Prosperar com Consciência
Atualizado dia 13/11/2008 17:01:27 em Autoconhecimentopor Ramy Shanaytá
Todos nós, seres humanos, somos desejosos de prosperidade. Sonhamos, meditamos, refletimos buscando alcançar a prosperidade em nossa vida material, emocional e espiritual.
Existe também quem ache que atingir a meta, seja de que forma for, é o essencial, acabando por invadir o espaço do outro, manipulando situações e criando verdadeiras novelas onde a estratégia é a arma capaz de trazer a segurança tão almejada.
Queremos, muitas vezes, ser ricos na vida através de caminhos que nascem a partir de uma oculta pobreza interior, sendo o resultado o que importa, independente do que possa acontecer, ou seja, o fim acaba sempre justificando os meios. Desta forma, acabamos passando por cima das pessoas, das situações, achando que quando chegarmos lá, no desejoso trono, poderemos ajudar mais aquelas pessoas.
Esta é a história de pais de família que sufocam a oportunidade de vivenciarem o crescimento de seus filhos e quando acordam o tempo, tão rápido, já passou.
Aí, olha-se para trás e queixa-se para si mesmo de que tudo passou tão rápido e ainda não se conseguiu fazer o que precisava ser feito.
Esta é uma história real que acontece muito. Dentre os vários pacientes e pessoas que já orientei, lembro-me do caso do senhor “D”, de quarenta e cinco anos de idade.
Este querido paciente me conheceu através de meu programa semanal que acontecia há alguns anos em uma rádio de São Paulo. Seu perfil: um alto executivo, maduro, bem vivido, trabalhando no centro das transações empresariais, na avenida Paulista; ligou e pediu uma orientação, e assim marcamos nosso encontro.
Sempre comecei muito cedo minhas atividades diárias no Instituto KVT, e no dia programado eu o aguardava sereno após realizar minhas habituais e pessoais interiorizações perceptivas, almejando lucidez.
Nossa secretária veio avisar que ele acabara de chegar e, então, fui atendê-lo. Ele me estendeu a mão e eu retribui, sentindo uma forte intuição para levá-lo ao nosso jardim, onde realizo minhas atividades com plantas medicinais.
Lá nos sentamos e começamos a conversar informalmente e, pouco a pouco, ele foi tirando a carteira do paletó, as chaves do bolso... Tirou também um celular e depois mais um. Neste momento, sentiu calor e retirou o paletó: foi aí que começamos a realmente conversar, e fazendo a positiva leitura daquela situação eu logo fui dizendo:
“Então, “D”, agora que você despediu-se dos resultados de sua vida, do que deu certo ou do que aconteceu tão errado, está mais aberto para perceber o seu ser? Porque entre o certo ou o errado existe o ser”.
Para o senhor “D”, ganhar dinheiro, como também perder, era algo contínuo, sem nenhuma estabilidade; acordava e tomava café ganhando cem mil e ia dormir devendo. O senhor “D” dizia que não queria consolo ou algo mágico, mas sair daquele ciclo, e que já estava cansado, envelhecido pelo peso de uma falsa responsabilidade que contribuiu para distanciá-lo da esposa e o impediu de ir à praia com seu filho quando este se encontrava na fase de aprender a andar de bicicleta. Mas parar com tudo ele não podia e nem queria; então, o que fazer?
Foi quando, observando uma flor, estimulei o senhor “D” a vê-la através dos olhos da alma, onde a força impulsionadora busca reconhecer a origem de tudo no Todo. E assim fui expressando os caminhos de sabedoria das leis naturais:
- Uma flor não deixa de expressar o seu melhor só porque convive com outras mais bonitas que ela, aos olhos de um observador externo, poderá até ser julgada como inferior, ou a menos bonita - mas ela é o que é.
- Seu perfume, que é a essência de seu ser, expande-se no ar, não busca o resultado e sim a manifestação de sua presença como vida.
- Suas cores nascem sempre de dentro para fora, do interior para o exterior, do núcleo para a expansão máxima de suas pétalas.
- Respeita os ciclos e aceita o seu tempo para existir.
- Não é a única: ela contribui para a continuidade da vida, tanto de si mesma - pois em sua morfologia ela é o órgão sexual da planta, a força da fertilidade, da continuidade - como de outras formas de vida: as abelhas, os besouros, as formigas, ou seja, outros trabalhadores que somam e se multiplicam, indispensáveis à sustentabilidade do sistema.
- Vive em elo e se fortalece nele, por isto prospera em cada nova primavera; aprendeu a se reunir quando é necessário e a expandir seu perfume quando o fluxo do vento o impulsiona para seu rumo.
Eu, o senhor “D” e você não somos uma flor, muito menos “o jardineiro” que irá sustentar disciplinadamente a harmonia de um jardim, mas somos todos a essência desta vida que nos permeia e nos faz prósperos por natureza.
Com carinho, Ramy Shanaytá.
Escritor, conferencista, co-fundador do Instituto KVT, criador do método “elossistema”, reconhecido como ancião da milenar tradição “Tubakwaassu”, pesquisador e professor de plantas medicinais nativas do Brasil; em seu livro “A natureza ensina... a conexão com a luz da cura”, a Editora KVT aborda sobre o que a natureza pode nos ensinar através de suas vivências dentro da floresta amazônica e da mata atlântica. O livro pode ser encontrado nas melhores livrarias.
Texto revisado por: Cris
Avaliação: 5 | Votos: 156
Ramy Shanaytá é co-fundador do Instituto KVT (fundado em 1995) e da Instituição Filantrópica e Cultural Templo Ará Tembayê Tayê da tradição Tubakwaassu, Editora KVT e KVT – Desenvolvimento da consciência empresarial, Escritor, conferencista, professor e pesquisador de plantas medicinais. Outro site: http://www.kvt.org.br E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |