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RECORDAÇÕES DE VIDAS PASSADAS II

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Autor Christina Nunes

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 8/28/2004 11:03:14 AM


Os que ainda contestam as realidades espíritas costumam freqüentemente levantar a questão da memória das vidas passadas como instrumento eficiente de ataque, como se, com isso, se conseguisse um trunfo definitivo de comprovação da inexistência da reencarnação e das vidas sucessivas. Alegam que não se pode responder por acontecimentos de que não se recordam, e que de qualquer maneira, se lembranças não existem deste passado, a conclusão natural é que dele não existem provas mensuráveis, e por conseguinte, ninguém deve disso ocupar-se, em detrimento do que é visto e palpável no aqui e agora.

Ora; em princípio, o que se deve levar em conta é que, se algum valor existisse neste argumento, não passaria de valor logístico, frágil diante de fatos que lhe derrubam as teses. Isto porque valer-se da afirmação da ausência absoluta de registros de memórias de vidas anteriores torna-se, indiscutívelmente, apenas num ponto de vista a mais, a partir do momento em que a literatura atual é farta de estudos e pesquisas que demonstram o contrário, ao mencionar os casos criteriosamente estudados, por cientistas renomados e indivíduos outros, de reputação ilibada, de crianças e pessoas devidamente identificadas, que relataram pormenorizadamente eventos de reencarnações anteriores, detalhando lugares, nomes, circunstâncias do tipo de vida que levaram, e até mesmo do gênero de morte que os vitimou naquele tempo*.

Já se disse, acertadamente, que contra fatos não há argumentos. Então, partamos do que a própria lógica nos sugere como confiável, tal o testemunho de um sem número de pessoas idôneas a quem o decoro não autoriza a ninguém (e aí sim, sem provas) taxá-las levianamente de charlatães ou mentirosas, visto que dispõe a seu favor do próprio crivo da pesquisa isenta e científica, que lhes tem validado os acertos dos depoimentos, para passarmos à consideração das possíveis e justas razões que condicionam o ser humano a esta contingência especial de, a cada vida, não dispor de acesso fácil a recordações de vidas pretéritas que, em mais das circunstâncias, poderia ser prejudicial às atuais vivências.

Digo acesso “fácil” porque, em bem se observando o encadeamento das nossas vidas, descobrimos que, para nos compensar e servir de base, sobram diversos “indícios” de quem poderemos ter sido e do que fizemos anteriormente, bastando para tal lançarmos uma vista d’ olhos nas nossas aptidões natas; naqueles nossos gostos e tendências que não foram herdados de ninguém; nas estranhas e acentuadas emoções despertadas por filmes épicos, ou por músicas típicas de outras culturas, sem razão plausível; na nossa facilidade em aprender esta ou aquela língua, como se já a soubessemos, ou a tivessemos articulado não faz muito, ou no apreciar em demasia este ou aquele país ou povo, sem nunca termos pisado nas suas terras, numa espécie de familiaridade despropositada com outras nações e com seus hábitos, por vezes totalmente díspares com o que vivemos e somos atualmente, no lugar onde nascemos.

Nada obstante estas “pistas”, que nos podem sugerir, com boa margem de acerto, quem fomos, e a que gênero de atividades nos entregamos em existências anteriores, é sábio que as engrenagens da Providência não nos proporcione a lembrança integral dos acontecimentos. Porque fácil se torna deduzir os transtornos graves que daí adviriam para o nosso progresso como seres humanos, na missão árdua de realizar as diretrizes divinas situados nos laboratórios, por vezes fatigantes, da vida material.

Efetivamente, se a verdade é que já viemos muitas vezes, e várias das quais acompanhados dos mesmos seres que, ao nosso lado, desempenharam outrora papéis amigos ou inimigos, encarnando personalidades que possam ter representado espinhoso capítulo no aprendizado das convivências antigas, o melhor de fato, em favor da harmonização desejada para a melhoria do mundo, será que voltemos ao palco das necessárias lições temporariamente esquecidos, tanto do que nos valeu como afeto precioso, quanto do que já nos feriu nos dias pretéritos, em episódios de traições ou dissensões não resolvidas, mas possívelmente solucionáveis séculos depois, ao repetirmos juntos novas experiências, representando papéis diferentes dos daqueles tempos: talvez como irmãos dos anteriormente meros conhecidos, ou como personagem chave em socorro de alguém, em lugar do parente difícil de outros tempos.

Só esta disposição de coisas assegurará nossa evolução humana e afetiva, no desempenho pleno do amor incondicional ensinado há dois mil anos por Jesus, nas terras da Galiléia. Porque dentro das idas e vindas da vida material, no decorrer da eternidade, não correremos o risco de desejar apenas a convivência daqueles que nos são agradáveis, no sagrado exercício do livre arbítrio.

A ausência da memória a cada reencarnação vem nos ensinar, eficientemente, que as diferenças que foram responsáveis por mágoas e dissabores não têm que necessáriamente desunir os seres, sem remissão. Aproximando aqueles que antes se votaram sentimentos deprimentes e repletos de amarguras, talvez num contexto familiar que os obrigue a um estado gradativo de estima mútua, proporciona que novas vivências em comum entrelacem seus participantes numa nova ordem de emotividade, renovando-lhes os corações, e livrando-os para sempre da carga ingrata das baixas vibrações do ódio, responsáveis por se situar este lindo mundo, ainda hoje, nas faixas pesadas dos orbes destinados às difíceis, porém redentoras provações.

Um dia, pacificamente, em esferas mais sublimes, irmãos unidos, pais e filhos terrestres, esposos, e toda a vasta gama de elos estabelecidos na vida física pelos laços de sangue, haverão de recordar com tranqüilidade de suas dissensões tão amargamente sofridas, e no entanto superadas gloriosamente quando, em novas oportunidades, puderam encarnar no palco terreno novos papéis que lhes permitiram renovar com amor os ressentimentos anteriores.

Lembremos, portanto, que este que levamos amorosamente nos braços nos dias que correm, recém chegado à conta de filho adorado, pode outrora ter sido responsável pelas nossas mais dolorosas lágrimas e atribulações. E se disso repentinamente pudéssemos nos recordar, acaso nos veríamos despojados do mais legítimo dos sentimentos de amor, qual o de um pai ou mãe, ao contemplar a inocência do anjo que, em nos envolvendo no seu olhar, deposita em nossos atos e providências a mais absoluta confiança?

Mostra-se ou não, portanto, a mais eficiente das Leis Divinas, esta que nos despoja momentaneamente de lembranças que em nada auxiliariam nosso progresso íntimo, para cumprirmos com fidelidade as máximas do “amai ao próximo como a ti mesmo” e do “ perdoai para serdes perdoados”, ainda tão incompreendidas no atual estágio da lenta marcha evolutiva da humanidade?

Com amor,
Lucilla e Caio Fábio
"Elysium"
https://www.elysium.com.br





* Vide “Almas Antigas”, de Tom Schroder

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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Christina Nunes   
Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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