Psicologia Feminina: A Brava Guerreira
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Autor Rose Romero
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 8/14/2004 2:01:39 PM
A mulher guerreira encouraçada é aquela que assumiu características em geral associadas à disposição masculina, mas, em lugar de integrar os aspectos masculinos que poderiam fortalecê-la como mulher, ela se identifica com o poder do masculino. Ao mesmo tempo, renuncia à capacidade de se relacionar de modo amoroso, qualidade que tradicionalmente é vinculada ao feminino. Nega-se a capacidade de relacionar-se amorosamente consigo e com os outros, torna-se unilateral e vítima do próprio atributo que tentou suplantar.
Geralmente isto ocorre devido a uma reação psicológica ao padrão masculino negligente, irresponsável ou rejeitador identificado no pai, cultura ou figura responsável de forte poder atuante na menina.
Atualmente e já desde a década de 60, vivemos uma reação contra a posição coletiva de autoridade masculina. Esta tem funcionado como um pai negligente diante do feminino. Porém se percebe uma tendência nas mulheres, na identificação e imitação do masculino. Isso nega as diferenças entre homens e mulheres. Quando as mulheres esperam alcançar vitórias sendo como homens, a singularidade do feminino sofre uma sutil desvalorização, pois existe um pressuposto adjacente de que o masculino é mais poderoso.
Vejamos alguns tipos diferentes de comportamentos ou mecanismos de defesa, resultado de uma reação ao pai negligente:
• A sensação de identidade através do trabalho, compensando a falta do pai de um modo geral, no sentido da estruturação da identidade e da vontade de realização, configura-se num excesso de trabalho num verdadeiro vício. Por trás de todas as conquistas profissionais geralmente existe um vazio, uma depressão, uma falta de sentido na vida. Seus vínculos com homens são superficiais, ou melhor, ela mantém uma barreira à sua intimidade, às vezes com uma atitude de frieza, sendo que por trás de tudo isso está um grande medo da rejeição, tipo: Se vc não esperar nada dos outros não se decepcionará jamais!
É comum que na ausência do pai (por morte ou abandono) a mãe assuma o papel masculino e a filha não só se ressinta do modelo masculino autêntico, como também não tenha em sua mãe o modelo feminino. Neste caso o princípio feminino precisa ser desenvolvido e integrado, assim como o aspecto espiritual masculino.
É também comum que estas mulheres sintam que os homens têm medo delas porque chegaram tão alto e são tão competentes. Elas também muitas vezes compensam a presença de pais fracos, incapazes eles mesmos de realizações como as dela.
• Quando somente dever, disciplina e controle têm valor, primeiro o ego se adapta ao papel da “boa filha” e mais tarde na adulta conscienciosa, responsável e confiável, com uma menina interior inibida e paralisada. As tentativas de controle da vida, a incapacidade de sentir e deixar a vida correr solta e fluir com ela esvaem toda sua alegria e amor.
Aqui é preciso perceber o padrão do dever imposto por outra pessoa, que contaminou todo o seu comportamento e visão da vida. Essas imagens lhes foram projetadas, não lhes pertencem de fato e precisam ser devolvidas a quem pertencem de direito. Só assim a sombra pode ser tocada e o fluir da criatividade e o vínculo com o Self refeito. Isto deve ser feito com cuidado já que a dimensão anteriormente negada está subdesenvolvida e primitiva. Se esse processo não acontece no nível consciente, pode emergir de uma hora para outra, como um colapso. A filha conscienciosa geralmente encontra-se a serviço de outrem, em detrimento de suas próprias possibilidades criativas.
• Outro estilo de vida é aquele marcado pela limitação e pelo ressentimento passivo. Sua raiva é do tamanho de sua depressão. Acredita ser o que sente que precisou ser, o diferente seria a própria morte. A raiva é sentida como um monstro interno que se for solto poderá estraçalhar o mundo. A raiva consome muita energia, logo é preciso muita energia para suprimí-la, o que leva a uma exaustão e desvitalização = depressão. O medo subjacente é muito grande, medo de perder o controle, de entrar em experiências irracionais. O medo afasta essa mulher da alegria e da exuberância da vida, aliena-a de sua própria criatividade e de sua visão especial do mundo. Dissolvendo o medo com sabedoria e amor é possível liberar a energia bloqueada pela raiva e suprimida da vida.
A mártir precisa ficar zangada com sua própria autonegação e reconhecer que o lado sombra que não vive é a desajustada que se sente vítima rejeitada e quer que sintam pena dela, dando-lhe assim valor. O martírio é, na verdade, uma espécie de reação de defesa contra o fluxo das experiências; ela quer que a reconheçam por sua autonegação e se apiedem dela, fazendo um jogo com o sentimento de culpa dos que a cercam.
• A mulher brava é a que se opõe ao pai fraco e irresponsável, sentindo-o como degenerado e incompetente, lutando contra ele. Consolida muitas vezes uma consciência rígida e negativa, com uma rejeição dos sentimentos e da vida, em reação à destrutividade do pai negativo. O pai e em geral todos os outros homens são rejeitados e desprezados como seres fracos, e a filha acha que só ela é forte o suficiente para fazer o que precisa ser feito. A força que sente está moldada num modelo masculino e o feminino é desvalorizado. É comum neste tipo de mulher o bruxismo inconsciente, resultado de uma determinação inabalável nos moldes masculinos e não femininos. A vida é vivida como uma missão e uma série de batalhas a serem vencidas, em vez de uma sucessão de momentos a serem desfrutados. Desconsidera seus sentimentos e seu corpo por trás de seu escudo de luta. Para ela a força receptiva feminina é considerada fraqueza e passividade. Vivência comum das mulheres militantes e “feministas”.
Em síntese os traços comuns da brava guerreira são o desejo de controlar, a dose exagerada de responsabilidade, deveres e exaustão, o medo do irracional, a distância dos sentimentos e das relações, a separação profunda entre criatividade e espiritualidade, a sensação de falta de significado na vida, a falta de espontaneidade e a ênfase excessiva sobre limitações e necessidades, isto é, adapta-se à média da estatística... finita, limitada, imitação adaptada dos outros, por extrema insegurança e medo.
A mulher nesta atitude desafiadora recusa todas as suas possibilidades, e essa recusa está além do poder de seu ego. Levada ao extremo, essa atitude é demoníaca, porque repele toda ajuda de um poder superior e considera que a força e o poder só existem na própria pessoa. Seu desafio é aceitar a fraqueza, a depressão, e a incapacidade de funcionar e trabalhar. Daí nasce um encontro da nossa raiva com nossas lágrimas, que precisam ser vivenciadas não como um sinal de inferioridade e sim como um sentimento válido, passaporte para o fluir com o fluxo da vida.
Rose Lane Romero da Rosa
Psicóloga Junguiana com atuação em clínica no Rio de Janeiro
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Psicóloga Junguiana, Teóloga e Facilitadora das Oficinas ArteVida de Meditação do Projeto Labirinto E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |