Preconceito
Autor Patricia M. Barros
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 6/25/2015 7:19:43 PM
Muito se fala a respeito do preconceito contra negros e homossexuais, mas quase não há discussão acerca do preconceito em si. E são tantos os preconceitos! Preconceito por causa de religião, gênero, classe social... Existe até o preconceito por causa do peso ou da altura! Para quem quiser ler um pouco mais sobre o tema aí vão links para dois artigos muito interessantes:
"Baixinho e mal pago" - link
"O peso do preconceito" - link
Quais são as raízes do preconceito? Ao que parece a crença de que a vida é uma batalha e de que não há trabalho ou bens indispensáveis à sobrevivência disponíveis para todos contribui para isso. Este é um fator que evidentemente alimentou a xenofobia e o anti semitismo. É claro que estas crenças revelam-se inverdades, pois o Universo é abundante, a Vida é abundância.
Outro fator que certamente leva ao preconceito é o ego, a necessidade de auto-afirmação. Se o outro é visto como “diferente”, como inferior isto faz com que certas pessoas sintam-se bem. Mas na verdade somos todos diferentes, únicos. Cada um de nós é especial. E ao mesmo tempo nós somos todos iguais, compartilhamos da mesma condição humana. Quem não sofre? Quem não tem problemas, inseguranças? Quem não está sujeito a perder sua boa aparência em decorrência de um acidente, de uma doença ou devido à inevitável passagem do tempo?
Ao que parece muitos de nós desejam cultivar a ilusão da perfeição, da busca pela perfeição (Estou falando principalmente da busca pela aparência perfeita, pois é evidente que a busca pela evolução espiritual ou pela excelência em uma atividade são objetivos louváveis.) como se esta procura pudesse oferecer uma fuga à condição humana. O fato de que existem pessoas que se submeteram a inúmeras cirúrgias plásticas para ficarem parecidas com os bonecos Barbie ou Ken é um sinal de qua a nossa sociedade está doente. Outro exemplo de como o mundo é louco é o fato de que a dolorosa e arriscada cirurgia de alongamento de ossos das pernas (para ganhar alguns centímetros de altura) virou mania na China. Aliás, cirurgias plásticas (inclusive cirurgias para que as pessoas fiquem com uma aparência mais ocidentalizada) viraram febre entre os chineses.
É claro que não é possível fugir da nossa condição humana. Nos resta o caminho espiritual, a busca pela transcendência. Durante esta jornada podemos pelo menos aprender a lidar melhor com o sofrimento e com nossos medos. E dizem os grandes mestres espirituais que podemos chegar a transcender o sofrimento, mesmo que para isso sejam necessárias muitas encarnações. Não importa, faz bem ter esta esperança!
Nós precisamos cultivar o amor. Somente assim será possível enxergar o outro como um irmão, apesar das diferenças. Trata-se de reconhecer a humanidade do outro, o que temos em comum, a condição humana. Inclusive é claro que existe um ser humano dentro daquelas pessoas que consideramos mais "diferentes". Um exemplo: Naoki Higashida, que sofre de autismo severo e tem grande dificuldade de comunicar-se verbalmente, aprendeu a se expressar apontando as letras em uma cartela de papelão. Aos treze anos ele escreveu um livro, intitulado "O que me faz pular". Neste livro ele procura explicar o seu modo de ver a realidade, as suas sensações e sentimentos.
Muitas vezes as pessoas ficam chocadas com as diferenças, não aceitam os “diferentes”, mas não deveria ser assim. Nós deveríamos olhar o outro (com suas “diferenças”) com naturalidade, com amor. Só assim um dia poderemos fazer parte de uma só família, a humanidade. Utopia? Pode parecer utopia, mas eu quero acreditar que um dia chegaremos lá! (Sorriso!)
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Sou jornalista e advogada. Atualmente sou funcionária pública e estudante de psicologia e psicanálise. Sempre me interessei por questões que envolvem comportamento e o desenvolvimento pessoal. Espero contribuir um pouco para o bem-estar e felicidade de algumas pessoas! E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
