Repetição dos Problemas ou Destino? - Parte final
Autor Marcia Regina Aurichio
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 12/18/2009 10:01:19 AM
Continuação...
Existe uma lenda, contata por um mestre da Kri Yoga, capaz de pontuar o que é Karma (na visão oriental) ou destino (ocidental). A palavra Karma vem do sânscrito Kri, que quer dizer ação, criação. Notem que não tem nada a ver com o uso comum. O mestre e o discípulo estavam andando na floresta, quando o aprendiz se sentou no chão e começou a chorar.
Aí, o mestre indagou:
– O que aconteceu?
– Eu, que sou um bom discípulo, enfiei este espinho no pé e isto me custará uma infecção.
– Você não vê o quadro como um todo!
– Como assim, mestre?
– Lá na frente, você seria saqueado e morto. Mas, como é um bom discípulo, só ganhou este espinho no pé.
E, assim, foram seguindo. Mais adiante, eles ouvem um barulho e, ao se virarem para trás, se deparam com o mais vândalo e assassino da região, agachado para pegar uma moeda de ouro, exatamente onde o discípulo havia “conquistado” seu espinho.
O discípulo, então, pergunta:
– Mestre, por que eu encontrei um espinho e o assassino, uma moeda de ouro?
– Você não percebe o quadro como um todo! Ele nasceu para ser o Rei destas terras, mas justamente por ter se tornado um assassino, perdeu as terras e ganhou apenas uma moeda.
Em outras palavras, no mesmo lugar em que um perdeu sua saúde, devido à infecção no pé, mas “ganhou sua vida”, o outro ganhou uma moeda de ouro que, na verdade, representava uma grande perda.
Percebemos, também, que o discípulo adotou uma postura de vítima – seu processo de interpretar sistematicamente as situações.
Então, por que passamos por tudo isso? Histórias dentro de histórias, fazendo com que criemos um enredo bem particular, preservando-o como se fosse um cativeiro existencial? Porque é através desses processos que desenvolveremos a nossa força, a nossa VONTADE pessoal. E aí, sim, adquirimos a nossa consciência individual, desenvolvendo nossas reais potencialidades, criando a nossa diferença e o nosso legado. Isto é feito a partir do momento que nos deparamos com sombras e sensações que sempre fizeram parte da nossa historia, os nossos “borrões” e que, com medo de vivê-los, criávamos mecanismos para evitá-los, fugindo de algo que só seria resolvido olhando com os olhos da VERDADE e do verdadeiro reconhecimento.
Jesus disse: “A verdade vos libertará.”
No próximo artigo explicarei como lidar com todo este processo.
Invariavelmente, ele irá de confronto com uma tendência atual – a do “pensamento positivo”!
Até mais...
Marcia Aurichio
Avaliação: 5 | Votos: 8
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