Que Medo
Atualizado dia 14/10/2014 11:59:04 em Autoconhecimentopor Rosangela Tavares
Entre eles, medo da solidão, do desemprego, da traição, de uma doença grave, de ser assaltado, medo do casamento...
E você? Qual o seu maior medo na vida?
O medo, na sua essência, faz parte do nosso instinto de sobrevivência. É uma reação de proteção a uma situação que represente perigo.
Então, é algo necessário para nossa preservação.
Mas o que observo por aí vai além disso.
Vou dar um exemplo: uma pessoa que já se relacionou várias vezes e a relação acabou, pode ter ficado marcada a ponto de não conseguir mais investir em um novo projeto afetivo.
O que aconteceu aqui foi, na verdade, um "acúmulo" de medos.
A partir de algumas experiências com final infeliz, a pessoa criou a crença de que todo o relacionamento acaba em tristeza.
Mas será?
Se nós pensarmos friamente, a verdade é que uma situação que ocorreu, não necessariamente precederá uma nova situação com mesmo desfecho. Mas a pessoa fica com tanto medo de tentar de novo, que nem consegue imaginar-se vivendo bem com alguém. Ela passa a acreditar que será sempre igual.
E por causa do medo que cresceu em seu interior, poderá perder uma ou várias oportunidades de ser feliz numa história diferente. O medo fica maior que tudo, maior que a esperança, maior do que a vontade.
Vou dar um exemplo "invertido".
Digamos que esta mesma pessoa seja muito bem resolvida profissionalmente. Que tenha se realizado na área que sonhou e que sempre tenha conquistado oportunidades maravilhosas de trabalho e ganho.
E digamos que uma vez ou outra ela tenha participado de um processo seletivo, mas que não tenha sido escolhida.
Mesmo assim, ela não apresenta conflitos nesta área, porque na verdade contabilizou mais situações positivas do que negativas. E ela não tem medo, arrisca-se em melhores oportunidades.
Veja que a única diferença entre uma situação e outra, é que no profissional ela não acumulou medos, ela não tem traumas ou crenças negativas. E se pensarmos bem, o campo profissional também é um "jogo".
E por que ela não foi tão bem no campo afetivo?
Porque, provavelmente, as situações negativas vieram primeiro, fazendo-a acreditar que “não tem sorte no amor”.
Mas poderia ter sido o contrário! E isto inclui dizer que as próximas relações poderão ser positivas e darem muito certo.
Quando uma crença se forma ao redor de uma situação, muitas vezes a pessoa não consegue dissolvê-la sozinha. Fica intenso demais, um bloqueio emocional.
O ideal seria rever as situações e analisá-las com a ajuda de um profissional, que poderia apontar o que a fez ter escolhas de fundos parecidos em seus relacionamentos, e quais dinâmicas levaram seus casos a finais negativos.
Assim, poderia entender melhor de que forma ela funciona no campo afetivo, transformando pensamentos e atitudes, podendo alterar os caminhos de suas histórias.
Se alguém morre de medo de ser solitário, por que não trabalhar de forma a fazer escolhas para não ficar sozinho?
Todos somos livres para tomarmos nossos caminhos.
Por que você tem tanto medo de um casamento? Talvez você nem saiba as causas mais profundas. Mas pode conhecer, se autoconhecendo, descobrindo de onde partiram suas crenças de que não vai dar certo.
E isso vale para todas as situações de nossas vidas.
Por isso, não deixe de viver.
Invista numa forma de acabar com os seus medos.
Todos deveríamos ser como quando éramos bebês, quando caíamos e levantávamos quantas vezes fossem necessárias, sem medo, continuando, até conseguirmos andar, correr, voar...
Rosangela Tavares
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Psicóloga clínica desde 2000. Atende adultos, adolescentes, casal, estudantes e recém formados, pela abordagem psicanalítica. www.rosangelatavarespsicologa.com.br E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |