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QUANDO O RIO SE SEPARA

Atualizado dia 3/28/2005 4:19:10 PM em Autoconhecimento
por Alberto Carlos Gomes Lomba


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O amor verdadeiro é como um rio de águas fortes que caminha em direção do grande mar, onde se eternizará.

Assim como o amor que fertiliza os corações corre o grande rio, suas margens criam vida e saciam a sede de corações aflitos pela água cristalina do amor. E nessa simbiose de amores eternos segue seu curso vencendo obstáculos e até mesmo alturas quando mergulha, como gotas ou lágrimas, em cachoeiras que vencem a topografia. Mesmo aqui a queda parece harmoniosa como a força da emoção daqueles que se amam, se identificam e, nem mesmo em momentos que parecem trágicos, caem unidos até a base da cachoeira, se recompondo e seguindo seu curso.

Assim como o amor, lá vai o grande rio passando em savanas, planícies, campos, sorrindo para as árvores e para as flores que enfeitam seu curso. Nem mesmo a chuva suave que se identifica como gotículas, ou mesmo a tempestade, lhe tiram a tranqüilidade, pois o amor entre um homem e uma mulher é uma criação divina.

Todavia dizem que um rio chora quando se separa, seja pela intransigência humana, criando novos leitos, seja pelo amor incomprendido em nome do egoísmo, da ingratidão e por que não, da traição. E assim aqueles doces momentos se transformam em torrente célere, destruidora, causando sofrimento em seu curso, avolumando-se de detritos e causando pânico em sua rota insana. Ao amor que ficou resta apenas seguir seu curso, palmilhando o leito natural, revendo suas margens tranqüilas.

Há sofrimento no início dessa jornada, pois não há a força da água desertora. Resta apenas esperar. E, aos poucos, outros afluentes vão se agrupando, renovando o mistério e a magia da esperança de que o amor, mesmo magoado, se recuperará e se espraiará no grande mar da vida com a dimensão do todo. As águas egoístas que se foram correm turbulentas, poluídas, fétidas e quando avançam pelo mar adentro são repelidas para as zonas abismais, onde reiniciará sua depuração.

O amor cristalino se evapora... Sobe ao céu azul como nuvem e vive momentos de luz brincando com os raios do sol. E assim como a brisa suave retorna para o continente em uma nova jornada, reiniciando um novo ciclo, o Amor mais uma vez se eterniza.

Texto revisado por Cris

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