Quando as coisas vão mal ...
Autor Paulo Valzacchi
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 17/03/2006 13:41:43
Quando as coisas vão mal, a primeira coisa que fazemos é ficar chateados, pessimistas e o desânimo se instala freqüentemente. Quando as coisas vão mal começamos a reclamar, a desdenhar da bondade de Deus, a buscar culpados e culpas. Quando as coisas vão mal estamos com a mente a mil, ruminando pensamentos devastadores.
Sempre que as coisas vão mal no namoro sentimos frustração e decepção. Se forem mal no trabalho ficamos revoltados, indignados. Se forem mal em nossa família ficamos perturbados e resistentes a mudanças.
Todos nós temos momentos na vida quando as coisas realmente vão mal e, geralmente, começamos a perguntar o porquê disso estar acontecendo justamente comigo. Eu faço essa pergunta, você faz essa pergunta.
Ela não nos ensina, nem tampouco nos alivia, somente nos faz pensar mais e mais. Pensar mais e mais não é o ideal. O cérebro quando em grande atividade perde o seu real potencial e em vez de se tornar solucionador torna-se um empecilho para as decisões acertadas.
Mas quando estamos mais calmos, ponderados, o problema continua a existir; você pode até continuar sofrendo, mas chega até nós uma força maior e construtiva que pode auxiliar naquele exato instante e mudar o curso de muitas decisões. Em vez de você perguntar o porquê disso estar acontecendo, pare um segundo, apenas um!! Respire profundamente várias vezes como se fosse um desabafo, depois se pergunte: "Para que isto está acontecendo?"
Com a pergunta certa, muitas outras possibilidades se achegam e o entendimento se torna possível. Eu uso essa dica todas as vezes em que as coisas vão mal; quando as coisas não saem do jeito que você quer ou imagina; quando você é pego por um acontecimento que não esperava; o que geralmente acontece é que ficamos sem ação. E quando estamos sem ação é sinal que a situação é nova em nosso arquivo de memória; muitas vezes não temos o perfil adequado para tratar a situação; se você conseguir obter calma nesse momento isso irá marcar o seu cérebro como uma resposta adequada, criando o hábito de equilíbrio e, posteriormente, efeitos positivos.
Na prática funciona assim: num dia desses fui pego por uma situação profissional de surpresa; nunca havia passado por aquela situação; fiquei desanimado. O imprevisto me pegou e fiquei sem rumo, estressado, irritado e agressivo; geralmente os homens se fecham e isso faz com que o relacionamento familiar seja afetado; no fim é uma cascata de sofrimento.
Com o tempo comecei a fazer a pergunta certa pois já havia percebido que perguntar "por que" só me trazia mais e mais dor de cabeça. O “para que está acontecendo” foi aparecendo. Geralmente, respostas que têm como origem entendimentos maiores nos apontam caminhos para nos tirar de situações de acomodação. Quando refleti bem sobre toda a situação e seus efeitos, parti para o processo de resgate ou como dizem "pegar os cacos" e segui adiante. Assim fiz: usei de muita criatividade e fiz negócios melhores. Claro que, em longo prazo, o desastre acabará por se tornar algo útil; fiz novas parcerias e ótimos negócios; obviamente necessitei de mais esforço e dedicação o que me tirou da zona de conforto.
Depois de um tempo, um fato parecido ocorreu novamente e lá fui eu agindo novamente do mesmo jeito! Não, não foi assim; tinha marcado em minha memória que a ação correta para aquela situação seria manter calma e cautela, usar toda a criatividade e potencial e tentar resolver o problema. O problema ocorreu mas eu não tinha seguido os mesmos padrões: o do desespero, pessimismo, agitação interior. Então, com o tempo, comecei a perceber que todas as coisas que acontecem conosco têm um motivo especial e cabe a você reagir de uma maneira menos desastrosa e mais criativa; percebi também algo interessante: que cada contato com uma pessoa tem um momento especial e um motivo especial. Percebi que a vida nos deixa lições no dia-a-dia, mas muitas vezes estamos absurdamente fechados, cegos para elas.
Tentei provar a mim mesmo que isso era verdade: num começo de ano me propus escrever cada lição que o dia me ofertava ou que a semana me trazia; fiquei simplesmente espantado com o mar de lições simples que a vida nos traz; desde simples contatos com pessoas que mal conhecemos, como também nossas pessoas mais íntimas, situações no trabalho, nas consultas, palestras, cursos, no mercado, na padaria, no jogo de futebol emfim, na vida.
Tudo isso é um grande aprendizado. Anotei todas as lições; vi, então, que poderia usa-las no meu dia de uma forma eficaz, tentando, ao máximo, tranqüilizar-me com dicas simples quando tudo vai mal. Uma dica maravilhosa quando tudo vai mal é conversar com pessoas que possam auxiliar, não resolvendo os seus problemas e dificuldades, mas com pessoas que ofertem caminhos e não somente palavras; com pessoas que se comprometam, não com pessoas que floreiam a vida.
Quando as coisas vão mal perceba que tudo tem uma seqüência natural para amadurecer nosso espírito. Não peça a Deus paciência; eu já fiz isso e piorou; aí entendi que paciência só é possível obter se treinarmos no dia-a-dia; então, todas as vezes em que as coisas vão mal, não procuro culpados, nem pensamentos negativos; simplesmente respiro fundo, peço a Deus sabedoria e forças e pergunto "Para que isso está acontecendo?". Tento relaxar e buscar através do entendimento soluções ponderadas para os problemas da vida.
Se funciona? Bem, que tal tentar?
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Texto revisado por Cris
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