Quem sou eu?
Atualizado dia 8/12/2006 11:09:44 AM em Autoconhecimentopor Daniel Ferreira Gambera
Dentre essas questões, uma das que me parecia das mais inúteis, considerando-se a forma como eu a via sendo tratada, estava a que pode ser explicitada na pergunta: “Quem sou eu?”.
Cada autor aparecia com uma teoria para explicar para mim quem eu era! Que disparate! Como se eu não soubesse quem sou, ou, como se, através de suas teorias eu pudesse me conhecer melhor. Confesso que até tentei, algumas vezes, aplicar algumas dessas teorias para ver se chegava a algum resultado interessante, mas, com elas, só tinha a sensação de ficar mais perdido ainda.
Com o tempo, porém, fui encontrando uma série de ferramentas muito úteis, não no campo da espiritualidade, mas no campo da psicologia e que me ajudaram a conhecer minhas motivações, meus mecanismos de defesa, a estrutura e a dinâmica da minha personalidade, etc. De uma certa forma, eu estava sendo motivado pela pergunta: “Quem sou eu?”, mesmo que inconscientemente. Talvez, na verdade, estivesse apenas respondendo à pergunta: “Como estou?”.
É interessante notar que, se a pergunta mais simples: “Como estou?”, já necessita de muito trabalho pessoal e particular para ser respondida, ficaria ainda mais absurdo considerar que algum pensador pudesse me dizer quem eu sou.
Antes que eu pudesse ter a perspicácia para entender que essas perguntas, na verdade, não possuem uma resposta teórica, mas uma resposta prática que precisa ser vivida e experimentada por cada um que as pergunte, passei por uma experiência muito esclarecedora, promovida por amparo espiritual, e que vou relatar a seguir:
Numa noite, enquanto eu dormia, um amparador (no plano espiritual) realizou, em mim, algo que me pareceu um tipo de “alfabetização energética”. Ele dirigia a minha atenção para uma área reduzida do meu corpo e da minha aura e me mostrava as coisas que estavam lá, os processos que me ligavam de forma negativa a outras pessoas. Ele me orientava a que eu me concentrasse para me liberar dessas ligações, eu fazia o esforço para isso. Como só com o meu poder de concentração eu não era capaz de desfazer essas ligações, o amparador potencializava minhas ações dando-me a energia extra para desfazê-las. Assim nós prosseguimos, indo da cabeça aos pés, dos pés à cabeça, indo e vindo, desfazendo ligações que não haviam sido percebidas nas passadas anteriores. Pareceu-me que ficamos horas realizando esse trabalho. Num dado momento, o trabalho parecia completo, ou ao menos, estava completo tanto quanto fosse possível e o amparador foi embora.
Pronto. Para minha surpresa, ao final, estava eu comigo mesmo! Todas aquelas ligações, que eu nem percebia ou sequer concebia existirem estavam ofuscando aquilo quem eu realmente sou. Fiquei impressionado, também, ao ver, durante o processo que algumas vontades muito poderosas, mas mal-orientadas, confusas ou mal-intencionadas, de pessoas que eu nem conhecia, tinham uma influência enorme na minha vida, afetando-a negativamente em vários aspectos.
Nesse momento, experimentei uma resposta mais profunda à pergunta: “Quem sou eu?”, e foi somente então que entendi a grande importância dela.
Foi somente nesse momento que consegui ver, com uma clareza impressionante que as minhas respostas genuínas à vida eram obscurecidas por todo aquele aglomerado de energias que não vieram de mim. Muito daquilo que eu considerava antes como sendo eu mesmo era apenas parte desse aglomerado incoerente, traduzidos em medos, limitações infundadas, indecisões, etc.
Fiquei impressionado, também, ao reconhecer como esse Eu, que eu estava experimentando era positivo, muito diferente daquilo que eu havia aprendido a considerar o meu Eu. Pude compreender como Paulo teve o discernimento para escrever as seguintes palavras: “Mas Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, de amor e de moderação.” Ele só estava falando de sua experiência real, daquilo que ele experimentava quando estava consigo mesmo.
Hoje, acredito que, embora cada indivíduo seja, em essência diferente um do outro, há certos aspectos que são comuns a todos e um dos grandes desafios da vida neste planeta é aprendermos a mantermo-nos ligados a e a manifestar cada vez mais e melhor aquilo que realmente somos. Então, suponho que não haja outra forma... cada um precisa experimentar o seu próprio Eu... Não há quem possa fazer isso pelo outro... E, por outro lado, entendo que todos nós temos, pelo menos, um pouco dessa autoconsciência, só precisamos de uma pequena orientação para que não nos tomemos como aquilo que não somos.
Há alguns meses encontrei na internet um texto que achei incrivelmente preciso e esclarecedor sobre as características que os "verdadeiros Eus" possuem em comum. Nele, há o conceito de True-Self e False-self. Seria algo equivalente a Eu-Verdadeiro e eu-falso. Abaixo, coloco uma tradução (talvez não muito precisa) das características do Eu-verdadeiro, segundo o autor. Para saber mais sobre o texto de onde foi pesquisado, de autoria de Peter K. Gerlach, visite a página: link
Traços comportamentais comuns ao Verdadeiro Eu:
- Alerta, “acordado”, consciente;
- Geralmente “para cima” e “leve” (humor);
- Normalmente realisticamente otimista;
- Focado, claro e centrado;
- Compassivo, gentil, clemente;
- Firme, forte, motivado, com propósito;
- Calmo, sereno, pacífico;
- Normalmente possui um amplo ângulo de visão, foco no longo prazo (aceita o adiamento de gratificações);
- Equilibra os resultados de longo e de curto prazo;
- Normalmente paciente, persistente, comprometido;
- Apreciador, grato, “copo meio cheio”;
- Empático, sensível, genuinamente respeitoso;
- Espiritualmente aberto, consciente, “conectado”, receptivo, em crescimento;
- Consistentemente auto-nutridor, sem egoísmo;
- Genuíno, honesto, aberto, direto;
- Respeitosamente assertivo;
- Socialmente envolvido e ativo;
- Fisicamente saudável: dieta balanceada, exercício, trabalho e descanso, checkups preventivos;
- Espontaneamente expressivo, para todas as emoções, em tempo real, sem maiores ansiedades ou culpas;
- Capaz de formar laços genuínos com os outros;
- Capaz de julgar em quem confiar/desconfiar sobre o que;
- Auto-responsável de uma forma realista;
- Normalmente realista sobre a vida e as situações;
- Capaz de, espontaneamente, trocar amor;
- Confortavelmente recebe elogios merecidos;
- Freqüentemente capaz de perdoar a si mesmo e aos outros;
- Freqüentemente inclui os outros em sua “bolha de consciência”*;
- Raramente envia mensagens duplas;
- Capaz de assimilar a dor da perda espontaneamente;
- Procura por pessoas guiadas por seus Verdadeiros-Eus e por cenários altamente nutritivos (nutritivos para a Vida);
- Desenvolvendo e vivendo um propósito claro de vida;
- Trabalho, diversão e descanso estão, de forma geral, equilibrados;
Algo me diz que já somos assim, mesmo que alguns traços ainda não se manifestem...
ok
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