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Quem é a Deusa?

Atualizado dia 1/3/2007 7:26:04 PM em Autoconhecimento
por Elizabeth de Fátima Souza


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A Deusa foi a primeira divindade cultuada pelo homem pré-histórico. As imagens encontradas em sítios arqueológicos do mundo representavam a fertilidade da mulher e da Terra, pois esta como doadora da vida sempre foi relacionada à Fonte Criadora Universal.

A condição feminina da Maternidade, associada à Mãe Terra como origem da vida, tornou-se o primeiro contato da raça humana com o divino. O homem primitivo não sabia o seu papel na criação e reprodução humanas, mas o da mulher era óbvio. Sangrar levava à morte, mas a “fêmea” sangrava todo o mês e não morria, gerava vida, tinha alimentos dentro de si, podia amamentar, nutrir sem sucumbir.

Nenhum homem podia fazer o seu papel, portanto, a mulher devia ser muito poderosa. Que Ser era esse? Como explicar sua “magia”? Sendo assim não surpreende o fato das primeiras divindades conhecidas terem características femininas.

Com o tempo a mulher começou a perceber sua ligação com a Terra e a Natureza e descobriu a grande influência da Lua em sua vida. A menstruação corresponde ao ciclo das fases da lua, 28 dias, a gravidez dura 10 lunações e a colheita e o suceder das estações segue um ciclo de 13 lunações. A estatueta da Vênus de Laussel, encontrada numa escavação arqueológica segurava em sua mão um chifre em forma de crescente, com 13 talhos que representam as lunações, demonstrando o primeiro calendário criado pelo homem.

As fases da Lua representam os três aspectos da Deusa: a Donzela, Lua crescente; a Mãe, Lua cheia; a Anciã, - Luas minguante e nova.

Cada lunação é regida por uma matriarca ou guardiã dos segredos da Deusa; cada matriarca nos relembra qualidades originais de nossas Almas. Essa conexão e conhecimento eram profundamente ameaçadores e foram massacrados com o advento do cristianismo no Ocidente. Sobrou-nos os contos de fada, o folclore, os rituais xamânicos de várias origens - ameríndia, africana, asiática...

A sociedade ocidental construída tendo como base a mitologia judaico-cristã, nos afastou de nossas origens. Valorizou-se uma cosmologia onde só conhecemos Maria como representação do sagrado feminino, anulando-se o papel de outras mulheres como Maria de Magdala e outras figuras femininas fortes. Considerada Mãe Divina, porém sem os atributos reconhecidos apenas ao Pai e ao Filho, foi substituída na Trindade pela figura do Espírito Santo. A sociedade patriarcal "aceitou" Maria apenas como intermediária para a atuação dos poderes do Deus... "Peça à Mãe que o Filho concede", reproduzindo o modelo em que a mulher auxilia o homem, mas sempre deve submeter-se à sua autoridade. Algumas religiões negam a divindade de Maria, reconhecendo somente um Deus patriarcal representante do máximo poder da energia masculina.

Felizmente um movimento dentro da Igreja Católica vem resgatando o papel de Maria como representante de uma das faces do Deus criador, ou seja, o princípio do Deus Pai e Mãe. O afastamento da humanidade da Deusa levou a sociedade à construção de um modelo social de competição onde os valores do Ego predominaram, onde a "razão" se sobrepôs à emoção, onde a lei do mais forte impera. Esse separativismo desagregador tornou-se tão avassalador que na década de 60 um grande movimento de resgate do culto da Deusa surgiu, redescobrindo a Terra como valor mais importante a ser preservado, sob pena do extermínio da espécie humana. Houve a redescoberta da consciência ecológica e do sentido de holismo, bases do xamanismo e junto com eles o renascimento dos valores ligados à Deusa: equilíbrio, paz, aceitação das diferenças e integração das diversidades, a cultura, as artes, o respeito à vida.

A Terra e a essência humana só podem ser curadas pela sacralização do feminino. Cultuar a Deusa significa aceitar que a psique de homens e mulheres contém aspectos masculinos e femininos sendo a Deusa a polaridade complementar do Deus. O primeiro passo para trilharmos o caminho da totalidade é curar nossa fragmentação interior.

O Grande Espírito é UNO, se manifestando no universo como os dois lados de uma mesma moeda... as duas faces do Todo ou sua divisão primeira. Ao aceitarmos a Deusa não renegamos a Deus, reconhecemos um Ser Supremo que expressa o princípio masculino e o princípio feminino, o Yin e o Yang, o homem e a mulher.

Não quer dizer que temos que cultuar a Deusa como nossos antepassados. Temos sim que tomar contato com o nosso cerne feminino, conectando com os aspectos da Deusa que existem em nós. Temos que voltar ao caminho da totalidade curando as nossas feridas e curando a feridas de nossa irmandade. Temos que desenvolver uma nova forma de pensar resgatando valores éticos oriundos da verdadeira espiritualidade que se reflete na reverência à vida como manifestação da Luz. Precisamos reconhecer que somos todos Um e para tanto incorporar a dualidade sem conflito.

Vários círculos de mulheres têm sido formados, com várias finalidades, porém tendo como maior objetivo a irmandade e a união entre as mulheres, na busca pelo resgate do sagrado feminino expresso de maneira tão diversificada. Não estamos afastando os homens; estamos primeiro nos redescobrindo, nos reencontrando e nos preparando para juntos podermos Ser melhores, inteiras, complementares, companheiras. Mulheres e homens gratificados, alegres, nutridos criam parcerias felizes e emanam esta felicidade para tudo e todos.

Existem vários livros e filmes interessantes, além dos clássicos como “A deusa interior”. Sugiro a leitura de dois livros: “A tenda vermelha”, de Anita Diamant, Editora Sextante e “O segredo do Anel, o legado de Maria Madalena", de Kathleen McGowan, editora Rocco. Os filmes: A encantadora de baleias, As brumas de Avalon, Colcha de retalhos, Tomates verdes fritos...

Luz, Paz e Alegria sempre.

Este texto foi baseado em vários artigos sobre o Culto à Deusa.

Círculo de mulheres - grupos de resgate da Energia feminina - encontros permanentes em Nova Friburgo, no Sítio do beija-flor.
Em 2008, encontros com as matriarcas das luas cheias:

Terceira lunação – Sol em Peixes – Lua Cheia em Virgem.
Matriarca: “Aquela que avalia a verdade”, guardiã da justiça, nos ensina os princípios da Lei Divina, da lei da ação e da reação.
Dias 23 e 24 de fevereiro de 2008.

Sexta lunação – Sol em Gêmeos – Lua Cheia em Sagitário.
Matriarca: “A contadora de histórias”, nos ensina como usar o humor para afastar o que é negativo, como equilibrar matéria e espírito e preservar as tradições orais dos ancestrais. Dias 24 e 25 de maio de 2008.

Oitava lunação – Sol em Leão – Lua Cheia em Aquário.
Matriarca: “Aquela que cura”, guardiã da artes curativas e dos ritos de passagem, nos ensina o caminho da auto-cura. Dias 16 e 17 de agosto de 2008.

Décima primeira lunação – Sol em Escorpião – Lua Cheia em Touro.
Matriarca: “Aquela que anda com firmeza”, a Mãe da inovação e da perseverança, nos ensina o uso adequado da verdade e do poder. Dias 15 e 16 de novembro de 2008.

Informações no site.

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Elizabeth de Fátima Souza   
Pesquisa e divulgação das essências florais do Sistema Beija-flor. Cursos e atendimentos. Consultoria em Feng Shui para residências e empresas e em Sustentabilidade e Educação Ambiental.
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