Relações de parentesco
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Autor Flávio Bastos
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 2/9/2006 2:15:24 AM
Certa vez, uma jovem mãe chegou ao meu consultório tensa e preocupada. Também não era para menos, pois sua filhinha de apenas quatro anos, já há algum tempo, vinha dizendo coisas impressionantes e inexplicáveis para a compreensão dela e de seu marido.
Contou que num certo dia a menina dissera: "Mãe, há muito tempo atrás, quando eu ainda não era a tua filhinha, tu eras pequenininha e eu te embalava no colo". Outra: "A vó (avó paterna) já foi minha mãe. Mas ela era muito má, me batia e me deixava trancada num quarto de castigo e sem comida".
Em outra ocasião, uma mãe psicóloga que passava por uma crise de relacionamento com sua filha de trinta anos, atônita, relatou-me o seguinte: "A educação de minha filha foi, durante a infância e a adolescência, baseada no diálogo e no uso da firmeza equilibrada quando necessária. Jamais extrapolei na cobrança de limites e muito menos apelei para a violência". E segue o seu relato: "Pois, ultimamente ela vem me dizendo coisas que nunca aconteceram, como por exemplo: "Tu me surravas seguidamente. Achas que não lembro, mãe?" E acrescenta: "Outra vez, para minha perplexidade, ela chegou ao ponto de dizer que lembrava de mais de uma vez ter sido espancada por mim. Fato que jamais aconteceu".
Nas crianças, recordações de vidas prévias acontecem normalmente até a puberdade, mas com duração indefinida e devido a determinados fatores (gatilhos) capazes de desencadear a memória dos fatos, como sonhos recorrentes; visões; recordações espontâneas; o dejá vu; reconhecimento de um personagem ligado a uma encarnação anterior; doenças graves; conhecimento direto ou sonho simples que desencadeiam a memória extra-cerebral.
Portanto, estes fatos anteriormente descritos representam apenas uma ínfima parcela, uma amostra diante do universo de situações similares que acontecem no seio das famílias, onde "papéis" de pai, mãe, filhos, avós e avôs são transitórios no "filme" da vida atual e poderão ser trocados no próximo filme de convivência do mesmo grupo familiar.
A jovem "A", 23 anos, nos procurou devido a um sentimento de solidão e isolamento que lhe causava intenso desconforto, além da antipatia que sentia pela avó paterna. "Algo sem sentido", como destacara. Na regressão de memória extra-cerebral, "A" viu-se como uma jovem enfêrma que vivia isolada em um quarto de uma luxuosa mansão onde a sua mãe, indiferente à situação da filha e como dama da alta sociedade, costumava receber convidados para jantares e festas que promovia. Desencarnou ainda jovem, trazendo para a vida atual este sentimento de abandono e a inconsciente mágoa relacionada à avó paterna (sua mãe naquela vida).
Hoje, a jovem "A" consegue estabelecer um ótimo relacionamento com a avó. A experiência de regressão propiciou-lhe esta clareza e discernimento necessários: de que no histórico dos relacionamentos inter-familiares não existem vilãs nem vilões. Somos individualidades que temporariamente representam papéis neste formidável laboratório de aprendizagens chamado vida. São papéis que, acima de tudo, deverão contribuir para a nossa evolução espiritual e para a evolução do coletivo familiar, nossos companheiros de jornadas existenciais.
Psicoterapeuta Reencarnacionista e Psicanalista Clínico.
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 14
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |