Resumo do Bhagavad Gita (IV)
Autor Marcos Spagnuolo Souza
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 12/27/2007 7:10:03 PM
Reencarnação
A alma passa de corpo a corpo. Assim como o homem se despoja de uma roupa gasta e veste roupa nova, assim também a alma incorporada se despoja de corpos gastos e veste corpos novos. A alma corporificada já viveu muitas vidas.
A alma é o princípio que experimenta as sensações de prazer e dor, pois, desde que a alma reside no corpo material experimenta as influências do corpo e seu apego a tais influências é causa de sua reencarnação em uma matriz boa ou má.
Aqueles que adoram os deuses vão aos deuses; aqueles que servem os antepassados vão a eles, aqueles que cultuam os espíritos elementares vão aos espíritos elementares, mas aqueles que possuem a consciência voltada para Deus voltam para Deus.
Quem segue a lei dos livros sagrados, alimentando desejos em seu coração, alcança apenas o transitório.
Todas as almas corporificadas que pertencem ao mundo estão sujeitas ao retorno ao nascimento; mas a alma que chegou a Deus nunca mais será exposta ao renascimento.
Lembranças das Reencarnações Passadas.
A alma iluminado pode lembrar de todas as suas vidas passadas, mas, a alma corporificada não se lembra de nenhuma reencarnação passada.
Sacrifícios - Desapego
A alma corporificada deve buscar o conhecimento do desapego. A partir do momento em que a consciência está desapegada do corpo e do mundo material a alma não é atacada pela confusão do mundo material.
Está no desapego aquele que não sente nem aversão nem desejo; e as polaridades opostas não o afetam.
Quem age sem o menor apego não se macula. Totalmente desapegada a alma volta para o lugar de onde não se volta.
Desapego é ausência de desejo. Existem os que sacrificam todos os sentidos. Há também os que sacrificam todos os significados da vida material. Outros praticam sacrifícios oferecendo suas riquezas, submetendo-se a privações numa vida austera, ou executando práticas piedosas. Existem ascetas que, ligados por votos rígidos, fazem sacrifício de leitura silenciosa e de conhecimento. Há quem sacrifica a expiração e inspiração. Existem ainda os que, se sujeitam a uma alimentação regrada. Através do sacrifício se purifica do apego. O sacrifício do apego é o alimento da imortalidade e o caminho para unir-se a Deus. Superior a todo desapego é o desapego da sabedoria.
Meditação
Em um lugar puro prepare um assento para si, nem muito alto nem muito baixo. Com a mente concentrada num único ponto, reprimindo a ação do pensamento e dos sentidos pratique a meditação para purificar a alma. Mantendo-se firme, com o corpo, o pescoço e a cabeça eretos e imóveis sem desviar os olhos, com ânimo sereno e livre de temor, a mente disciplinada, perseverando no voto de castidade permaneça recolhido e medite só em Deus, considerando Deus como o Supremo. Vivendo assim continuamente concentrado em si mesmo, com o pensamento coibido, o meditador obtém a paz suprema. Quando a consciência disciplinada pelo exercício da meditação está tranqüila; quando através da meditação saboreia o infinito deleite que está fora do alcance dos sentidos não se afasta nunca mais da realidade eterna. Quando, depois de ter alcançado esse estágio, julga que não há tesouro mais valioso e se firma nessa situação, nem mesmo a dor mais intensa pode abalá-lo.
Através da meditação a alma se revela, no entanto existem alguns que, ignorando estes caminhos meditam sobre o que ouviram de lábios alheios.
Aqueles, cujo pensamento se dirige ao imanifesto, enfrentam grandes dificuldades, pois os seres encarnados, só com muito trabalho, alcançam à meta da meditação no imanifestado.
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