QUEM SOMOS NÓS ?
Autor Alexandre Rodrigues Vieira
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 8/14/2006 11:33:01 PM
Há poucos meses esteve em cartaz nos cinemas o maravilhoso documentário QUEM SOMOS NÓS ? (“What the bleep do we know?”) onde Cientistas, Físicos, Psiquiatras e outros estudiosos discutem a questão do que é a realidade e como funciona a mente humana. Sem querer estragar o prazer de quem ainda pretende assistir a esse filme imperdível, não posso deixar de comentar aqui a conclusão aparentemente simples, mas revolucionária, a que todos eles chegam: não existe uma realidade. Pelo menos não uma realidade única ou que sirva para todos. Nem uma realidade estável como a maioria das pessoas procuram e gostariam de estar desfrutando. Nós é que criamos a realidade que vivemos, ou a forma como a vivemos, a cada dia, a cada momento de nossas vidas. Somos nós que decidimos pelas nossas escolhas, apesar das inegáveis influências externas. Até mesmo o que sentimos frente às inúmeras situações da vida está diretamente ligado à forma como estamos escolhendo viver.
As possibilidades à nossa frente são sempre inúmeras. As chances de criarmos novas realidades são infinitas, mas, na grande maioria das vezes, insistimos em nos limitar a uma única maneira de nos comportarmos na vida, pois assim reafirmamos uma “identidade própria”ou, o que é pior, não corremos os riscos de buscar novas formas de pensar e agir. E é dessa forma que ficamos cada vez mais presos a realidades estáticas, becos sem saída onde não conseguimos a movimentação necessária para as mudanças e concretizações que nos levam à frente. Qual será a conseqüência de tudo isso? A resposta se expressa todos os dias em novas e surpreendentes versões: As doenças. Doenças psíquicas, doenças somáticas, desequilíbrios internos sem explicação e, aparentemente, sem solução. A todo instante somos apresentados pela medicina ao “mal do momento”: TDA, TDAH, Raiva no trabalho, novas doenças autoimunes, Síndromes do Pânico e outras antes desconhecidas que tampouco se sabe o que as origina.
O que pouco se fala é o quanto o homem tem se tornado vítima de si mesmo. Tantas novas doenças e sofrimentos emocionais parecem apontar para um não saber lidar com as angústias do viver no contemporâneo, que se expressam em sintomas. O mundo parece estar se movimentando mais rápido do que o próprio homem tem se mostrado capaz de acompanhar. Enquanto novas demandas profissionais e sociais são criadas a cada piscar de olhos, continuamos apegados a velhos padrões de comportamento que insistimos em repetir sem perceber que é justamente esse apego ao velho jeito conhecido de ser que nos torna “incapacitados” de aprender a lidar com os novos movimentos e problemas da vida contemporânea.
Reverenciando o magnífico documentário citado acima, concluo este artigo com o pensamento daquelas mentes brilhantes, que nos brindaram com tão importantes depoimentos: A vida se faz como a criamos e como acreditamos que a realidade possa ser. Nada é estático. Nada é para sempre. Aceitar e aprender a lidar com o dinamismo das coisas da vida é o que faz toda a diferença. Saúde ou doença, alegria ou amargura são reflexos mais da forma como encaro e construo a realidade à minha frente, do que como ela aparenta ser.
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