Quem precisa de afeto?
Atualizado dia 29/05/2015 17:15:29 em Autoconhecimentopor Paulo Tavares de Souza
Toda carência por afeto denuncia um desconhecimento da própria natureza, revela a distância de si mesmo e serve para mensurar o quanto o indivíduo precisa avançar no desenvolvimento da própria consciência. Quanto mais explorar as maravilhas do mundo interior, menos interesse terá pelo cárcere orgânico, menos irá submeter-se aos desejos e tão pouco irá queixar-se da falta de afeto.
Pessoas vaidosas, orgulhosas, egoístas, enfim, que se preocupam demais em lustrar, envernizar e projetar no mundo a própria personalidade, são altamente vulneráveis a todo tipo de decepção e mágoa, da mesma forma, são as que mais sofrem de carência ‘afetiva’.
Pessoas desapegadas, despretensiosas e humildes são o oposto, não vivem de pires na mão em busca de afeto, carinho, aprovação, nada disso, são conscientes da própria plenitude. Estão muito mais conscientes da grandeza do próprio Ser.
Lao Tzu ensinou em seus escritos:
“Esteja satisfeito com o que você tem; alegre-se com o curso natural das coisas.
Quando você percebe que nada está faltando, o mundo inteiro pertence a você”. (Tao Te Ching - Capitulo 44).
O egoísmo é uma doença, pai de muitas outras enfermidades. O homem que sofre não percebeu ainda que precisa abrir o seu coração para o mundo, doar o melhor de si em favor do próximo, livrar-se da ânsia por preenchimento, seja de pessoas ou coisas; nada escraviza mais do que o apego, nada ancora com maior intensidade o indivíduo na ilusão da matéria do que os próprios desejos. O mundo responde de forma carinhosa a todo esforço devotado ao bem, pois a frequência mental se eleva e o indivíduo sente-se muito mais leve.
É dando que se recebe!
Enquanto o cidadão pautar a experiência terrestre no poder e na riqueza, irá sofrer. A dor e o sofrimento são recursos empregados pelo Universo para trazê-lo de volta, arrancá-lo desta areia movediça dos prazeres efêmeros, pois tudo aquilo que tem começo e fim não pode ser real, apenas a Consciência Pura O é. É preciso ser como a folha que ao cair no rio, aceita ser conduzida pela correnteza até o oceano de sua transcendência e não viver em guerra com o universo em uma luta vã por conquistas inúteis.
Busque, tal qual um Argonauta, o velo de ouro perdido nas entranhas do próprio ser. Faça inquirições acerca de si mesmo, descubra o que você é de verdade, não passe a eternidade dormindo, acreditando ser um vasilhame que precisa ser preenchido constantemente.
Na antiguidade, muitos séculos antes de Cristo, os nobres eram enterrados com todos os seus escravos, pois acreditavam que poderiam tê-los a seus serviços após a morte, será que não estamos, guardadas as devidas proporções, fazendo o mesmo? Será que não percebemos que estamos colocando um valor exagerado na paisagem? Quando iremos perceber que somos apenas espectadores?
Quem dera pudéssemos usar, ao final de nossa jornada, as mesmas palavras proferidas por Julio César no senado romano, após vencer a batalha de Zela:
Veni, vidi, vici (em português: "Vim, vi, venci")
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