Presente Sagrado
Atualizado dia 7/6/2015 11:15:37 AM em Autoconhecimentopor Verônica Dutenkefer
Quando minha mãe morreu o que mais ouvi das pessoas que tentavam me ajudar de alguma forma era: “Força!”, “Isso vai passar!” Sinceramente, houve um tempo que eu não mais suportava escutar isso, mesmo entendendo que as pessoas só estavam tentando me ajudar. “(...) E as pessoas me dizem: “Você não pode desistir....tem que “tocar pra frente”. E eu digo: “E o que mais eu posso fazer?” Só posso ir tocando em frente, mas precisamente hoje, não há luz”. (Trecho de um texto que escrevi 5 meses depois da morte de minha mãe).
Num momento de extrema dor e desespero, você ainda tem que continuar existindo! Mesmo que você esteja em completa solidão e escuridão, vai existir sua consciência. Ela permanecerá, mesmo entorpecida. Não há como fugir.
Talvez a grande ilusão humana é que exista o nada. O fim.
Quando você tenta ouvir o silêncio ele é composto de inúmeros sons. Sons externos e sons internos a você. Quando você venda seus olhos, você começa a ver “dentro”. Imagens de um passado, do presente ou de sonhos futuros. Essas imagens podem lhe trazer medo, dor ou prazer e esperança.
Quando nada mais restar, você continuará existindo e sua consciência vai se adaptar e começará a criar.
Essa é a grande dádiva! O presente imensurável, misterioso e sagrado.
O poder que temos de renascer, mesmo após golpes duros de extrema dor.
Nossa consciência vai compor uma nova história, uma nova saída, uma nova força e criaremos um novo “eu”, diferenciado, modificado, reconstruído, integrando todos os “cacos” de dor e prazer. E com mãos sagradas vamos moldando a argila de uma nova criação.
Verônica Dutenkefer
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