Pessoas são as Chaves do Céu
Atualizado dia 12/2/2017 11:06:51 AM em Autoconhecimentopor Antony Valentim
A satisfação de um trabalho sério é construída na dedicação verdadeira e honesta de nos preocuparmos com as pessoas, com seus problemas, som suas frustrações, erros, quedas, desajustes e até más escolhas, sem julgamentos, sem condenações. As pessoas que nos procuram já estão sofridas demais, cansadas demais, aflitas demais, tristes demais, destruídas demais, para terem que ouvir lição de moral.
A verdadeira arte mística do terapeuta, do tarólogo, do esotérico, do cabalista, do radiestesista, seja lá qual for o foco central do trabalho que executa, está no exercício pleno e absoluto da orientação Crística:
“Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós. E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão”. (Mt 7.1-5)
Esse é (ou pelo menos deveria ser) o alicerce básico de todo e qualquer indivíduo que se coloca disponível no mundo para ajudar pessoas, em qualquer esfera terapêutica séria e profissional (sem aventuras). Afinal, não é mais do que o desdobramento da Regra de Ouro da Luz, proferida também pelo próprio Cristo, e por tantos ascendentes do bem, que o mundo já conheceu:
"Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles". (Mt 7.12)
A vida lhe dará o que você der à vida. Se a vida não estiver dando a você o que você gostaria, observe o que você tem dado à vida, e veja se há coerência com o que você deseja receber.
Quando falamos "dar à vida", não se limita a emanar pensamentos para o planeta, viajar nas ondas da meditação solitária ou mergulhar no oceano de orações e preces. Tudo isso tem seu valor, que não é pequeno, mas o instrumento, a ferramenta principal através da qual cada um de nós consegue a nossa própria evolução pessoal, são "as outras pessoas". Elas não estão em nossa vida por acaso, por erro ou por coincidência. Ignorância pensar assim.
Quando perguntamos "o que você está dando à vida?", estamos na verdade perguntando "o que e como você tem feito pelas pessoas?" "Você ajuda julgando e condenando? Ou sua misericórdia releva os erros de quem clama socorro?" "Se você estivesse no lugar do outro, que cometeu aquele erro, aquela falha, aquele deslize, ou que passa por condições e momentos difíceis, como você gostaria de ser tratado?" "O que você gostaria que alguém fizesse por você se você estivesse em uma situação ruim? E você está fazendo isso pelas pessoas que estão em uma situação ruim? Está fazendo por elas o que gostaria que alguém fizesse por você se fosse você a estar no lugar e condições delas?"
Não há erro na matemática da vida: quanto mais você fizer pelo seu próximo, sem julgar, sem condenar, sem querer tirar o cisco do olho da pessoa (quando você tem uma trave no seu), mais as coisas vão se encaixar na sua própria vida, porque é nisso que consiste o "pagamento do carma". Ninguem paga carma fazendo "rituais de queima de carmas". Você pode queimar a sua culpa, mas carma gerado se paga com ações práticas em prol do outro, seja para restituir a ele aquilo que você tirou dele em outra existência, ou para ampliar seu saldo positivo de boas obras, pois é esse saldo que realiza seus sonhos.
Quer saber por que está dando "tudo" errado na sua vida? Examine como e quanto você tem contribuído para que a vida de outras pessoas dê certo. Pelo menos metade das causas de suas insatisfações desaparecerão quando você compreender (e agir coerentemente) que é obtuso considerar que "ficar longe das pessoas e de seus riscos" seja a melhor estratégia. Na verdade, quem pensa assim, está apenas engatinhando na espiritualidade.
Nossa qualidade de vida na Terra é diretamente proporcional à qualidade de vida que proporcionamos (na soma geral) às outras pessoas, e não estamos aqui falando apenas daquelas pessoas de quem gostamos - pelos estranhos e até pelos inimigos, também conta, e muito.
Na verdade, nessa matemática, tudo conta, desde um sorriso honestamente gentil, passando pelo olhar de compaixão frente à dificuldade do outro, até movimentos mais concretos de auxílio e interferência física, profissional, financeira etc..
Só não se esqueça da regra de segurança: "A caridade não dispensa a previdência", portanto, "Não lanceis aos cães as coisas santas, não atireis aos porcos as vossas pérolas, para que não as calquem com os seus pés, e, voltando-se contra vós, vos despedacem (Mt, 7,6)", ou seja, ajude quem realmente precisa, pede, quer e está disposto a ser ajudado, porque os "cães" e os "porcos" (alusão a quem quer apenas lhe sugar como seres animalescos dependentes de suas energias) poderão comprometer a sua cooperação na Grande Obra do Senhor da Vida.
Você poderá dizer: "mas meus inimigos estão exatamente aí nessa classificação de pessoas que querem me despedaçar". Podem estar mesmo. Mas a estes, basta o seu perdão sincero, porque quem foi ofendido e perdoa, se liberta do problema, e ele fica apenas com o outro lado, até que o remorso estimule o arrependimento, mas esse é outro assunto.
É na restauração de pessoas que se encontra a verdadeira "chave do céu", e um dia, depois de sucessivas encarnações, a teremos, tanto quanto compreendermos que todo o bem que semeamos, mesmo no coração dos ingratos, é bem inalienável que conquistamos para nós mesmos.
Pensemos nisso!
Texto Revisado
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Antony Valentim é um ser comum, sem privilégios ou destaques que o diferenciem das demais pessoas. Devorador de livros, admirador de culturas religiosas sem preconceitos, e eterno aprendiz do Cristo. Mestre de nada, sábio de coisa alguma. Alguém como você, que chora, sorri, busca, luta, exercita a fé e cultiva no peito a doce flor da esperança. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |