Política e Espiritualidade
Atualizado dia 5/21/2006 7:25:39 PM em Autoconhecimentopor Fernando Tibiriçá
O que se passa no coração de um político? Até onde vai sua espiritualidade? Todos pregam a solidariedade humana mas acabam sempre envolvidos, direta ou indiretamente, com alguns desvios ou escândalos.
Desde pequeno acompanho a política. Em 1957 guardava recortes de jornais que falavam de Sierra Maestra, a revolução cubana e Fidel Castro. Ainda era uma criança. Política internacional sempre despertou um enorme interesse em mim. As guerras e suas razões no Oriente Médio, África, Ásia, América Central e todos os acontecimentos políticos das décadas de 60, 70, 80, 90 e de agora, sempre me fascinaram. Demorei para entender que tudo é obra da crueldade humana movida por interesses econômicos, políticos e até religiosos (ou conduzida por maus religiosos). E talvez a Terceira Guerra Mundial aconteça porque o coletivo assim deseja e será por motivos religiosos ou a fé religiosa dará o pretexto.
No Brasil, onde impera a impunidade, o interesse próprio, a corrupção, o desvio de caráter, a indecência e outras faltas de virtudes, a população reelege as mesmas pessoas dando o aval para situações descabidas. Infelizmente tem que se pensar nos semelhantes e esquecer o coletivo que mostra seus vícios e vota nos mesmos políticos.
E o pior é que nossos políticos se dizem religiosos ou praticantes de uma religião. Aparecem em missas, tomando bençãos em terreiros, assistindo a palestras do Dalai Lama, pedindo dinheiro para os pobres nos templos evangélicos e doando dinheiro para instituições de caridade como se isso garantisse o perdão de seus maus hábitos, perante Deus e a sociedade.
Recentemente, com as CPIs, pudemos ver políticos que sempre atuaram em esquemas de corrupção e extorsão, de 1970 para cá, posando de paladinos da justiça nos questionamentos aos suspeitos e testemunhas. Evidentemente que o resultado só poderia ser uma enorme “pizza”.
Toda pessoa deixará de ser espiritualizada ao se envolver com a política no Brasil onde a honestidade é sinônimo de incompetência ou burrice. Praticar política no Brasil é estar envolvido com pessoas ou com o meio político que é indecente e inconseqüente. Desde as secretárias até assessores: não escapa ninguém.
Nos últimos dias a cidade de São Paulo foi tomada pela violência praticada pelos protegidos dos maus políticos e maus policiais. Esses marginais não teriam fôlego se não houvesse a cobertura, há muitos anos, das autoridades que são beneficiadas financeiramente com o dinheiro do crime. As operações policiais poderiam servir para prender esses maus políticos e maus policiais. É o retrato do caos. A falência da sociedade. E o coletivo está envolvido porque, também, se beneficia com seus favores (dos criminosos) ou é obrigado a aceitar imposições, não esquecendo que a educação cultural do povo brasileiro mostra que o ideal é sempre levar ou tirar “vantagem”.
Os espaços conseguidos nos horários políticos fazem com que, através dos artifícios das imagens, todos os candidatos pareçam ótimas pessoas. Por que não falam de suas vidas religiosas ou de suas religiosidades? Por que não falam sobre caridade, solidariedade e compaixão olhando firme para a câmera? Mesmo sendo material gravado dá para se saber até onde vai a verdadeira sinceridade e a real autenticidade de cada um. Num país como o Brasil, se os políticos não falarem e agirem com o coração, não baniremos da nossa sociedade a crueldade, a impunidade, a desonestidade e todo o mal que acompanha o universo político. Afinal, vivemos tempos em que o bom político é o que sabe “aproveitar”.
As idéias e ideais de Jesus Cristo estão presentes nos livros e programas de partidos de esquerda e de direita, em todo o mundo. Até nos livros sobre anarquia. Todo o óbvio que Jesus pregava é apresentado por políticos que nunca praticaram o verdadeiro conteúdo das palavras de Cristo.
Que Deus, Jesus Cristo e toda a energia do bem que ainda está sobre a Terra (em breve ela se afastará) nos ajude nas próximas eleições, pois os eleitos ficarão em seus cargos até 2010, véspera do ajuste final. Vote em branco. Vote na paz.
Fernando Tibiriçá
Leia:
“Encontros e Desencontros do Caminho”, desde a Introdução (29/01/2006).
“Epidemia Incontrolável: Alerta Geral!” (04/02/2006)
“O Futuro da Terra” (18/02/2006)
“A Caminho de Santiago de Compostela” (26/03/2006)
Texto revisado por Cris
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