Relacionamentos tóxicos!
Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 8/9/2015 10:51:13 AM
Há muitos artigos escritos sobre o tema inclusive com descrições enumeradas dos vários tipos de relações tóxicas. Tóxico é tudo o que envenena, o dicionário afirma que é o mesmo que veneno. Pode-se dizer também que é tudo o que contamina.
Relacionamentos que incomodam e que impedem o bem viver e a condição de harmonia e paz. Há sempre algo para atrapalhar: um olhar, uma palavra um gesto.
Muitos ocorrem por medições de força, puro orgulho e deleite do ego que se propaga na relação, ocupa os “espaços internos” até espremer e sufocar os sentimentos existentes, não deixando condições para seu cultivo. Cada vez que ocorre uma tentativa de aproximação com o ente querido, aparentemente do nada surge uma bordoada que leva imediatamente à desistência. Por longo período o relacionamento será mantido por “obrigações de”, carregado de ressentimentos e magoas, até nova tentativa e nova ação aversiva.
Empecilhos são cultivados não permitindo a comunicação dos mesmos para que, através de uma conversa franca e honesta, essas diferenças possam ser resolvidas e superadas. O casal sofre, tanto um como outro. O foco está sempre no criticar, nunca no harmonizar.
Muitos que já deveriam ter se interrompido há longo tempo, que são mais comuns nos relacionamentos sociais e de trabalho, possuem também as mesmas causas e despertam as mesmas emoções, a diferença está nos vínculos das relações. O casal que visita outro e, mais uma vez recebem ou dão agulhadas que ferem, fazendo do encontro um momento de tensão e desagrado. Uma volta para casa com grandes irritações e desconforto.
As relações no trabalho onde o clima reinante é de dissonância e o foco se tornou difuso. As pessoas “esqueceram” o porquê estão lá e agora canalizam suas ações para a perturbação dos demais. Há como uma competição oculta: quanto mais incomodar e atrapalhar o outro mais vitorioso se sente. Vitória com sabor de fel, pois impede tanto ao mais forte como o mais fraco de viverem um estado de paz e harmonia interior.
O que gera e mantém tudo isso? A causa está no quanto as pessoas estão vivendo um relacionamento tóxico consigo mesmas. A não percepção de que cada uma é responsável por tudo que ocorre consigo mesma e a “busca de culpados” por suas dificuldades e insatisfações despertam e alimentam emoções tóxicas. Raivas, invejas, ira, contaminam, envenenam aqueles que as vivem e então suas ações serão impulsionadas por elas.
Esse comportamento faz com que a pessoa favoreça esse tipo de relação e permaneça nele, pois reforça a sensação de que a culpa é dos outros, nunca sua responsabilidade. No desconforto dos atritos e desgastes externos, um aparente alívio àquilo que é seu.
Alguns poderão dizer que então nenhum relacionamento será possível, visto que em todos existem momentos de insatisfações e desagrado. Não é verdade! A toxidade ocorre no não tratamento dado quando a pessoa está imbuída de uma convivência alegre e saudável.
Realmente haverá afastamentos, muitos poderão deixar tristezas por terem ocorrido, porém a coerência da pessoa consigo mesma e o bem estar pela adequação de sua conduta supera qualquer vazio que um afastamento possa deixar. É a consciência de que mais vale um espaço a ser preenchido do que seu preenchimento a qualquer preço.
Tudo o que faz mal é tóxico. Excesso de comida ou de bebida faz muito mal, nem por isso se deve abandonar a comida ou nunca beber nada. Fazê-lo equilibradamente fortalece e causa bem estar. Aqui entra o “tudo que é demais faz mal.”. Porém é necessário lembrar que há determinadas comidas ou bebidas que fazem mal em qualquer quantidade. Assim também com as pessoas. Com muitas a convivência comedida e respeitosa mantém a relação positiva, não permite a saturação. Com outras não é possível.
E nas relações afetivas e familiares, destruir tudo? Não. Apenas rever o que é que estão cultivando, se o amor e o reconhecimento por e pelo tudo que são e tem ou a ingratidão e apego ao que falta e que desperta a cobiça, a mulher mais atraente, o homem mais “sarado” ou rico, etc, etc. etc.
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