RELIGIOSIDADE E ESPIRITUALIDADE
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Autor Maria Luiza Silveira Teles
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 6/16/2005 7:20:14 PM
A história parece nos ensinar que o fenômeno religioso é específico do homem. Os atos considerados religiosos são os mais antigos no âmbito da espiritualidade; precedem a própria arte e filosofia. Algo assim só pode ser explicado como uma exigência profunda da natureza humana que não nos cabe negar, mas apenas tentar explicar.
Paulo Emílio Pimenta (1980), grande filósofo, autor do livro “As origens do fenômeno religioso”, afirma que a limitação e a dependência seriam os sentimentos que levariam o homem à necessidade da religião. Pessoalmente, preferimos colocar a religião, ou melhor, o sentimento de religiosidade em algo mais profundo: se o “eu” não é o Absoluto, tem que haver um Absoluto e a busca deste é inerente à nossa natureza humana e transcende as nossas necessidades materiais.
O “eu absoluto”, de Fichte e o “espírito absoluto”, de Hegel, ilustram a nossa
linha de pensamento e evidencia-se serem as qualificações do “sujeito absoluto” tão fantásticas que acabam coincidindo com o que, tradicionalmente, se designa por “Deus”.
Muitos filósofos repelem a metafísica e, com isso, igualmente a possibilidade da existência divina. Sem desprezar todas as profundas especulações dos pensadores com relação a Deus e à religião, somos de opinião que não se discute Deus. Nós O percebemos, O sentimos, O descobrimos. Ele é uma experiência de deslumbramento, amor e consolação que, por motivos desconhecidos, alguns experimentam e outros não.
Como diz o grande poeta Fernando Pessoa:
“(...) Onde nada está, tu habitas
e onde tudo está – eis o teu corpo.
Dá-me alma para te servir e alma para te amar.
Dá-me vista para te ver sempre
No céu e na terra,
Ouvidos para ouvir
No vento e no mar,
E mãos para trabalhar em teu nome.”
Uma coisa é certa: a espiritualidade e a religiosidade são o coroamento do pensar e uma das molas propulsoras do trabalho científico e filosófico. É preciso ouvir, com respeito, a própria natureza, as diversas especulações dos pensadores e a revelação dos iluminados.
A religiosidade pois, é uma conquista que ultrapassa a própria religião: é uma realização e convicção interior, plenamente conscientes e que independem de formalismos e ajudam o homem a emergir da rotina e a encontrar a própria identidade em Deus.
A verdadeira religiosidade ou a espiritualidade autêntica impregna a vida de alegria, esperança e fé; liberta o homem do medo, da angústia e da solidão e ajuda-o a expandir-se. Ao crescer em seu interior o germe divino, o ser humano se torna Homem no sentido pleno da palavra: a realização do Projeto Divino.
Maria Luiza Silveira Teles
Professora de Psicologia para cursos de pós-graduação, escritora, conferencista, terapeuta Reiki.
Texto revisado por Cris
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Fui professora de Inglês e, depois, professora universitária de Psicologia e Sociologia. Tenho 29 obras publicadas pelas editoras Vozes, Brasiliense e Parêntese. Hoje, trabalho como professora-visitante por todo o Brasil, sou consultora pedagógica e editorial e faça Reiki nas pessoas necessitadas que me chamam. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |