Respeito Mútuo!
Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 7/27/2013 8:19:26 AM
Respeito Mútuo!
Podemos dizer que o respeito é o ato de considerar, de preocupar-se com alguém, e quando fazemos isso, estamos automaticamente nos colocando no lugar do outro e considerando os seus direitos e razões. Mas está cada vez mais difícil encontrar demonstrações de respeito, pois onde o egocentrismo predomina, a consideração pela posição do outro enfraquece, perde o valor. Já dissemos que uma coisa é a individualidade e outra o cultivo do individualismo. Se a pessoa não respeita sua própria individualidade, ela se anula, se afasta de sua essência. Se ela apenas olha o que lhe interessa, sem levar em consideração o meio em que vive, ela está apenas cultivando o individualismo, alimentando seu egocentrismo, seu egoísmo.
No discurso se diz que o respeito ao outro é a regra número um, mas na prática, será verdade? Há uma forma muito simples de se verificar como se lida com isso. Basta cada um observar em si mesmo como se sente quando alguém se opõe ao seu desejo, sua idéia, apresentando outra no lugar.
Tenho notado, em grupos formados para uma atividade afim, que quando alguém propõe que se faça uma comemoração, na verdade apenas tentando estabelecer uma oportunidade a mais de encontro e congraçamento, a idéia é logo aceita e então se forma uma comissão para organizar o evento. No dia e hora marcada todos os envolvidos chegam animados e com todo o "gás", com comprimentos efusivos e sorrisos fáceis. Alguém propõe que se inicie o assunto em questão. Todos sentados e um dos participantes toma a palavra. Geralmente começa assim: "Eu pensei na proposta enquanto ia para casa e acho que nós podemos..." e então diz sua proposta. Nesse momento surge algum questionamento, revelando uma dificuldade não pensada pelo propositor ou mesmo uma contra proposta, com outra alternativa para o desenvolvimento da atividade. Pronto, está formado o mal-estar e o que deveria ser mais uma possibilidade para análise e identificação do que seria melhor, torna-se motivo de divisões e disputas, normalmente disfarçadas, deturpando todo o objetivo do evento. O que deveria servir para aumentar a proximidade entre as pessoas do grupo acaba gerando uma divisão e a formação de "panelinhas", favoráveis a "A" ou a "B", criando-se, assim, um campo fértil para fofocas e picuinhas.
É natural que, ao sermos contestados, sintamos de imediato algo como uma pequena pressão em nosso peito, uma alteração em nossa respiração e um "retesamento" no corpo todo. É uma reação instintiva, mas a nossa consciência impede que demonstremos esta primeira reação. É preciso ouvir e analisar antes de tirar conclusões. Aceitar o que é bom para enriquecer a situação em questão, esta sim é uma conduta madura e desprovida de egoísmo, que visa o bem do grupo e não o benefício individual.
Há grupos que vivem promovendo oportunidades de encontros, onde as pessoas desfrutam deles com grande prazer e satisfação. O principio básico vigente entre os participantes é o interesse pelo coletivo, mais que pelo individual. O respeito é algo tão comum e automático que não se ouvem seus integrantes falar sobre isso. Apenas respeitam e, portanto, são respeitados. Quando um dos integrantes tem sua idéia substituída, não sente que foi desconsiderado ou desrespeitado, mas que houve uma outra idéia de maior interesse para todos.
Estar entre pessoas que se respeitam, poder ser você mesmo sem repreensão ou recriminação faz toda a diferença. O bem-estar é enorme. A vontade de estar sempre com estas pessoas alimenta o encontro e a troca de vivências.
Chegar em casa sem ter coisas para falar de negativo de outras pessoas é um grande indicador de que você encontrou um grupo que se respeita mutuamente.
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