Poder e autoridade!



Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 7/30/2012 5:46:41 PM
Poder e autoridade!
Temos visto algumas situações onde as pessoas, exacerbando do poder conquistado, desprezam ou não possuem a autoridade que, de correto, deveria ter-lhes conferido o poder, daí a expressão "o poder da autoridade". Possuir poder é ter para si a palavra final, a força que impõe. Possuir autoridade é deter o conhecimento, o domínio, a competência. O "poder da autoridade" é a força, sim, mas não a imposta e sim, a do conhecimento. A que convence, a que demonstra que sabe do que está se falando ou fazendo. Nos poderes públicos, principalmente, a desconsideração aos fatos e decisões que contemplem realmente as causas, visando apenas alguns aspectos que, muitas vezes atendem interesses de outras naturezas que não as em questão, está aumentando a quantidade de manifestações que poderão tornar-se extremamente danosas à sociedade.
Vejamos a "crise da aviação", acentuando-se após o trágico acidente onde mais de cem vidas se perderam. De um lado, o governo e do outro, uma categoria profissional que vem há muito apontando falhas e reivindicando melhores condições de trabalho, de equipamentos e até de descanso. Com relação aos equipamentos, muito dinheiro foi liberado, porém nem tudo foi concluído, haja vista as áreas "descobertas", agora aceitas pelos governantes, mas há até pouco tempo, desmentidas. Quanto ao descanso, vemos quadro de pessoal reduzido, excesso de horas trabalhadas (???), grande quantidade de aeronaves por profissional, etc. (as interrogações são apenas para lembrar: Será que não existem determinações que regem suas normas de trabalho? Se sim, não seriam cumpridas?).
Mas quero falar sobre o efeito que esse tipo de situação gera no ser humano e não das normas em si. O desrespeito ao estabelecido, com suas conseqüências nas pessoas. Os que assim têm agido não estão considerando que as pessoas, quando pressionadas, vão se sentindo cada vez mais acuadas, com dificuldades para se movimentar e então, em um determinado momento, há o rompimento do indivíduo com os referenciais que o mantinha submetido pelas pressões. Quando isso ocorre, para ele nada mais interessa. Sente que perdeu tudo que considerava importante e que respeitava. Então, agora tanto faz. Ele é capaz de tudo.
Quando esse fenômeno ocorre coletivamente, é muito mais sério, pois o Poder já não mais contém o grupo dominado e sob sua orientação. Vão perdendo o controle de tal forma que chega um momento onde nada mais resolve. O Poder sem a autoridade executa o pensamento linear, ou seja, para o efeito A, existe a causa A. Desprezam o sistema, sentindo-se donos deste. Perdem o raciocínio sistêmico, onde várias situações influenciam nos resultados, dificultando a determinação das causas, mesmo porque não há uma causa única. Os aeroportos estão quase que parados, um dia funcionam normalmente e quando tudo parece bem, tudo se atrapalha, impedindo que o esperado aconteça. Demissões, mudanças impensadas, pressões, ameaças, nada disso está conseguindo uma reação que traga a normalidade das operações. O sistema está se tornando um caos. Quem acredita que está tudo controlado está apenas se iludindo.
Quando se perde o referencial interno de valor e percebe que tudo pode desmoronar a qualquer momento, perde-se também o medo, perde-se o interesse pela manutenção dos valores internos, pois esses mesmos valores estão seriamente ameaçados externamente, muitas vezes já tripudiados pelos que mandam, então essas pessoas partem para o tudo ou nada.
No caso de uma só pessoa, pode-se substituí-la e pronto. Mas quando pessoas estão comungando a mesma causa em que o ceticismo pela ordem e respeito já prevalece, o desafio sai do campo da busca inovadora de soluções para o não acatar mais nada. Tomam também posições radicais: nada a perder, pois quase tudo já se foi. O sistema torna-se falido. Os poderosos já não têm mais o Poder. E nesse momento todos estamos perdendo. Para tudo há um porquê e pontos a serem respeitados, tanto para os que determinam como para os que realizam. Quando falta o conhecimento, a autoridade do saber, começam a construir suas próprias derrocadas, levando populações inteiras ao caos. É só olhar a história. Quantos poderosos, mas sem autoridade para o que se propuseram brincam com o que não podem perceber: o que vai dentro de cada um! E é simples, basta respeitar nossos semelhantes. Este é e será sempre o ponto de início.









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