Pelo emergir do sentimento dos Andes
Autor Claudette Grazziotin
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 6/22/2004 1:51:05 AM
CERIMÔNIA DE OFERENDA E PEREGRINAÇÃO PARA O DESPERTAR DOS ANDES
SOLSTÍCIO DE INVERNO 21 DE JUNHO DE 2004 – TIWANAKU
Pelo emergir do sentimento dos Andes
Neste Novo Tempo, emerge a espiritualidade dos Andes, expressada em música e dança respondendo ao chamado da eternidade.
Desde tempos imemoráveis, nossos ancestrais, realizavam cerimônias com a vibração da música unida ao sentimento e à consciência, tendo plena sabedoria da força do som e do que se podia transmitir através do mesmo. A música nos Andes é espiritual, expressa em cada nota o sentimento de unicidade entre o ser humano e o Universo em toda sua manifestação, dando-nos a possibilidade de nos conectar plenamente com o Cosmos, com o grande espírito, de retornar à Pacha, à Grande comunidade, e de podermos recuperar as sábias mensagens de tempos ancestrais onde nossos grandes avôs e avós, forjaram um sentimento e um Grande Plano para o tempo atual, em que o Ocidente submergiu num esquecimento a muitos seres, querendo apagar a memória daqueles ensinamentos sábios que nos deixaram nossos ancestrais, e que através de nossa história falada e de nossa música se está recuperando para todos seus herdeiros.
Nossa música, sendo de caráter comunitário, não só a nível humano, permite a interação com os elementos da Natureza, espíritos que comungam com os espíritos dos seres humanos.
No caso da música emitida através dos instrumentos de vento, como o são os Kantus e todo ritmo interpretado com sikus (zampoñas) ou com qualquer instrumento ancestral de vento, é com o Wayra Tata, o senhor dos ventos, que se entra em contato, o espírito que percorre o planalto emitindo um som ao entrar em contato com o wichhu (palha brava dos Andes), que estremece o coração do andino inspirado com a força telúrica. Wayra Tata, é o espírito do vento, “sikun”, o espírito que inspira a música.
O som profundo dos bombos e tambores conecta a força telúrica da Pachamama, com as batidas do coração. Por outro lado, situando-nos no tempo presente, e nossa projeção comunitária para o futuro, sabe-se que os grandes seres de terras originárias de muitas partes do mundo, esperam uma resposta dos Andes, tendo conhecimento de que a energia que tem sido por muitos anos irradiada ao mundo desde seu epicentro na Montanha Kailas e a Lagoa Hakas, no Tibet, está atualmente dirigindo-se a esta parte do mundo, Os Andes, até encontrar seu epicentro em nosso Lago Sagrado Titikaka no ano 2012, ano em que têm seu termino as profecias Maias, e que além do mais, os Amawtas (Sábios Anciãos), fixaram um encontro mundial no Templo de Tiwanacu, para receber esta Nova energia.
Este novo tempo, Pachakuti, no calendário Andino, iniciou-se no ano 1992, tendo sua expressão física através do eclipse do Sol, o Intijiwaña, a morte de um sol que dá lugar ao nascimento de outro sol (Intiyuriña) no ano 1994. e que teve seu epicentro na Montanha Thunupa no Salar de Uyuni. Assim mesmo, estas mudanças que estão se dando neste Novo Tempo, estão repercutindo nas estruturas sociais, políticas e econômicas como o estamos vivendo em várias regiões do planeta, especialmente na América Latina e nosso país, como um chamado forte para uma sociedade de justiça e igualdade COMUNitária.
Por estes grandes ensinamentos dos quais somos herdeiros, inspirados por um sentimento comum, unidos neste tempo por um sonho que é o Novo Amanhecer do Andes, Jacha Uru, e sendo nossa solicitação sermos participantes ativos deste processo, já é tempo de unificar energias para acordar no novo tempo, e cumprir com nossa missão pelo emergir pleno dos Andes para o mundo, com todo seu esplendor e seu impulso.
É por isso, que a força ancestral convida a:
- Comunidades originárias.
- Conselhos de anciãos.
- Conjuntos interpretes de música ancestral.
- Pessoas, organizações em geral
- E todo espírito
Que tenha o sentimento e o propósito de:
“Unificar o som de milhares de sikuris (pessoas que tocam sikus), numa cerimônia para nos harmonizarmos desde o interior com o Universo através do som, e fazer emergir a mensagem dos Andes para este tempo, acordar nossas Wacas sagradas, canalizar a força telúrica da Pachamama, e dos Achachilas (nevados sagrados), unir-nos à vibração do Universo através do Wayra Tata, e acordar do sono profundo no qual submergiram muitas pessoas, para o bem comunitário de todo o Universo. Recuperar-nos plenamente, estar lúcidos do tempo em que estamos vivendo e pôr-nos à altura do mesmo, a fim de ser capazes de responder com consciência e podermos construir os pilares de uma nova sociedade, em base a ensinos de nossos ancestrais, tais como, a harmonia com toda a Natureza e o Ayni (a reciprocidade), como pontos de partida para recuperar o Ayllu, a vida em comunidade, conformado por toda expressão de vida do Universo”.
JALLALLA! – QUE SE REESTABELEÇA A ORDEM DO VISÍVEL COM O INVISÍVEL.
É importante destacar, que no mundo, povos originários e pessoas em geral, identificadas com este propósito, estão realizando muitas cerimônias que em essência têm o mesmo propósito, é assim que no dia 21 de Março de 2004, Equinócio de outono, a Nação Otomí, no México, através do Conselho de Anciãos e guardiões de sua comunidade, realizou uma cerimônia que esperava reunir 8000 tambores sagrados, de todas as partes do mundo, tocando em pró da cura da Mãe Terra e em pró da vida e paz mundial.
Motivados pela referida cerimônia, damos continuidade à mesma, uma vez sincronizados os corações com a Pacha para um mesmo fim, através dos tambores sagrados, para que se expanda a mensagem a todos os corações através do vento, Wayra Tata, como o indicam nossos avôs e avós.
JALLALLA! – QUE SE REESTABELEÇA A ORDEM DO VISÍVEL COM O INVISIVEL.
Que o Sariri, Caminhante dos Andes, guie seus passos...
Qollasuyo Marka, Ano 40011.
[email protected], [email protected]
Correio Central, Caixa postal 12931. La Paz – Bolívia
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