QUEM SOMOS NÓS?
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Autor Christina Nunes
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 6/4/2006 11:20:26 AM
"Ontem o Sol apareceu à noite e cantou para mim"
A Ciência é nimbada de Luz, quando trabalha em sintonia com a Criação. Talvez, a mais abençoada ferramenta propulsora do avanço evolutivo do ser humano vivente na face da Terra!
De ontem para hoje, após conhecer os cientistas iluminados do espetacular filme-documentário Quem Somos Nós?, janelas descerram-se com fragor, e através delas, a Luz do entendimento maior inundou a Vida, em plena noite de sábado!
Enquanto assistia, maravilhada, estes excelentes homens e mulheres explicando a respeito do fato de sermos, acima de qualquer coisa, criadores das nossas realidades, e, por conseguinte, responsáveis por tudo o que acontece em torno e dentro de nós (exemplificando, inclusive, para o meu encanto, com o maravilhoso estudo da molécula de água influenciada pelos pensamentos e energias, como há pouco foi abordado no STUM!), enquanto os assistia, em estado de fascínio, quase de êxtase, com meu filho adolescente também entusiasmado, vieram-me às lembranças dois fatos curiosos: um da minha infância; outro relacionado ao conteúdo de um dos meus livros.
Recordei-me de uma cena de quando era bem pequena - talvez uns seis anos - que, estranhamente, nunca saiu da minha memória, e vez por outra vem à tona, no decorrer da minha vida: uma vez, quando estava com meu pai na varanda da nossa casa, perguntei a ele, sem mais nem menos: "pai, por que não posso ver a Margarete ali na casa dela, e o que está fazendo?!"
Lembro-me que o tom da pergunta era quase contrariado. Lembro perfeitamente o que sentia ao perguntar: para mim, naquele minuto, por alguma razão qualquer, incógnita - mas que agora entendo bem - seria muito natural que, de lá da minha varanda, visse a Margarete (uma amiguinha e vizinha) na casa dela e o que fazia. Mas meu pai olhou-me entre intrigado e indiferente com o que talvez julgasse mera extravagância de criança, e simplesmente respondeu: "É porque ela está lá, e você aqui, minha filha!" Ao que, inconformada, ainda acrescentei: "Mas eu devia ver a Margarete lá, e saber o que está fazendo..."
Não lembro o que recebi como resposta em seguida. Mas ontem, em assistindo Quem Somos Nós, a questão toda se deslindou, confirmando aquilo que, de mim mesma, já supunha, desde que, durante todos estes anos, fui avançando na compreensão do Universo maior que nos cerca. Era simplesmente, naquele momento, a criança manifestando o ser real que todos somos: multidimensional; habituado a viver sem os limites de expressão materiais. Em Quem Somos Nós, com efeito, a ciência nos explica que o quanta (a unidade menor constituinte da suposta matéria de que é feito o nosso corpo, o nosso mundo), assim se manifesta - como probabilidade, não como entidade separada e definida. Como uma onda, um vir a ser; podemos, portanto, estar aqui ou lá. Tudo vai depender de nossa escolha - e todas as nossas possibilidades não caem na não existência em função disso.
A ciência nos explica, também, que cada célula é a menor unidade de consciência em nós. E o cientista nos expõe, a partir disso - e na dramatização do filme - que se originam daí os vícios de toda ordem: de modo que, se você se habitua com uma determinada escolha na vida - qualquer uma; uma emissão de energia pessoal em última análise - é condicionado por ela; e, por conseguinte, suas células, suas pequenas unidades de consciência, que se tornam, por assim dizer, viciadas naquilo que você mesmo alimentou fazendo uso do seu livre arbítrio, criando a exigência persistente do mesmo gênero de acontecimento: seja alimentar, sexual, depressivo, violento, qualquer coisa...o que gera, por conseguinte, o chamado "vício".
Isto é a constatação patente, portanto, de que somos os únicos e exclusivos responsáveis pela criação da nossa realidade. Desde a emissão da energia amorosa, delicada, imprimindo na molécula de água belíssimos aspectos florais (e então, como diz o personagem no documentário: "se fazemos isso com o pensamento sobre uma molécula, imagine o que não podemos fazer com nós mesmos?" - já que somos noventa por cento água em nosso organismo) até as energias com as quais, inadvertidamente, nos viciamos sem nos darmos conta no decorrer das nossas horas - emissões negativas, agressivas, de possessividade doentia, de ciúme, de orgulho ou rancor, em lugar das positivas de amor, ternura, paciência, compreensão e tolerância... Assim, portanto, criadores que somos, vamos delineando e materializando o nosso mundo - a nossa própria realidade da qual, por vezes, reclamamos tanto. Mas que, segundo a própria ciência, criamos, inapelavelmente. Criamos a realidade em torno, fruto da nossa própria projeção mental - e esta, por aglutinação, combina-se com emissões semelhantes para configurar o cenário que nos cerca, e que, portanto, se nos agrada ou nos desagrada, em decorrência, é assunto nosso, e exclusivamente nosso!
Foi a partir disso que se deu a segunda recordação que me veio, do trecho de um dos meus livros psicografados, recebido há alguns anos, onde, num mundo situado em dimensão próxima à Terra, dedicado exclusivamente às manifestações artísticas, um sábio Instrutor pontuava para seus aprendizes a respeito destas realidades, ao discorrer sobre a definição do que seja o "vício" : "(...)o conceito de vício, inclusive de acordo com a terminologia material terrena, ainda é limitado, e preso a clichês que, por um bom tempo, não permitirão a nossa visão das coisas, ou seja: a de que o avanço do ser humano não está tolhido somente pelos vícios tradicionais e chamados prejudiciais à saúde do corpo, sejam os do fumo, do álcool ou das drogas! O dano maior não é o do corpo, e sim, e sempre, o da alma (mente, nosso grifo)!(...) Ódio pode ser um vício, se devidamente alimentado ao ponto de se tornar um hábito; violência pode ser um vício; depressão pode ser um vício (baixa da auto-estima, grifo nosso); e mesmo o amor, na sua multiplicidade de formas, se imbuído exageradamente de posse, pode ser um vício!"
(CONTINUA NO PRÓXIMO ARTIGO)
Lucilla & Caio Fábio Quinto
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Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |