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RELIGIOSIDADE VERDE E AMARELA

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Autor Fernando Martins

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 18/09/2010 09:46:07


Estamos vivendo um momento de Censo. De certo teremos surpresas mais uma vez no que tange o item religiosidade.

Dados colhidos no último Censo realizado pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatística apontou para uma nova tendência no comportamento do brasileiro em relação à prática religiosa e às religiões.

Este Censo que é realizado em espaços de tempo pré-determinados e cujo último foi realizado em 2000, apresentou uma nova realidade que já vinha sendo anunciada na última década do século XX: uma tendência de que haveria no novo milênio, um aumento nas práticas religiosas embora ocorresse uma queda em relação à busca das tradicionais instituições religiosas.

Esta nova postura espelha o contexto histórico em que vivemos, pois, se de um lado existe hoje uma busca maior por uma religação com Deus e as coisas divinas, para preencher o vazio sentido diante deste mundo cada vez materialista, por outro lado, o individualismo, que é característica destes novos tempos, se faz presente, quando vemos cair o número de adeptos das tradicionais religiões e o aumento de praticantes de opções religiosas alternativas, como as religiões esotéricas (item novo acrescentado no Censo de 2010), que nada mais são, do que práticas individuais, que buscam extrair das mais diversas correntes religiosas, elementos que irão compor uma prática própria, personalizada.

Ou seja, aumenta as práticas religiosas embora caia a busca por tradicionais religiões.

No último Censo, o número de católicos diminuiu quase 10 por cento em relação ao Censo de 1991, e embora tenha havido um crescimento do número de evangélicos que de certo vieram do catolicismo, a soma dos dois percentuais não supera em crescimento proporcional, o número de entrevistados que optaram na pesquisa pelo item "outras religiosidades". Tiveram ainda um grande número de pesquisados que optaram pelo item "sem religião".

O número dos "sem religião, só foi superado pelo número de católicos e evangélicos. São cerca de 12 milhões de pessoas que se dizem não ter nenhuma ligação com qualquer tipo de religião, mas que devem exercitar alguma forma individual de prática religiosa.

São tantas as verdades religiosas como pessoas pensantes. E cada pessoa hoje em dia, busca cada vez mais a sua própria verdade. De fato o ser humano sempre necessitou e necessitará de acreditar em um algo maior, em se relacionar com um algo Divino, mas que este algo, seja um algo mais próximo de si. O espírito religioso não está a desaparecer, mas sim, a transformar-se dentro de uma nova ordem social em constante transformação.

A interseção entre Oriente e Ocidente

O crescimento das religiões de origem oriental é bastante significativo, tendo inclusive o Budismo, Zen Budismo, dentre outros, se transformou em um item específico no Censo de 2000 e não mais compondo o item religiões orientais, como no Censo de 91.

O número de pesquisados que se declararam budistas chega a ser o dobro do número de praticantes da religião judaica.

Podemos associar este crescimento das religiões orientais, ao interesse em larga escala por práticas ligadas principalmente às áreas de saúde e qualidade de vida originárias do oriente, sem contar com mudanças nos hábitos alimentares, vestuário, decoração de ambientes, etc.
Nunca foram criadas tantas academias oferecendo práticas de yoga, tai chi chuan (movimentos ritmados que visam harmonizar corpo e mente), cursos dos mais diversos que vão do feng shui (técnica de harmonização energética de ambientes) até práticas denominadas terapias alternativas, que de alguma forma estão ligadas aos conceitos da medicina oriental, como o Shantala (técnica de massagem de harmonização para bebês) ou o Shiatsu (técnica terapêutica corporal onde as pontas dos dedos pressionam pontos no corpo determinados pela acupuntura).

A psicóloga rogeriana Sonia Amaral, introdutora no início da década de 80 da técnica chinesa do Chi Kun (conjunto de exercícios respiratórios que visam o equilíbrio emocional), diz em seu livro Em Busca do Samurai:

"Acho que um dos erros da divulgação do Oriente entre nós é a idéia de que podemos nos transformar em orientais se lermos o Tao Te King em vez da Bíblia, praticarmos o Tai Chi ou acendermos incensos em nossas meditações. Jamais nos transformaremos em algo que essencialmente não somos. Podemos sim, assimilar a sabedoria oriental e adaptá-la à nossa realidade. Só assim poderemos obter um resultado positivo."

Um novo item acrescentado no último Censo foi Tradições Esotéricas.

Esotérico vem do termo exótico, diferente, que causa estranheza. Mas nada de estranho há. Quem de nós não conhece alguém que tem em suas casas altares misturando santos católicos com figuras da mitologia grega ou mesmo estatuetas de deuses indianos?

Elementos e instrumentos dos mais diversos seguimentos religiosos se misturam compondo o simbolismo das práticas religiosas destas pessoas.

São práticas individuais, personalizadas, onde a fé pessoal vai além de dogmas e regras pré-existentes de religiões já estabelecidas historicamente.
Geralmente oram aos santos católicos, mas também utilizam a força dos cristais verdes para cura ou praticam exercícios vindos do oriente para auxiliar no equilíbrio do corpo e alma.

Destas novas tradições, cuja característica principal é a postura ecumênica, no sentido da união de várias crenças na busca do desenvolvimento espiritual, a mais difundida no Brasil é a Summit Lighthouse, fundada por um casal norte americano, com sede em Montana (EUA), que tem como intuito, divulgar os ensinamentos passados aos seus pelos Mestres da Grande Fraternidade Branca.

Os milhares de membros brasileiros ligados a Summit Lighthouse tanto oram para Jesus como para Buda e outros avatares históricos, denominados de Mestres Ascensionados e que compôe o que chamam de Mestres da Grande Fraternidade Bra.

Vemos que a pesquisa do IBGE apresentou na época um resultado que reflete uma mudança no comportamento religioso da população. Mas nada tão brasileiro. Em um país cuja característica é a pluralidade cultural, não há de se estranhar que uma parcela significativa da população, viva sua espiritualidade de uma maneira tão personalizada, verde e amarela, onde se por um lado, os devotos não abrem mão de olhar para os céus e conversar com um Ser Superior, por outro, querem também levar as últimas conseqüências o que se denominou livre arbítrio, sendo o ser humano, capaz de ter as suas escolhas, compor os seus ritos, vivenciar da melhor forma suas experiências espirituais, seu contato com o Divino.

E neste novo Censo deste ano, de certo esta quadro irá se ampliar. E assim seguem a maioria dos brasileiros, meditando no Zen, entre incensos, anjos, bruxinhas e santos, em postura de lótus e olhando para os céus, entoando mantras e exclamando: graças a Deus! Tudo junto, ao mesmo tempo agora em nome da fé.


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