Por uma Necessidade de Transformação



Autor Instituto AION
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 11/20/2008 12:53:31 PM
As referências mundiais que nos serviram de orientação e que sustentam nosso sistema de crenças até agora estão mudando drasticamente, e não há outro caminho senão uma transformação em direção a uma nova consciência, em que o mundo dos negócios e o indivíduo terão um lugar privilegiado. Basicamente, temos um mundo em transformação em que:
- a necessidade de mudança não está mais restrita a pequenos grupos, como cientistas, políticos, artistas etc., mas se estende, agora, a todas as pessoas do planeta;
- a cultura de massa da era industrial criou, como um efeito colateral, indivíduos que hoje estão preocupados com um tipo de consumo que possa dar significado às suas vidas;
- a questão da geração de riqueza precisa ser revista por uma outra perspectiva, por um modelo auto-sustentável e por uma consciência ecológica e não somente financeira;
- o poderio militar está se mostrando inadequado no que diz respeito à segurança das nações no combate ao terrorismo internacional e ao crime organizado. As guerras e os grandes conflitos mundiais estão perdendo sua característica de confronto militar, tendo sua eficácia diminuída no combate a um novo tipo de ameaça de característica não-local;
- a ciência vem reformulando suas hipóteses e sua metodologia para dar lugar a um novo saber que possa incluir um outro tipo de compreensão do mundo e de seus próprios métodos;
- o ser humano vem incorporando às suas atividades profissionais e ao mundo dos negócios novas dimensões, como: arte, criatividade e espiritualidade;
- os indivíduos, como consumidores, estão buscando uma nova identificação com as organizações que os servem e estão também preocupados com a qualidade de vida.
Nós poderíamos dizer que as principais mudanças listadas acima estão relacionadas aos seguintes aspectos:
1. Enfraquecimento da visão segmentada e materialista do mundo, como única forma válida de conhecimento.
2. Final de um ciclo de evolução e o nascimento de uma nova consciência.
3. Uma nova visão sobre a questão da riqueza e do lucro em um contexto ecológico.
4. Formação de uma visão universal dos modelos de conhecimento e da ciência.
Nosso modelo de conhecimento, fundamentado em nossas ciências e nas crenças materialistas, fragmentou os fenômenos para se chegar a uma causa única, que explicasse o comportamento do universo material. A matéria foi dividida até o “indivisível” com o intuito de se compreender a natureza do nosso mundo. Esta crença sustenta que a matéria cria a consciência, ou seja, ela é vista como um subproduto do nosso cérebro. Nesta perspectiva, muitas áreas do conhecimento humano têm reproduzido esse modelo, procurando entender a nossa realidade.
Como fomos educados para entender as coisas sob esta visão, igualmente as instituições e nossa sociedade como um todo limitam-nos a um modo de pensar, porque absorveram essa forma de comportamento. Os pensamentos científico e lógico, que se tornaram bases de um sistema de crenças da sociedade moderna, trouxeram uma nova compreensão para a humanidade sobre os fenômenos e problemas que enfrentamos durante séculos.
Esta forma de entender o mundo está se mostrando inadequada às atuais necessidades. Até mesmo as ciências estão reconhecendo oficialmente que não podem mais explicar o mundo somente a partir de uma única visão; mostram-se, hoje, impotentes frente aos desafios deste milênio e ao próprio mistério do que é o ser humano.
Essa forma de percepção da realidade tem levado as pessoas, a sociedade e muitas organizações a darem uma resposta inadequada às várias questões importantes das nossas vidas. Quem poderá dizer que os problemas que hoje a humanidade enfrenta poderão ser resolvidos pelas comunidades científica, governamental, educacional ou outra ordem instituída em nossa sociedade? Corrupção, tráfico de drogas, comércio de armas, doenças incuráveis, guerras, miséria, destruição da natureza e crimes ecológicos dizem-nos que estamos no final de um ciclo. De quais recursos dispomos hoje para enfrentarmos a crescente desintegração de valores tão básicos como saúde, segurança e paz? Quem deterá essa enorme corrente destrutiva? A degradação de nossas instituições revela uma grande crise: a da nossa própria consciência.
Precisamos rever as diretrizes que orientam nossas ações. Será que nossa consciência pode, de fato, construir um mundo onde possamos ter uma qualidade mínima de vida e que nos permita viver como causa e não como efeito das circunstâncias?
Uma das maneiras de entendermos e enfrentarmos esse processo de transformação é mudarmos nossas crenças, nossa percepção e nosso modelo de conhecimento, que assumiram as características e os valores da sociedade onde foram construídos.
Precisamos criar uma nova visão do mundo. Uma das grandes dificuldades dessa mudança, entretanto, é o fato de que o Ocidente criou uma cultura preconceituosa com relação à experiência subjetiva do ser humano, privilegiando sempre as soluções dos conflitos básicos da sociedade, pela óptica de uma ordem racionalista, reducionista e que supõe que nossa consciência, ou nosso mundo interior, está desassociado da nossa realidade externa.
Essa concepção mecanicista, todavia, vem enfrentando atualmente desafios e contestações importantes, como é o caso das descobertas de ciências, como a física quântica, da cosmogênese, da psicologia analítica, das ciências cognitivas e da biopsicoenergética, que contradizem cada uma dessas premissas materialistas.
A incompreensão sobre os limites existentes entre a realidade externa (universos macrocósmico e microcósmico) e a nossa consciência é a causa da nossa situação atual. Essa consciência mecânica impede-nos de ver as coisas de maneira integrada. Sempre estamos dispostos a acreditar que a realidade é uma coisa e nós somos outra.
Durante muitos séculos, fomos condicionados a pensar um mundo dividido em departamentos e, por força dessa visão distorcida, muito do que vivemos fica restrito a um conjunto de referências particulares, e não levamos em conta uma dimensão mais ampla da nossa existência que nos permite uma outra percepção do mundo.
(Texto extraído do livro Liderança Criativa - de Celso Cardoso)









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