidade de convívio com outras culturas, ou pelo seu peculiar jogo de cintura para sair de saias que chamamos justas, e acima de tudo, pelo olho no olho.
Mulher nenhuma do mundo te olha no olho da mesma maneira que a mulher brasileira o faz; quando chora, quando sorri, quando conversa, enfim, quando quer ser notada.
Mulher nenhuma no mundo possui a doçura que tem a mulher brasileira. Deixando de lado a minha retórica de Don Juan, quero aqui me estender um pouco mais nesse dia-a-dia, desse universo maravilhoso de vocês, mulheres. Entendo e vejo a mulher brasileira como uma Joana D´arc em sua batalha familiar.
Sei muito bem que enfrentam o machismo de uma cultura que a moldou lá atrás como a dona de casa ou a senhora das “prendas domésticas”, e nessa missão inclua-se (café da manhã, limpeza da casa , almoço, banho nas crianças, preparo do jantar e ainda deixar-se faceira para o marido, que chega da rua estressado). Óbvio que, no século XXI, algumas dessas tarefas mudaram, mas não diminuíram, pois existe o mercado, o colégio do filho a fila do banco; ou seja, as tarefas aumentaram. Ah! Existem o cabeleireiro e a ginástica, afinal, marido nenhum suporta uma mulher desleixada, não é assim? Mas eu digo aqui e não quero ser demagogo, mesmo parecendo, principalmente aos olhares masculinos que aqui me lêem; vocês, mulheres, possuem uma força que desconhecem e vocês mesmas tendem a subestimar esse poder.
Concordo plenamente quando uma das debatedoras disse que vocês são multifocais e eu diria multitarefa. Homem algum dá conta do dia-a-dia como vocês dão, e eu diria até mais: nas empresas, vocês são competentes ao extremo e já vai longe o dia em que nós, homens, ousávamos a encará-las de igual para igual.
Infelizment e existe sim o lado cultural burro, o lado cultural machista de querer achar que somos superiores, e digo mais: a própria mídia é responsável por isso, quando as colocam frágeis e carentes de amor, e o pior é que muitas de vocês acreditam nisso.
Falo e afirmo a você, mulher brasileira, que eu um reles mortal não a troco, por mulher de outra nacionalidade qualquer. Neste assunto sou um nacionalista de carteirinha, fico triste por muitas vezes nós, homens, não darmos a vocês o devido valor, e me coloco aqui entre esses homens.
Não é uma questão de mea culpa e sim uma constatação da realidade, vocês procuram como nós, homens, amar e serem amadas e, particularmente, tenho a certeza de quem nessa vida conseguir realizar o desejo de ser amado e viver acima de tudo do amor de vocês, mulheres, é um felizardo, porque você, mulher brasileira, é tudo de bom, guerreira, mandona, chata, sensível, delicada, sensual; o avesso da mulher nota dez, mas que não vivemos sem.
Pense nisso.
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