Qual é o caminho?
Atualizado dia 10/8/2014 12:22:42 PM em Autoconhecimentopor Paulo Tavares de Souza
Os problemas existem e existirão até deixarem de ser um problema pra você, pois você é quem problematiza. Enquanto, para você, enfrentar pessoas ou situações desconfortáveis for algo problemático, volta e meia, o Universo estará criando circunstâncias para o enfrentamento desse desconforto, pois esse mecanismo existe e faz parte de uma Lei Universal criada para o nosso desenvolvimento.
Estamos mergulhados em um oceano de informações, tudo o que acontece em nossas vidas, diante dos nossos olhos, são informações, nada mais do que isso, portanto, deveríamos tratar os fenômenos de forma natural, equânime, sem o envolvimento dramático que é tão comum, no entanto, imantamos cada evento com os nossos parâmetros emocionais, assim, cada um lida de forma distinta com esses fatores externos. O que é um drama para uns, muitas vezes, não significa nada para outros.
Para desenvolver uma maior imunidade e sofrer menos com as pessoas ou com as situações prosaicas do dia-a-dia, teríamos que desenvolver virtudes que nos tornariam mais poderosos e menos vulneráveis, pois todo sofrimento é resultado dos limitados recursos emocionais que dispomos, assim, todo sofrimento é um convite ao autoconhecimento. Essa dinâmica ocorre simplesmente porque trazemos uma contextura interna que não está plenamente desenvolvida. Ainda estamos adormecidos, vivendo em um mundo de sonhos e toda a nossa realidade está difusa em um enredo dramático.
Entre essas virtudes que poderiam nos libertar, podemos citar a humildade, a confiança, a alegria, a coragem, a perseverança, a serenidade e, finalmente, a renúncia. Não se pode conquistar tudo de uma vez, a Natureza não dá saltos, não há mágicas no processo de evolução, por isso estamos presos à Roda de Samsara, por isso vivemos muitas vidas e passamos por tantas experiências, o objetivo é a ascensão, na verdade, tudo funciona a favor do despertar da nossa realidade.
Nunca estivemos desamparados e sabemos que é possível acelerar esse processo, para isso, o maior aliado de que dispomos é o conhecimento. A ignorância (Avidya) é a maior responsável pelos condicionamentos humanos, nada daquilo que supomos ser é real, toda as nossas respostas emocionais seguem algum padrão criado por alguma crença ou valor adotados no passado. Estamos tão identificados com essa estrutura maquinal, tão imantados de medo, culpa e desejo que perdemos toda a conexão com a nossa Essência.
Para nós, ocidentais, orientados pelo paradigma judaico-cristão, pressionados por culpas e conceitos negativos de si, há dois caminhos a seguir: podemos viver sob a influência do arquétipo do Herói, em constante luta contra o ego, enfrentando inclinações e vícios ou podemos dissolver as ilusões que nos escravizam apenas olhando para esse personagem que criamos como algo irreal, para isso, nossa arma será a Consciência. Estar consciente de si é estar em contato íntimo com o Eu Superior, conhecido nos mais diversos meios por inúmeros nomes como: Self, Centelha Divina, Eu Sou, Pai, Si Mesmo, etc., esse personagem representa o Divino em nós, precisa ser acionado para que a luz possa dissolver as trevas que acamparam em nosso Reino Interior.
O conhecimento e a meditação serão indispensáveis para trilhar essa senda, Nisargadatta Maharaj costumava dizer: “Não é o que você faz, mas o que para de fazer que importa”. Precisamos, portanto, deixar de achar que somos o filme que assistimos. Os fatos nos convidam a reagir, mas é através da "não ação" que agimos de acordo com a nossa Natureza.
Lembremo-nos das palavras daquele Rabino da Galiléia:
“...não resistais ao mal; mas se alguém te ferir na tua face direita, oferece-lhe também a outra; e ao que quer demandar-te em juízo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; e se alguém te obrigar a ir carregado mil passos, vai com ele ainda mais outros dois mil. Dá a quem te pede, e não volte às costas ao que deseja que lhe emprestes. (Mateus, V: 38-42)"
Essa palavras, embora mau compreendidas e até refutadas por grandes pensadores como Nietzche, por exemplo, que tratou de considerá-las como sendo a “moral dos fracos”, demonstram, pelo contrário, a mais profunda representação de força e poder para que possamos nos manter imunes às investidas do mundo de ilusões que nos circunda. É preciso muita coragem para seguir essa trilha, o mais comum é reagirmos - como andróides que somos, programados pelo orgulho - e respondermos de forma proporcional o desconforto.
Por isso, nosso trabalho é longo, entretanto, não podemos esmorecer, pois, por mais longa que seja a caminhada, o mais importante é o primeiro passo.
E o primeiro passo é sempre o da humildade.
Texto revisado
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