Quando entendemos com a razão, mas não com o coração...
Atualizado dia 09/06/2006 11:02:17 em Autoconhecimentopor Maria Silvia Orlovas
Queremos receber sem saber direito como dar. Claro que isso não acontece de forma direta ou objetiva. Não queremos nos fechar, ao contrário, nossa intenção é ter alguém com quem compartilhar toda luz que temos dentro de nós. Alguém que possa nos dar colo e que esteja aberto para receber nosso afeto e boas intenções. Pois nossa alma sabe do que precisamos e sinaliza corretamente os caminhos dentro de nós. No entanto, colocar essas intenções em prática parece ser o maior desafio.
Minha fonte de pesquisa e aprendizado tem sido ao longo desses anos a Terapia de Vidas Passadas e sempre agradeço a oportunidade de aprender maravilhosas lições com meus clientes, porque estamos todos no mesmo barco já que fazemos parte de um todo. Assim, o que faço aqui nos meus textos é compartilhar com vocês o que aprendo.
Aprendi com os mestres de luz que a carência é uma péssima conselheira porque acabamos criando, em cima de nossas terríveis necessidades, mil fantasias em relação às pessoas e ao mundo à nossa volta. Fantasiamos o amor, nossos parceiros e imaginamos uma felicidade muito longe da realidade, o que cedo ou tarde nos trará sofrimentos pois nem todas as nossas idealizações se cumprirão no mundo objetivo. Isso acontece pelo fato de não conhecermos direito as pessoas que nos cercam e suas reais intenções. Quando nos apaixonamos, encontramos com facilidade todos os pontos em comum e deliberadamente desprezamos o que é contrário à nossa vontade. Às vezes, até tentamos manter a lucidez e achamos que sabemos onde estamos embarcando e que conhecemos os problemas que nos cercam. Mas o racional não faz o caminho todo e, cedo ou tarde, a emoção toma conta turvando nossa visão da vida. Sempre explico para meus clientes e alunos que precisamos estar maduros na emoção para resolver certas questões. Às vezes, entendemos com a razão, mas não com o coração.
Lucia chegou ao meu espaço muito sensível por conta de um tratamento agressivo para se curar de uma doença séria que a acometia. Mas sua intenção era tratar todos os seus corpos. Estudiosa da espiritualidade e do ocultismo, ela sabia que a doença não reverbera apenas no corpo físico, mas se projeta em todos os corpos. E no seu caso, ela acreditava também que se tratasse de compromissos de Vidas Passadas. De fato, conversamos um pouco sobre isso por e-mail, e já havia explicado para ela que nossos encontros são sempre kármicos. Porém, nem todos são negativos por que Karma é a lei da ação e da reação e atraímos para nossa vida pessoas e situações que estão abertas e precisam ser resolvidas.
Logo na primeira vida passada de Lúcia apareceu uma situação de abandono quando ela morreu ainda adolescente na guerra, não sem antes passar por muitas provações. Quando terminamos a sessão ela disse que durante o processo de leitura do inconsciente que faço, ela tinha tido muitas visões do local onde ficou e de todo o sofrimento. Em seguida, a vida que apareceu foi de uma moça que se apaixonou por um empregado de seu pai que por ser de um outro nível social não pode se casar. Ela acaba contraindo matrimônio com um outro, mas guardando os sentimentos por aquele rapaz durante muitos anos. Quando ela fica viúva, volta a morar na casa dos pais e reata sua ligação com o moço do passado, mas como amante porque ele constituiu família e continuava numa situação de inferioridade frente a ela. Nesse ponto da narrativa, ela chorava muito porque reconheceu neste momento o homem com o qual se relacionava agora no presente. Um homem bom, mas que não assumia o compromisso com ela porque era casado com outra pessoa.
Ela me confidenciou que sofria demais com a situação porque achava que era tudo errado, contra os seus princípios. Em lágrimas, revelou que não queria continuar assim, mas que não tinha forças para romper. Sentia-se impura, culpada e inferior a todas as pessoas à sua volta, pois não foi criada para ser a outra na vida de ninguém.
Enfim, tinha todos os conflitos possíveis e imaginava que sua doença havia nascido desse conflito. Tentei aliviar a pressão interna que ela sentia, ressaltando a outra vida que apareceu depois dessa, em que ela tinha sido uma índia que cuidava da sua comunidade com ervas e magias com a natureza. Expliquei que dentro dela havia o céu e o inferno e que ela precisava se fixar nas coisas positivas para encontrar forças para uma solução.
Neste momento, essa moça chorou ainda mais dizendo que não sabia se era merecedora da cura que estava buscando para seu corpo físico. Claro que foi muito triste ouvir tudo isso. Ela sabia que precisamos nos amar mais do que amamos as outras pessoas, mas não conseguia praticar.
Refletimos juntas sobre a consciência espiritual que os mestres ensinam de que somos os atores principais da peça de teatro que representamos nesta vida. Somos os senhores do nosso destino e que podemos escolher o que pensar...
Na ocasião, conversamos sobre tudo isso e Lúcia saiu da sessão mais leve e mais confortada, mas ambas sabíamos que o caminho de cura é pessoal e que a minha atuação iria até ali onde chegamos. Caberia a ela se perdoar por estar vivendo algo que ia contra a sua natureza e se restabelecer para assumir novamente as rédeas e as escolhas de sua vida.
Texto revisado por Cris
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Maria Silvia Orlovas é uma forte sensitiva que possui um dom muito especial de ver as vidas passadas das pessoas à sua volta e receber orientações dos seus mentores. Me acompanhe no Twitter e Visite meu blog E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |